Do Diario de Pernambuco
Por Glynner Brandão
Falta pouco para o quebra-cabeça que cerca a morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, ser, enfim, montado. O Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco enviou para São Paulo fragmentos do dorso da mão e do braço da vítima para investigar a presença de pólvora. O exame será feito pelo IC paulista e não tem data para ser concluído. Já a camisa usada pelo policial militar Jailson Melo, 53, flagrado pelas câmeras do prédio da vítima guardando uma arma, e a parte debaixo das unhas de Sérgio Falcão, vão passar por exames de DNA, em Pernambuco. Ambos podem ajudar a concluir se houve homicídio ou suicídio, luta corporal ou não. O empresário foi encontrado morto no seu apartamento, em Boa Viagem, em agosto. Segundo fontes da polícia, a morte foi um crime de homicídio.
O exame que poderá constatar a presença de pólvora será realizado por um equipamento chamado de Microscópico Eletrônico de Varredura (MEV). O mapeamento tem alcance molecular e consegue descobrir a presença de pólvora cruzando quantidades de chumbo, bário e antimônio, liberados com o disparo. O aparelho gera imagens de alta resolução. “Os exames estão sendo processados ainda. Os peritos estão empenhados em resolver o fato. Mas tudo tem o seu tempo determinado. Estamos fazendo o melhor para entregar esse caso o mais rápido possível”, conta o gestor do IC, Luiz Carlos Soares.
Segundo o Instituto de Criminalística, o exame da arma usada no crime, bem como as conclusões da reprodução simulada – feita uma semana após o ocorrido – foram encaminhados à polícia. O mesmo aconteceu com o mapeamento das últimas ligações feitas por Sérgio Falcão pelo telefone celular. A delegada titular do caso, Vilaneida Aguiar, comentou os exames. “Eles são importantes, mas isso não quer dizer que ao recebê-los eu irei concluir o inquérito imediatamente. Existem questões da investigação ainda. Não posso comentar mais nada, apesar da ansiedade”, informa.
O promotor de Justiça André Rabelo, e o advogado da família da vítima, Ernesto Cavalcanti, estiveram na sede do IC, no bairro de Campo Grande, para cobrar agilidade na entrega dos laudos. “Estou aguardando as perícias e todas as provas que forem coletadas. Antes disso, não farei nenhum juízo de valor”, explica o promotor André Rabelo. O advogado pediu a substituição do atual perito do caso, Sérgio Almeida. “O nosso entendimento é de que houve algumas precipitações dele. Entendemos que a sua presença não é viável”, explica Cavalcanti.