Diante da diferença dos resultados dos laudos papiloscópicos produzidos pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) e pela Polícia Federal (PF) sobre a morte do professor José Bernardino da Silva Filho, conhecido como Betinho do Agnes, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a realização de um terceiro exame para confrontar com os resultados anteriores. O resultado da perícia feita pela PF revelou que não era do estudante Ademário Gomes da Silva Dantas a digital encontrada em uma cômoda do apartamento de Betinho, morto em maio de 2015, no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista.
Ademário foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco como um dos autores da morte de Betinho. Além dele, um estudante de 17 anos também foi responsabilizado pelo crime. O inquérito policial concluído pelo delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apontou a presença da digital do estudante no móvel da casa da vítima. Já as digitais do adolescente, segundo a polícia, estavam no ferro e no fio do ventilador usados para matar Betinho. O advogado Jorge Wellington, que atua na defesa de Ademário, disse que não faz sentido a realização de uma terceira perícia. “Estou me pronunciando hoje no TJPE sobre esse pedido do MPPE. Não há provas contra Ademário. Isso já foi provado pela perícia realizada pela Polícia Federal, em Brasília”, ressaltou o advogado.
Uma nova audiência de instrução do caso está marcada para o dia 4 de agosto, às 13h, na Segunda Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Rodolfo Aureliano. A família da vítima espera que o culpado ou culpados pela morte de José Bernardino seja(m) punido(s) pelo assassinato. O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio de 2015, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço. Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima.