Por Maiara Melo
Às vésperas de completar dois meses de investigação sobre a morte do empresário Sérgio Falcão, dono da Falcão Construtora, uma das últimas testemunhas do caso prestou depoimento nessa segunda-feira, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Durante cerca de três horas, a esposa do principal suspeito, o policial militar Jailson Melo contou à polícia detalhes do comportamento do marido antes e depois do empresário ter sido encontrado morto dentro do seu apartamento de luxo na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A polícia ainda não sabe se foi um homicídio ou se o empresário cometeu suicídio.
De acordo com a delegada Vilaneida Aguiar, o caso está perto de ser concluído. Daqui a aproximadamente 10 dias, os laudos do Instituto de Criminalística (IC) serão liberados. “Ela só foi chamada para completar o inquérito. Algumas testemunhas ainda serão ouvidas. Nós temos algumas novidades, que não podem ser divulgadas no momento”, explicou a delegada.
O advogado do casal, André Fonseca, continua afirmando que o seu cliente é inocente e que Sérgio teria cometido o suicídio, mas que teria chamado o policial até o apartamento para montar um cenário de homicídio para receber o dinheiro do seguro de vida. “A apólice não é liberada em caso de suicídio, por isso ele precisava induzir um homicídio”, explicou. “Está no processo que ele tinha 20 anos de porte de arma e tinha uma arma em casa. Sérgio era um exímio atirador”, afirmou o advogado, tentando explicar como o empresário teria sido ágil ao tirar a arma da cintura de Jailson e disparado.
André Fonseca apresentou um arquivo com 56 páginas onde depoimentos e ofícios de policiais militares retratam a conduta de Jailson Melo. “O documento é público e só constam elogios ao sargento. São 30 anos de prestação de serviço ao estado, sempre com boa conduta”, disse. O inquérito será encerrado em aproximadamente 15 dias. “Acreditamos que ele não será acusado e o caso será arquivado”, concluiu André.