Delegado preso pede investigação de ações dos “colegas”

 

O delegado Tiago Cardoso, que está preso no Cotel sob a acusação de comandar um esquema criminoso na Delegacia de Combate à Pirataria, da qual era titular, apresentou Notícia Crime à Procuradoria Geral de Justiça pedindo que o Ministério Público (MPPE) investigue cinco delegados que participaram das investigações e da sua prisão. A denúncia entregue no mês passado solicita apuração rigorosa e abertura de procedimento de investigação criminal. Segundo Tiago Cardoso e seus advogados, os delegados que presidiram o Inquérito Policial de nº 09.905.9030.00138/2011.1.3, Cláudia Freitas e Fernando Souza, não poderiam ter revelado o teor das coisas que estavam sendo descobertas nas investigações a ninguém, nem mesmo aos seus superiores, pois estariam violando o artigo 325 do Código Penal. Outra reclamação de Tiago Cardoso foi quanto ao horário em que os policiais chegaram à sua casa, no bairro de Boa Viagem, para prendê-lo. A Notícia Crime informa que os policiais arrombaram a porta do apartamento num horário entre 4h30 e 5h do dia 14 de março, hora que não é permitida entrada da polícia nas casas das pessoas. O documento diz ainda que os delegados Osvaldo Morais, diretor geral de operações, Cláudio Castro, titular do Grupo de Operações Especiais e Romano Costa, coordenador do Centro Integrado de Inteligência da SDS, que não eram presidentes do inquérito, nem foram nomeados em portaria da SDS para participar das investigações, estiveram no apartamento de Tiago Cardoso com outros policias, todos “armados até os dentes” e comandados por Osvaldo Morais.

Cúpula da Defesa Social fez coletiva para falar sobre as prisões

Cardoso e seus advogados relataram ao MPPE que após a “invasão de domicílio” houve ainda alguns “abusos”. “Houve um linchamento moral ou tortura psicológica. Eles expuseram em coletiva de imprensa a imagem do noticiante (Tiago Cardoso), bem como o trataram como se já fosse condenado”, diz um trecho da Notícia Crime. Além da apuração rigorosa, Tiago Cardoso pede que os responsáveis sejam processados tanto por ação penal quanto por improbidade administrativa. Uma cópia do documento foi entregue à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social e outra à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República. Além de Tiago, dois agentes, um escrivão e um comissário foram presos. Eles são suspeitos de cobrarem propina para liberar produtos apreendidos, ou até mesmo deixar de fazer as apreensões e ainda não encaminhar à Justiça inquéritos já concluídos. As investigações que levaram à prisão dos cinco policiais duraram um ano.