O músico e técnico de som Jéfferson Borges Martins, 51 anos, mais conhecido como Nego Bando, morto durante um assalto em Bairro Novo, Olinda, será sepultado às 9h30 de hoje em Porto Alegre, cidade onde nasceu. Jéfersson foi esfaqueado no ombro direito na frente do Hospital Tricentenário, na Rua Doutor Farias Sobrinho, e morreu na madrugada do último sábado. Ele vivia há dois anos em Olinda e também atuava na defesa dos direitos humanos e no ponto de cultura Coco de Umbigada, na Cidade Patrimônio.
Os autores do crime já teriam sido vistos agindo da mesma forma na região. Amigos do músico contaram que ele voltava andando para casa, no bairro do Carmo, na noite da sexta-feira, quando foi abordado por dois homens, um deles supostamente adolescente. Os suspeitos teriam escapado com o celular da vítima depois de ferirem Jéfferson com uma arma branca. Inicialmente, ele foi levado para o Tricentenário e depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas e em seguida da Restauração, onde morreu após perder muito sangue.
Na noite de ontem, um dos envolvidos no latrocínio teria sido preso. Ele seria adolescente e morador da Cidade Alta. A assessoria de imprensa da Polícia Civil, no entanto, não confirmou a apreensão. O caso deverá ser apurado pela equipe da 9ª Delegacia de Homicídios de Olinda. Na sexta-feira, policiais foram até o HR para tentar pegar informações com a vítima, mas o técnico de som já estava muito debilitado.
Amigos não souberam informar se ele reagiu ao assalto. No momento do atendimento médico ele estava com uma mochila contendo material de trabalho, como notebook, mas sem o celular. Testemunhas disseram ainda que a dupla já foi vista outras vezes praticando assaltos semelhantes. Depois da abordagem, os suspeitos costumam atacar a vítima com uma arma branca.
A Associação Profissional de Téncicos Cinematográficos (APTC), do Rio Grande do Sul, lamentou a morte de Jéfferson. Ele teve atuações marcantes no audiovisual daquele estado, com participações em longas como Bitols (2010), de Biah Werther, e curtas como República dos Ratos (2012), de Beto Mattos. Em 2006 ele também ganhou o Prêmio Cultura Viva pelo trabalho que fazia de inclusão de jovens.