A Secretaria de Defesa Social (SDS) anulou a realização do concurso para delegado da Polícia Civil de Pernambuco. A decisão da anulação foi publicada no Diário Oficial do estado no último dia 23 de setembro. O concurso estava suspenso por força de uma liminar concedida em ação cautelar do Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública. A suspensão foi determinada devido à existência de indícios de fraude. A ação cautelar com pedido de liminar foi proposta pela candidata Rochely de Oliveira Torres.
O documento afirmava que “o procedimento de dispensa de licitação para contratação da empresa responsável pela condução do concurso para o cargo de Delegado de Polícia do Estado de Pernambuco é assaz questionável, visto que não é possível confirmar se os ofícios destinados a organizadoras de renome nacional, de fato, foram enviados, pois não há qualquer comprovação nos autos do processo de dispensa que isso ocorreu”.
Com um total de 24.967 inscritos para concorrer a 100 vagas, o concurso teria a primeira etapa realizada no dia 26 de abril passado, mas acabou não acontecendo. A expectativa agora é de que a SDS divulgue ainda este mês a nova organizadora do concurso já que a contratação direta que escolheu o Instituto de Apoio à Universidade de Pernambuco (IAUPE) foi anulada pelo governo do estado. A organizadora vai realizar também as provas dos concursos da Polícia Militar, Polícia Científica e da Polícia Civil. A previsão é de que os editais sejam divulgados em novembro.
O concurso foi lançado para o preenchimento de 100 vagas de delegado, com carga horária de 40 horas semanais e salários de R$ 9.969,81. De acordo com o gerente-geral de Articulação e Integração Institucional e Comunitária da Secretaria de Defesa Social, Manoel Caetano Cysneiros, o processo para escolha da nova organizadora está em andamento. “Anulamos o contrato com a antiga organizadora e iniciamos a escolha de uma nova empresa. É possível que até o final deste mês a nova empresa seja escolhida e o edital do concurso divulgado em novembro”, explicou Cysneiros.
As inscrições custaram R$ 138 e o valor pago pelos candidatos será devolvido para que possam fazer uma nova inscrição. “Todos os candidatos receberão os valores pagos de volta, mas não sei a nova inscrição terá o mesmo valor. Isso vai depender da nova organizadora. Essa nova empresa também vai ser responsável pela realização dos outros concursos, que são os da Polícia Militar, da Polícia e da Polícia Científica”, explicou Cysneiros.
O presidente da Associação dos Delegados de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, espera que a nova empresa escolhida seja nacional e não de Pernambuco. “Esperamos que o processo de seleção da empresa seja feito como mandam os princípios administrativos e que a empresa escolhida seja de renome nacional”, ressaltou Rodrigues.