A acusada de assassinar a administradora Narda Alencar Biondi, 33 anos, foi condenada pelo júri popular, no Fórum de Paulista, a 19 anos e seis meses de prisão por homícidio duplamente qualificado e ocultação de cádaver.
A ré Sayonara Cristine Rangel Boner, 47, havia confessado o assassinato à polícia, mas ontem, diante dos jurados e do juiz Arthur Guedes, negou o crime e apontou como autor um homem que morava em sua casa, no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, onde a vítima também estava morando há poucos dias.
Segundo a polícia, Sayonara matou Narda após uma discussão banal, no meio da noite, na madrugada de 30 de março de 2010. “O único alívio é que ela foi condenada, apesar de isso não trazê-la de volta”, disse José Bioni, 67, pai da vítima.
Durante o julgamento, foram ouvidas como testemunhas de acusação a delegada Gleide Ângelo, que investigou o caso e contou o passo a passo da execução, e a mãe da vítima, Kátia Alencar Biondi. Do lado da defesa, foi interrogada a filha mais nova de Sayonara, Tuany Rangel. Usando camisas com a foto da vítima, familiares e amigos acompanharam todo o julgamento.
Narda foi dada como desaparecida no dia 29 de março de 2010. O corpo foi encontrado em 4 de agosto, enterrado no quintal da casa de Sayonara. Segundo a polícia, a administradora foi morta por estrangulamento pela amiga, que teve a ajuda sua filha mais velha, Kelly Rangel, e do outro morador do imóvel, Cícero Cunha, para ocultar o cadáver. Sayonara disse ontem que o autor do crime foi Cícero e que teria assumido a culpa por medo que ele matasse suas duas filhas e duas netas.
O inquérito também indiciou o irmão de Sayonara, Cleiton Sidnei Rangel, pela ocultação de cadáver. Ele, Kelly e Cícero respondem em liberdade. Sayonara está presa desde agosto de 2010.
O julgamento começou de manhã e terminou no início da noite. À tarde, o promotor Antônio Arroxelas exibiu o vídeo com a reprodução simulada do crime. Na gravação de uma hora, Sayonara contou à polícia a dinâmica do crime. O irmão de Narda, Elber Biondi, participou como assistente de acusação. O júri popular foi formado por quatro homens e três mulheres.