Está previsto para começar às 9h desta terça-feira o julgamento do tenente Sebastião Antônio Félix. O oficial é acusado de comandar um grupo de policiais militares que obrigou 17 adolescentes a pular no Rio Capibaribe, no carnaval de 2006, provocando a morte de dois por afogamento. O episódio divulgado com exclusividade pelo Diario de Pernambuco na época ficou conhecido como caso Ponte Joaquim Cardoso. No mês de maio, quatro PMs estiveram no banco dos réus. Três deles foram condenados e um absolvido.
Os três PMs condenados pegaram 96 anos de reclusão. As condenações foram pelo homicídio triplamente qualificado de Diogo Rosendo, e nove tentativas de homicídios. Os meninos teriam sido confundidos com um grupo que praticava arrastões. Os outros três militares serão julgados pela morte de Zinael José de Souza, 17, e pelas tentativas de homicídios contra outros dois adolescentes, em data a ser definida. O tenente é acusado de comandar as duas ações. O oficial nega as acusações.
Após o primeiro julgamento, a Justiça determinou que Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva cumpram a pena em regime inicialmente fechado na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. Mas não há previsão de quando eles serão presos porque o advogado dos três, José Siqueira, entrou com recurso após o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti terminar de ler a sentença.
Como todos estão em liberdade, permanecerão soltos até que a apelação seja julgada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. O quarto policial julgado foi absolvido. A Justiça entendeu que Irandi Antônio da Silva não participou dos espancamentos nem deu ordem para entrarem na água, pois estava na viatura. De acordo com o promotor André Rabelo, o PM estava a 300 m de onde tudo ocorreu.
O promotor do júri desta terça-feira será o mesmo, no entanto, o corpo de jurado, formado por sete pessoas, será escolhido antes do início do julgamento. A sessão será presidida pelo juíza Fernanda Moura de Carvalho.