Bairros da Zona Sul com mais PMs

 

O bairro de Boa Viagem sempre tem destaque na imprensa local quando se fala no quesito segurança. Com uma área territorial de aproximadamente 739 hectáres e uma população estimada em mais de 123 mil habitantes, o bairro é um dos mais caros do Recife. Lá, moram algumas das famílias mais ricas da capital, estão concentradas grandes lojas e empresas e também a Avenida Boa Viagem, principal cartão postal do bairro. Esta semana, a Polícia Militar se reuniu com os comerciantes da orla para discutir o problema de arromabamentos dos quiosques que têm acontecido sobretudo durante a madrugada. A solução encontrada foi um reforço policial na localidade e uma parceria entre os barraqueiros e porteiros dos prédios da Avenida Boa Viagem, do programa de Olho na Rua, para que a polícia seja acionada quando qualquer movimentação estranha for percebida nas imediações das barracas.

 

Quiosques da orla têm sido alvos de constantes arrombamentos

 

A iniciativa pode até surtir efeitos positivos, pelo menos no que depender do efetivo de militares destinado à localidade. Atualmente, 11 viaturas e 11 equipes de policiais motorizados são responsáveis por fazer as rondas nos bairros de Boa Viagem, Pina e Setúbal. Na Avenida Boa Viagem, até as 23h, todos os dias, ainda existe um efetivo de seis equipes de PMs de bicicletas. O número de militares destinados a essas áreas nobres não é o mesmo para outras áreas do Recife. Um exemplo da disparidade pode ser visto na Área Integrada de Segurança da Várzea, que cobre a segurança de 24 bairros com o total de apenas 12 viaturas. Já as 11 guarnições de Boa Viagem, Pina e Setúbal circulam apenas durante a madrugada. Durante o dia, a quantidade deve ser ainda maior. No entanto, os moradores do bairro ainda não se sentem seguro na rua. “Venho caminhar todos os dias no calçadão, mas só vem à tarde, porque à noite existem alguns trechos perigosos. A violência está muito grande, mas isso não é so aqui. E um problema geral”, destacou o aposentado Juarez Freitas, 81 anos.

 

Quiosques de Boa Viagem são alvos da vez

 

Uma parceria entre os comerciantes da orla de Boa Viagem e os porteiros dos edifícios da beira-mar pode ser a solução para reduzir o número de quiosques arrombados na avenida mais nobre do bairro. O anúncio foi feito pelo gestor do Ciods, coronel Ricardo Fentes, na reunião entre os barraqueiros, Polícia Militar e Prefeitura do Recife. Agora, porteiros dos prédio poderão acionar a polícia quando virem alguma movimentação perto das barracas. Os comerciantes estão se queixando dos constantes arrombamentos. Ao todo, 61 quiosques estão distribuídos em toda a extensão da Avenida Boa Viagem. Outra proposta que está em discussão é o fechamento de todas as janelas de vidro dos quiosques e o reforço do teto com madeira. A prefeitura já pediu para um arquiteto elaborar o projeto que será apresentado à Associação dos Barraqueiros de Coco da Cidade do Recife.

Estabelecimentos vêm sendo alvos contantes dos ladrões (WAGNER OLIVEIRA/DP/D.A PRESS)
Estabelecimentos vêm sendo alvos contantes dos ladrões

Os arrombamentos, segundo os proprietários dos quiosques, acontecem geralmente entre as 2h e as 5h. “Estamos orientando os policiais a não só passarem de carro pela avenida, mas também descerem das viaturas e olharem dentro e ao redor das barracas. Algumas delas ficam em locais onde é difícil visualizar a movimentação. Para isso, também deslocamos policiais que faziam rondas em outras áreas para darem maior atenção à orla, mas sem comprometer a segurança dos outros locais”, afirmou o comandante do 19º Batalhão da Polícia Militar (BPM).
O comerciante Petrônio Soares, que tem um quiosque há seis anos, afirmou que só deixou de ser roubado quando colocou câmeras de filmagens e alarme. “Por várias vezes os criminosos levaram coisas da minha barraca, mas agora tomei as providências que devia e os roubos pararam. Mas a insegurança por aqui é muito grande”, destacou Soares. A vendedora Alessandra Bernardo disse que, em um ano, a barraca em que trabalha foi arrombada 11 vezes. “Durante o dia, a polícia vem, mas é na madrugada que os ladrões agem”, apontou.