A delegada Gleide Ângelo receberá, nesta quarta-feira, a medalha de Mérito da Câmara Municipal do Recife. A honraria, Medalha José Mariano – a mais alta da Casa, será uma forma de reconhecimento de sua contribuição à segurança pública de Pernambuco. Proposta pela vereadora Michele Collins, a solenidade está marcada para as 15h. Gleide foi muito parabenizada quando voltou ao Recife, no mês passado, acompanhada da sua equipe de investigação trazendo a menina Júlia Alencar, que havia sido levada pelo pai. A criança e o genitor foram encontrados pela polícia do Amapá, que ajudou a Polícia Civil pernambucana no caso.
Não é de hoje que a delegada Gleide Ângelo é acionada para solucionar casos difíceis e emblemáticos em Pernambuco. Em fevereiro de 2010, o assassinato de uma turista alemã em pleno carnaval chamou a atenção de toda sociedade e intrigou a Polícia Civil do estado. A jovem Jennifer Marion Nadja Kloker, 22 anos, foi encontrada morta às margens da BR-408, em São Lourenço da Mata, num crime envolto em mistério e mentiras. Num trabalho conjunto, os delegados Alfredo Jorge e Gleide Ângelo descobriram que Jennifer foi morta a mando da família e prenderam todos os envolvidos no crime.
Ainda em 2010, outro crime de grande repercussão foi solucionado por Gleide. A administradora Narda Alencar Biondi, 33, foi dada como desaparecida no dia 29 de março. Familiares e amigos conviveram com a angústia da incerteza do seu paradeiro até o dia 4 de agosto de 2010, quando, após uma investigação trabalhosa, a delegada Gleide Ângelo descobriu que Narda havia sido morta por uma amiga e seu corpo estava enterrado no quintal de uma casa no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, onde vítima e assassina moravam. Quatro anos depois desse crime, a acusada foi condenada a 19 anos e seis meses de prisão.
Em junho do ano passado, Gleide foi designada para solucionar mais um caso que gerou revolta e comoção em todo estado. A estudante Maria Alice de Arruda Seabra, 19, foi raptada, estuprada e morta pelo padrasto que queria manter um relacionamento amoroso com a jovem. A delegada conseguiu fazer com que o suspeito se entregasse à polícia e mostrasse o local onde havia enterrado o corpo da enteada, num canavial no município de Itapissuma. Também foi a responsável por esclarecer o desaparecimento da estudante Vaniela Oliveira, em maio de 2015.
Está em suas mãos ainda o inquérito que apura a morte do comerciante Paulo César Morato, encontrado morto dentro de um motel em Olinda, no dia 22 de junho. Morato era um dos alvos da Operação Turbulência da Polícia Federal e foi apontado como testa de ferro de um esquema que desviou R$ 600 milhões de recursos públicos para campanhas políticas do estado e do Nordeste. Essa investigação ainda não foi concluída, mas a delegada garantiu que falta pouco para explicar o que aconteceu naquele quarto de motel. Embora não esteja mais lotada no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide continua acumulando em seu currículo soluções de casos considerados complicados.