Por Raphael Guerra
Ainda com sede provisória e numa equipe formada por apenas cinco peritos criminais, o Laboratório de Perícia e Pesquisa em Genética Forense de Pernambuco está conseguindo desvendar, em média, 30 a 40 casos de crimes sexuais por mês. Desses, 10% a 20% dos suspeitos – alguns deles presos – são considerados inocentes, graças aos exames de DNA.
O laboratório, inaugurado em 2012, virou referência no Norte-Nordeste.
“Estamos conseguindo resolver os casos com mais agilidade porque o estado passou a coletar melhor as amostras, como saliva, pêlos e manchas de sangue”, afirmou a gestora do laboratório, Sandra Santos. Segundo ela, em geral, os suspeitos de envolvimento em abusos sexuais não se negam a fornecer material genético para análise, o que facilita o confronto de dados para comprovação da autoria do crime.
Mensalmente, a polícia encaminha ao laboratório 70 amostras para estudo. Aproximadamente metade deles estão relacionados aos abusos sexuais. Os cinco peritos que formam a equipe em Pernambuco possuem especialização e mestrado em genética ou biologia molecular. Uma auxiliar legista, especialista em perícia criminal, completa o grupo.
No último mês, peritos do Instituto de Criminalística do Piauí procurou apoio de Pernambuco para desvendar oito casos, sendo quatro relacionados a identificação de cadáveres e outros quatro sobre crimes de cunho sexual. “Em duas semanas de trabalho, concluimos todas as análises”, contou a gestora do laboratório.
Além do Piauí, estados como Tocantins e Maranhão também encaminham material para estudo no laboratório pernambucano, cuja sede provisória fica em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes. A Secretaria de Defesa Social prometeu para outubro do ano passado a inauguração da sede permanente, mas as obras atrasaram e ainda não há nova previsão para conclusão. O prédio, que será mais amplo, ficará em Santo Amaro, área central do Recife.