A causa da morte do estudante de direito paraibano Hector Igor de Souza Lopes, 20 anos, pode ser esclarecida até o fim da semana. Segundo o delegado Guilherme Caraciolo, que assumiu as investigações, o IML deve antecipar o resultado do laudo que definirá se a vítima sofreu overdose ou foi assassinada. O corpo foi encontrado de cueca, com várias lesões, em Barra de Jangada, Jaboatão, na manhã do domingo. Na pochete havia uma substância semelhante ao LSD. O sepultamento aconteceu na tarde de ontem, em Campina Grande.
“Estou aguardando o inquérito do DHPP. Testemunhas prestaram depoimento à equipe de plantão. Hoje (ontem) ouvi um caseiro e um flanelinha, mas o laudo será fundamental”, afirmou o delegado. O paraibano e um grupo de amigos participavam da rave Liquid Sky, na Arena do Paiva. De lá, ele saiu para um show de brega a cerca de 350 metros. Hector teria sido visto dando socos no ar – o que aumenta a hipótese de que estaria sob efeito de drogas. A polícia não descarta a possibilidade de ele ter sido espancado. Também vai investigar se houve omissão de socorro da equipe médica da Liquid Sky.
A Polícia Civil de Pernambuco está responsável por investigar os motivos e descobrir quem são os culpados (se existirem) pela morte de um estudante de direito de 20 anos que veio da Paraíba para participar de uma rave no Grande Recife nesse final de semana. Hector Igor foi encontrado sem vida e com sinais de espancamento pelo corpo. O jovem, que segundo, parentes, amava as festas de música eletrônica foi quem organizou a vinda do grupo paraibano para a Reserva do Paiva e vendeu ingressos aos amigos que vieram com ele. Amigos esses que o deixaram para trás sem nem contarem à polícia o que poderia ter acontecido com ele.
O delegado da seccional de Jaboatão dos Guararapes, Joel Venâncio, deve designar ainda nesta segunda-feira um delegado para ficar responsável pelas investigações sobre a morte do universitário paraibano. Nesse domingo, o delegado de plantão João Furtado ouviu cinco depoimentos, todos de funcionários da festa rave, como seguranças e os responsáveis pelo evento. O corpo de Hector está sendo velado nesta manhã na Igreja Presbiteriana Renascer, no bairro das Malvinas, em Campina Grande, de onde deverá seguir para sepultamento.
Do Diario de Pernambuco
Mistério sobre a morte do universitário paraibano Hector Igor de Souza Lopes, 20 anos. O corpo do rapaz, com lesões na cabeça, nas costas e nas mãos, foi encontrado apenas de cueca a poucos metros da entrada de uma marina, onde acontecia um show de brega, na Reserva do Paiva, Litoral Sul do estado. Ele foi visto pela última vez na madrugada de ontem saindo de uma festa rave na Arena do Paiva. Um tablete com uma substância semelhante ao potente alucinógeno LSD e um algodão com éter estavam dentro da pochete onde foram encontrados os documentos, cartões de crédito e dinheiro do universitário. Overdose ou espancamento são as duas hipóteses levantadas pela polícia. A causa da morte só deve ser esclarecida nos próximos 15 dias, prazo para o laudo do IML ficar pronto. O exame deve apontar se Hector ingeriu drogas até morrer ou se foi agredido.
O universitário, natural de Campina Grande, cursava o terceiro período de direito na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa). Ele veio de van ao litoral pernambucano para a festa Liquid Sky com um grupo de amigos. Os jovens não foram localizados pela polícia. “Ainda não sabemos como ele se separou dos colegas. As testemunhas ouvidas disseram que ele tinha saído da rave para encontrar amigos num show de brega, que acontecia em outro espaço, distante cerca de 350 metros da Arena do Paiva”, contou o delegado João Felipe Furtado, plantonista do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O que aconteceu entre o local da festa de música eletrônica e a entrada do show de brega é uma incógnita.
Como o estudante foi encontrado com ferimentos, a polícia não descarta a possibilidade de ele ter sido espancado antes de morrer. “Vamos apurar se houve luta corporal. Não eliminamos nenhuma hipótese. As testemunhas não souberam esclarecer os fatos com precisão”, disse o delegado. As mãos de Hector estavam com marcas que indicavam pressão, como se ele tivesse sido amarrado ou segurado com força. A polícia ainda vai apurar se houve omissão de socorro, pelo tempo em que a vítima permaneceu sem receber atendimento. A produção da rave informou que a festa acontece com estrutura de atendimento médico e ambulâncias, mas que o fato ocorreu fora.
A família do rapaz veio ao Recife na tarde de ontem e cobrou mais responsabilidade dos produtores de festas. Os parentes de Hector foram até a sede do DHPP, na Imbiribeira, para pedir esclarecimentos. Depois, seguiram até a Reserva do Paiva, onde tentaram conversar com pessoas que teriam visto o que aconteceu com o universitário. De lá, foram até o IML, em Santo Amaro, para liberar o corpo. O enterro será hoje em Campina Grande.
Outro caso Em 2005, o estudante Rodrigo Correa Soares, 27, morreu ao saltar de uma altura de aproximadamente 50 metros, durante a realização de uma festa também da Liquid Sky na Lagoa Azul, em Jaboatão dos Guararapes. A perícia apontou a causa da morte como afogamento. Testemunhas afirmaram que Rodrigo mergulhou espontaneamente, caindo de costas sobre a lagoa.