O Conselho de Sentença decidiu pela absolvição dos três policiais militares acusados de torturar e matar adolescentes no carnaval de 2006. O júri popular ocorreu ontem na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano. Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, os PMs Edvaldo Coelho Pereira Magalhães, Thiago Jackson Araújo e Weldes Felipe de Barros Silva eram acusados de dois homicídios consumados e 11 tentativas de homicídio. O julgamento foi presidido pelo juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti.
Os sete jurados que compuseram o Conselho de Sentença foram escolhidos por sorteio no início da sessão, às 9h50. Após nove horas de julgamento, o juiz anunciou em plenário a decisão dos jurados. As vítimas de tentativa de homicídio e as famílias das vítimas de homicídio podem recorrer da decisão.
De acordo com a denúncia do MPPE, em 28 de fevereiro de 2006 os policiais militares teriam obrigado 14 adolescentes a atravessarem a nado o Rio Capibaribe, ameaçados com revólver, a partir da Ponte Joaquim Cardoso, na Ilha Joana Bezerra. Por não saberem nadar, os adolescentes Diogo Rosendo Pereira e Zinael José da Silva morreram afogados. Os dois corpos foram encontrados boiando no rio na altura do bairro da Torre.
O primeiro julgamento do caso aconteceu no dia 20 de maio de 2015. A Justiça condenou os policiais Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva, cada um, a 96 anos de prisão. Na ocasião, o policial Irandi Antônio da Silva foi absolvido.
O tenente Sebastião Antônio Felix, oficial acusado de comandar o grupo de policiais militares que teria obrigado os adolescentes a pular no Rio Capibaribe, foi condenado a 150 anos e seis meses de prisão, em 14 de julho de 2015. Todos recorreram da sentença e respondem ao processo em liberdade.