O bairro de Boa Viagem sempre tem destaque na imprensa local quando se fala no quesito segurança. Com uma área territorial de aproximadamente 739 hectáres e uma população estimada em mais de 123 mil habitantes, o bairro é um dos mais caros do Recife. Lá, moram algumas das famílias mais ricas da capital, estão concentradas grandes lojas e empresas e também a Avenida Boa Viagem, principal cartão postal do bairro. Esta semana, a Polícia Militar se reuniu com os comerciantes da orla para discutir o problema de arromabamentos dos quiosques que têm acontecido sobretudo durante a madrugada. A solução encontrada foi um reforço policial na localidade e uma parceria entre os barraqueiros e porteiros dos prédios da Avenida Boa Viagem, do programa de Olho na Rua, para que a polícia seja acionada quando qualquer movimentação estranha for percebida nas imediações das barracas.
A iniciativa pode até surtir efeitos positivos, pelo menos no que depender do efetivo de militares destinado à localidade. Atualmente, 11 viaturas e 11 equipes de policiais motorizados são responsáveis por fazer as rondas nos bairros de Boa Viagem, Pina e Setúbal. Na Avenida Boa Viagem, até as 23h, todos os dias, ainda existe um efetivo de seis equipes de PMs de bicicletas. O número de militares destinados a essas áreas nobres não é o mesmo para outras áreas do Recife. Um exemplo da disparidade pode ser visto na Área Integrada de Segurança da Várzea, que cobre a segurança de 24 bairros com o total de apenas 12 viaturas. Já as 11 guarnições de Boa Viagem, Pina e Setúbal circulam apenas durante a madrugada. Durante o dia, a quantidade deve ser ainda maior. No entanto, os moradores do bairro ainda não se sentem seguro na rua. “Venho caminhar todos os dias no calçadão, mas só vem à tarde, porque à noite existem alguns trechos perigosos. A violência está muito grande, mas isso não é so aqui. E um problema geral”, destacou o aposentado Juarez Freitas, 81 anos.