Filas de supermercados e de bancos, viagens de ônibus ou metrô, salões de beleza, academia de musculação e muitos outros lugares, onde há uma concentração considerável de pessoas, embora muita gente não goste, é um lugar excelente para conversar. Não arranca pedaço de ninguém bater um papo descontraído de vez em quando.
Nessas conversas, muitas vezes, acabamos encontrando respostas para algumas dúvidas que temos e descobrimos coisas novas também. Nós ouvimos e somos ouvidos, coisa rara hoje em dia. Nesse sábado, passei quase uma hora conversando com um soldado da Polícia Militar de Pernambuco. Discordamos em alguns pontos da conversa, mas expusemos nossas visões.
No entanto, uma coisa no bate papo me chamou a atenção. Novato na corporação, o praça estava me contando do amor que tem pela profissão. Falou com orgulho das ações que participa e das prisões e apreensões que faz. Por outro lado, o militar confessou que anda triste com o “pouco interesse” da corporação pelos policiais de baixa patente.
“Nós somos cobrados todos os dias para bater as metas. Damos o sangue pela segurança do estado, mas não temos reconhecimento. E muito menos incentivo algum para sermos pessoas melhores. Falta uma atenção e investimento nos policiais. Não passamos por nenhuma capacitação, não somos estimulados a estudar e tudo isso vai deixando a pessoa sem vontade de trabalhar da melhor maneira”, relatou o PM.
Essa conversa que tive não é uma opinião apenas desse militar. Já escutei e recebi e-mails de outros militares fazendo as mesmas queixas. Talvez esteja na hora do governo do estado, que tanto exalta o Pacto pela Vida, começar a olhar e tomar conta das pessoas que fazem os resultados do programa de segurança serem positivos.