Violência e ousadia em roubo a caixa eletrônico na Agamenon Magalhães

A violência utilizada nas investidas criminosas contra agências bancárias e terminais de caixas eletrônicos no interior do estado chegou ao Grande Recife. Cinco homens fortemente armados e que estavam em um Honda Civic preto chegaram atirando, por volta das 4h30 de ontem, no prédio onde funciona a Procuradoria Regional da Fazenda Nacional da 5ª Região, na Avenida Agamenon Magalhães, no bairro do Espinheiro.

Cenário de destruição no prédio da União. Fotos: Wagner Oliveira/DP
Cenário de destruição no prédio da União. Fotos: Wagner Oliveira/DP

Depois de intimidarem com tiros os vigilantes que estavam na guarita do local,  realizarem disparos para o alto e trocarem tiros com policiais militares por mais de cinco minutos, os suspeitos destruíram as portas de vidro do prédio do governo federal e conseguiram explodir o caixa eletrônico do Banco do Brasil. O teto de gesso caiu. Não houve feridos, mas todo o dinheiro que estava no terminal foi levado pelo grupo. O carro utilizado pelos assaltantes foi localizado pouco tempo depois, na Rua do Cupim, no bairro das Graças. Até o momento, ninguém foi preso.

O cenário de guerra chamou a atenção de quem mora nas proximidades e de policiais que passavam pelo local. Ao perceberem a intensa troca de tiros e o barulho da explosão, os motoristas que trafegavam pela Agamenon Magalhães tentaram voltar de ré para não serem atingidos. Um motoqueiro subiu o viaduto da João de Barros na contramão com medo dos disparos e bateu em outra moto. Uma das motocicletas caiu do viaduto e os dois motoqueiros, que não chegaram a cair do elevado, ficaram feridos. Cláudio Araújo Noronha Júnior e Douglas Henrique da Silva foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e levados para o Hospital da Restauração (HR), no Derby.

Caixa eletrônico ficou completamente destruído
Caixa eletrônico do Banco do Brasil ficou completamente destruído

Pela manhã, os funcionários que chegavam para iniciar o dia de trabalho no prédio da Procuradoria Regional da Fazenda foram impedidos de entrar. O atendimento ao público e todas as atividades foram suspensas durante todo o dia de ontem e devem voltar ao normal hoje. O biólogo Felipe Marinho, 30 anos, mora perto do prédio e ouviu o barulho de dentro de casa. “No mesmo momento em que estavam dando os tiros também houve a explosão. Eu até falei que parecia um barulho de granada. Parecia uma guerra. Eles estavam bem armados. E tudo aconteceu num horário de muito movimento na avenida”, ressaltou Felipe.

O trânsito na via local em frente ao prédio foi interditado pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) e só foi liberado por volta das 11h. Dezenas de curiosos pararam em frente ao prédio para tirar fotos do estrago causado pelos assaltantes. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) foram ao local para iniciar a perícia, mas como se trata de um prédio federal, peritos da Polícia Federal também foram acionados e finalizaram o trabalho pericial. “Os PMs entregaram pra gente um saco cheio de cápsulas e nós achamos ainda mais de dez cápsulas e algumas cédulas destruídas. Ainda não sabemos qual foi o tipo de explosivo utilizado para detonar o caixa eletrônico”, disse o perito da PF Márcio Casé.

A procuradora regional Raquel Peruch Borges, ressaltou que o atendimento ao público precisou ser interrompido e os cerca de 200 funcionários foram dispensados do trabalho ontem. Equipes da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir) estiveram no local para avaliar a condição do prédio depois da explosão. “Amanhã (hoje) se o prédio for liberado estaremos voltando ao trabalho normalmente. Pedimos ao Tribunal Regional Federal a suspensão dos prazos judiciais de hoje (ontem) e amanhã (hoje) e suspendemos o atendimento ao público aqui no prédio”, informou a procuradora.