Uma comitiva composta por integrantes do Grupo de Trabalho do carnaval, da Secretaria de Defesa Social (SDS), sob a coordenação do coronel PM Walter Ferreira, vistoriou na manhã nessa quinta-feira todo percurso do desfile do bloco de máscara Galo da Madrugada, que acontece tradicionalmente no sábado de Zé Pereira. A comitiva envolveu oficiais da Polícia Militar de Pernambuco, diretoria do Galo, representantes da Prefeitura do Recife, Celpe, telefônicas, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Miltar.
O objetivo da inspeção foi identificar pontos que possam colocar em risco a vida dos foliões durante o desfile, com o propósito de corrigí-los antes do evento momesco. Incialmente a comitiva fez uma reunião na sede do clube de máscaras, no bairro de São José, e depois vistoriaram, a pé, todo trajeto do desfile (Avenida Sul, Imperial, Dantas Barreto, Guararapes e rua do Sol).
Durante a caminhada foi debatido sobre altura de fiação, instalações de plataformas, de postos de comandos, pontos de controle de garrafa de vidro, bem como terrenos baldios e outros pontos que possam interferir no bom andamento do desfile. Uma nova vistoria ficou marcada para o dia 03 de fereveiro, às 18h, em trio elétrico, para conferir se as notificações feitas na primeira inspeção foram atendidas.
Os bombeiros e policiais militares contarão com mais um aliado no monitoramento do mar e no combate à violência nas orlas de Boa Viagem, Pina, Brasília Teimosa e Piedade. Até abril do próximo ano, as praias receberão 11 unidades de apoio para guarda-vidas, com espaço reservado para PMs. A construção de quatro delas, em Boa Viagem, já foi iniciada: em frente aos hotéis Jangadeiro e Othon, no trecho do 2º Jardim e próximo ao Edifício Catamarã. As duas primeiras bases do projeto Praia Segura deverão começar a funcionar em um mês. Nesses moldes, a intervenção é pioneira no país.
Todo o projeto irá custar R$ 2,7 milhões, sendo R$ 1,3 milhão reservado aos postos. Os pontos de observação ficam na faixa de areia e têm oito lados. Do alto, o militar consegue observar 360 graus. E não é só isso. Através de câmeras de vídeo, ainda não implantadas no calçadão, o bombeiro será capaz de mapear o que acontece a até 400 metros de distância, nos dois lados. Isso só será possível graças a um avançado sistema de zoom. Em caso de acidente, o observador poderá acionar ambulâncias, motos aquáticas e até helicópteros, por meio de rádios à prova d’água.
Equipamentos servirão de apoio para bombeiros e policiais militares
As bases terão 6,40 metros de altura por 7,40 metros de largura e comprimento. São 54 metros quadrados de área. Os equipamentos são construídos para resistir a até cinco toneladas. A equipe, porém, será composta por três bombeiros e três militares. As plataformas de observação serão implantadas em locais com altos índices de acidentes aquáticos, grande fluxo de banhistas e boa visibilidade. Só no trecho de 9,5 km entre as praias de Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa passam de 300 mil a 500 mil pessoas por dia, no verão.
“A ideia é elevar a segurança de turistas, banhistas do estado e todos aqueles que buscam o lazer nessas praias”, disse o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio. “Conseguiremos fazer tanto ações de prevenção quanto de socorro. Tudo isso integrando a Polícia Militar, os bombeiros e a prefeitura”, explica o coronel Carlos Casa Nova, comandante geral do Corpo dos Bombeiros.
Resistente
A estrutura das novas plataformas é de madeira reflorestada e autoclavada, processo que impede o ataque de pragas. São eucaliptos plantados em Moreno. Com manutenção, a vida útil do material ultrapassa os 100 anos. A promessa é de que as unidades também resistam à chuva e à maresia. A tecnologia é semelhante à utilizada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Na capital fluminense, porém, os postos são de alvenaria. “Há a preocupação com o meio ambiente, a questão ecológica. O rústico também combina com a beleza natural da praia”, falou o responsável pela construção dos novos postos, Olinto Victor de Araújo, da Verde Empreendimento em Madeira. O turista carioca Mário José da Silva, 60, aprovou as mudanças. “Qualquer coisa que aumente a segurança é muito válida”, disse.
Projeto Praia Segura
R$ 2,7 milhões é o investimento total
R$ 1,3 milhão destinado a construção dos pontos de apoio
11 plataformas de observação
R$ 105 mil é o custo de cada uma
25 m²
5 toneladas é a capacidade máxima
9,5 km de orlas (Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa)
300 mil a 500 mil pessoas circulam num só dia nos 9,5 km