Do Diario de Pernambuco
Entre as capitais pesquisadas pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), Recife se destaca com o maior percentual de pessoas que defendem a pena de morte para sequestradores, com 19,21%, apontando que o crime é pouco tolerado, assim como a prática de estupro. O índice chega a ultrapassar a média nacional, que é de 12,8% para crimes dessa natureza. “A lei de crimes hediondos, por exemplo, não reduziu esse tipo de crime. A questão é mais complexa. Nos países onde a pena de morte foi aplicada, o problema da criminalidade não foi solucionado”, defende Eduardo Paysan, advogado do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec).
Para o juiz Laiete Jatobá, não é a morte de um infrator que fará com que outros deixem de cometer crimes. Apontado como um dos estados que mais encaminham adolescentes em conflito com a lei para unidades fechadas, Pernambuco também se destaca por ter uma capital que defende a prisão com trabalhos forçados (30,05%) e a prisão perpétua (28,08%) para jovens que matam.
Há dez anos, a mesma pesquisa foi realizada em capitais brasileiras. “Os novos resultados servirão para implementação de programas educacionais voltados aos direitos humanos e são importantes porque trazem a sensibilidade da população em relação a temas ligados à violência”, explica Renato Alves, da equipe da Pesquisa Nacional sobre Valores em Relação à Violação de Direitos Humanos e Violência.