Policiais do Batalhão de Choque apostam na corrida de rua

Policiais mais amigos, mais companheiros e mais dispostos ao trabalho. É assim que está se sentindo parte do efetivo do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) da Polícia Militar de Pernambuco. É que cerca de 50 militares estão fazendo parte de um grupo de corrida que tem conseguido promover uma interação maior entre os policiais e uma melhoria de vida considerável.

Militares treinam todos os dias pela manhã. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Militares treinam todos os dias pela manhã. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press

O Choque Running, como foi batizado o grupo, já acumula corredores premiados e relatos de PMs que perderam peso e estão trabalhando com mais disposição. Uma das pessoas que não falta a um treino, que acontece diariamente, é o subcomandante do batalhão, major Sérgio Cabral. “Já perdi 11 kg e passei a sentir menos dores com a minha hérnia de disco. Além disso, minha pressão arterial agora está controlada”, aponta Cabral.

Sub-comandante do Choque já perdeu mais de 10 quilos correndo
Sub-comandante do Choque já perdeu mais de 10 quilos correndo

Criado no ano de 2012, o Choque Running começou tímido. Tinha apenas sete integrantes. No entanto, os resultados apresentados pelos corredores e a harmonia entre os militares fez com que o grupo crescesse. “Mesmo quando o grupo era pequeno, nós saímos todos os dias pela manhã. As pessoas começaram a apresentar melhor desempenho no trabalho, mais disposição e, claro, melhor qualidade de vida. Daí, vários militares começaram a correr. Além de mim, outros policiais já perderam mais de dez quilos depois que entraram no grupo. Nossa corrida tem, em média, 15 quilômetros. O grupo deixa o Batalhão de Choque (Rua Benfica) e vai até o Parque da Jaqueira (Zona Norte). Quando voltamos, todo mundo está mais disposto”, conta o subcomandante.

Airton é chamado pelos colegas de Filho do vento
Airton é chamado pelos colegas de Filho do vento

Conhecido no batalhão como “Filho do vento”, o soldado Airton Alves, 31 anos, coleciona vários troféus e medalhas. Nesse ano, o militar foi o campeão da Corrida dos Guararapes, que tem um percurso de 10 quilômetros. “Na mesma competição do ano passado, eu não consegui terminar a prova porque desmaiei. Estava perto de chegar ao final, mas não aguentei. Desde quando eu era do Exército, tinha dificuldades de correr e de fazer atividades físicas, mas comecei a me esforçar. As pessoas foram elogiando o meu desempenho e superei esse problema. Agora, recomendo todo colega a fazer atividade física e, principalmente, a correr”, revela Alves.

Milca Jovina
Milca Jovina corria por obrigação e hoje compete

As PMs Milca Jovina da Silva, 24, e Amanda Morais, 27, também são integrantes do Choque Running. Jovina chegou ao batalhão em abril deste ano e logo começou a se dedicar à corrida. Com os resultados, diz que passou a trabalhar melhor e tem incentivado colegas a fazer o mesmo. “Antes de entrar para polícia, eu corria apenas por obrigação e por necessidade, devido aos testes físicos que ira fazer. Agora, já estou participando de competições e ganhando medalhas”, comemora sorridente.

Amanda
Amanda diz que grupo ajuda a manter a forma e a saúde em dia

Amanda está no BPChoque desde o mês de março deste ano. Desde pequena praticava esportes. Fez natação, jogou basquete e lutou artes marciais. Quando viu os colegas de farda no grupo de corrida, não pensou duas vezes antes de fazer parte também. “O trabalho no BPChoque exige um treinamento físico do militar. O Choque Running nos ajuda a manter a forma e a saúde”, pondera.

Gustavo Aureliano já participa de ultramaratonas
Gustavo Aureliano já participa de ultramaratonas

Entre os integrantes do Choque Running, até ultramaratonista já pode ser encontrado. Com 29 anos de idade e fazendo parte do Batalhão desde setembro de 2009, o soldado Gustavo Aureliano corre há um ano e três meses. “Comecei a correr com a distância de 10km. Com um tempo, conheci um grupo que fazia percurso de 21km e fui tentar fazer a mesma distância. Para isso, comecei a treinar e vi que poderia correr com eles. No mês passado participei de uma ultramaratona de revezamento no Rio Grande do Norte. Cheguei a correr 72km e peguei uma temperatura de 37º. Meu grupo ficou em oitavo lugar. Éramos cinco pessoas, mas uma não pôde correr. Então, eu e mais três terminamos a prova”, explica Gustavo, exibindo o troféu da corrida que fez de Mossoró até Natal.