Severina Maria, 57 anos, trabalha como servente no Fórum de São Lourenço da Mata. Nesta semana, ela esteve em um lugar no qual muita gente gostaria de estar. Serviu água e café para os réus condenados pela morte da alemã Jennifer Kloker e passeou livremente no salão do júri para onde os olhos de muitos pernambucanos estavam voltados durante os quatro dias de julgamento.
“Gosto muito do meu trabalho. Tenho muito prazer em fazer o que faço. Me dou bem com todo mundo, inclusive com a juíza. Esses dias levei água e café para os réus e Delma sempre me agradecia quando eu a servia”, revelou a servente que, por muitas vezes, seguiu com a bandeja de água e café para os jurados, juíza, promotores, advogados e os quatro acusados.
Na porta do fórum, durante os quatro dias de julgamento, uma ambulância da Prefeitura de São Lourenço ficou de plantão para atender as pessoas que passassem mal.A equipe formada pela enfermeira Maria José Barbosa, pela técnica em enfermagem Graça Cabral e pelo motorista Ailton de Souza atendeu jornalistas, funcionários e até mesmo a acusada Delma Freire.
“Quando eu chego no posto de saúde e até na minha casa todo mundo fica perguntando como é o comportamento dos acusados. Perguntam o que acontece aqui dentro do fórum e querem saber como é o comportamento das pessoas. Mas não me sinto privilegiada por estar aqui dentro, Estou apenas fazendo o meu trabalho”, revelou Graça.
“Ela é uma mulher muito fria e calculista. Seria capaz de fazer tudo o que fez novamente.” Essa foi a impressão do padre Pedro Jorge, da paróquia de Santo Antônio, no bairro de Tiúma, em São Lourenço da Mata. Interessado em estudar direito civil e canônico, o padre acompanhou os quatro dias de julgamento e disse ter ficado impressionado com o comportamento da mulher condenada a 32 anos de prisão pela morte da ex-nora.