Uma estudante de economia viveu momentos de terror nas mãos de um criminoso depois de ser abordada no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Cidade Universitária. A vítima, de 20 anos, estacionou o carro próximo ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), quando o suspeito, que fingia falar ao celular, mostrou uma arma e exigiu que ela entrasse no veículo com ele.
Em seguida, foi obrigada a dirigir até um caixa eletrônico, fora da UFPE, para sacar dinheiro. No total, R$ 500. Ela foi deixada numa comunidade desconhecida, e o carro levado pelo bandido. O episódio, na noite da última sexta-feira, não é um caso isolado de violência registrada no campus da universidade.
Estudantes denunciam a rotina de insegurança, provocada principalmente pela falta de iluminação para coibir a ação de criminosos. “Não ando à noite por aqui porque sei do perigo. Há relatos de que homens ficam escondidos nas árvores para assaltar”, disse o mestrando de engenharia química Benjamin Lima, 23 anos. A estudante de ciências contábeis Rayane da Silva, 20, confirmou a denúncia. “Sempre procuro andar em grupo para não ser abordada”, contou.
A estudante de economia que foi vítima do sequestro-relâmpago precisou pedir ajuda a desconhecidos, depois de caminhar pelas ruas, para entrar em contato com os pais. Ela prestou queixa na Delegacia de Santo Amaro, mas o suspeito ainda não foi identificado. No sábado pela manhã, o carro foi encontrado, na BR-101. “Só senti a falta de uns CDs. O resto estava no lugar”, relatou. Uma postagem feita por ela, no Facebook, gerou repercussão entre os estudantes no final de semana.
O superintendente de segurança institucional da UFPE, Armando Nascimento, reconheceu que a falta de iluminação atualmente é o principal fator que gera a violência no campus. “Reforcei a segurança nos pontos mais críticos. Também coloquei uma viatura na área que vai do CCSA até o centro de engenharia química.”
Nascimento solicitou à PM que uma viatura fique embaixo do viaduto próximo à reitoria à noite. Ele disse ainda que em janeiro há um menor número de seguranças por conta das férias, o que acaba gerando registros de assaltos nesse período.