A partir desta segunda-feira, integrantes dos órgãos operativos da Secretaria de Defesa Social (SDS) participam de curso ministrado por policiais do Federal Bureau of Investigation – FBI. O curso Entrevista e Interrogatório é uma parceria entre a Seção de Segurança Regional da Embaixada dos EUA e a SDS.
O curso visa trazer novas experiências aos participantes, mostrando um panorama completo do processo de coleta de provas durante uma entrevista ou interrogatório.
As aulas serão no Campus de Ensino Recife – CERE, de 2 a 6 de março. Dentre os assuntos abordados no curso: Elemento do Investigatório, Interrogatório Prático, Análise de depoimentos, Detecção de mentiras, Entrevista cognitiva, Análise de comportamento não verbal, entre outros relacionados ao tema.
A maioria dos delegados da Polícia Federal (PF) sente-se segura, confortável e respeitada em seu ambiente de trabalho. No entanto, 64% não se sentem estimulados e 61% dizem que têm reconhecimento pela atividade exercida. Para 98,37% da categoria, o principal problema é o número insuficiente de servidores administrativos do Departamento de Polícia Federal (DPF), informa pesquisa divulgada hoje (23) pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).
Para os delegados, não basta aumentar o efetivo de servidores na área administrativa – 72,81% deles entendem que é preciso também melhorar os critérios de divisão das tarefas investigativas e administrativas.
“Somos 11,5 mil policiais, enquanto há apenas 2,5 mil administrativos nos dando apoio. Isso é ilógico. Precisamos reorganizar a atividade administrativa. Caso contrário, continuaremos tendo de desviar policiais da atividade de investigação. E isso, do nosso ponto de vista, não é o que a sociedade espera”, disse o presidente da ADPF, Marcos Leôncio Ribeiro. Segundo ele, “o ideal seria que o DPF tivesse pelo menos o triplo” de pessoas na área administrativa.
Para o delegado, essa carência pode prejudicar o trabalho da PF nos grandes eventos previstos para o país, como a Copa do Mundo, no ano que vem, e os Jogos Olímpicos, em 2016, no Rio de Janeiro. “Esse é um dilema que a PF tem de enfrentar, porque, com o efetivo atual, ela não consegue fazer ao mesmo tempo segurança de grandes eventos e investigar. Precisamos, ou aumentar o efetivo para dar conta das duas atividades, ou priorizar o que acreditamos que a sociedade brasileira realmente quer”, disse Ribeiro.