Espírito Santo investe pesado em segurança e segue modelo de Pernambuco

Um alto investimento está previsto para a área de segurança pública no estado do Espírito Santo. Entre as ações esperadas estão a construção de novas unidades de polícia, aumento do efetivo e mais recursos operacionais. Em 2013, o setor contou com um orçamento de R$ 100 milhões. Desde 2011, cerca de R$ 240 milhões já foram aplicados na área e mais R$ 149 milhões serão investidos nas polícias Militar, Civil e Corpo de Bombeiros neste ano.

Vista da cidade de Vitória (ES). Foto: Mauricio Mercer/Divulgação
Vistas da cidade de Vitória (ES). Fotos: Mauricio Mercer/Divulgação

Dentre as ações desenvolvidas no ano passado estão o projeto Patrulha da Comunidade. Esse programa reforça a segurança em 19 bairros comerciais da Grande Vitória com policiais militares em motos e viaturas. O principal foco é a redução dos crimes contra o patrimônio. As ações desenvolvidas no Espírito Santo estão sob o comando do secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, que já foi secretário executivo de Defesa Social de Pernambuco.

Aqui no estado, Garcia trabalhou na gestão do secretário Rodney Miranda, que foi o responsável pelo início das ações do Pacto pela Vida em Pernambuco. Inclusive, o pacto pernambucano é o inspirador do programa Estado Presente, que tem ações semelhantes em desenvolvimento.

No Espírito Santo, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) investiu na compra de novas viaturas para as corporações. Desde 2011, são mais de 1600 veículos destinados ao trabalho operacional das forças de segurança, o que representa um orçamento de R$ 80 milhões, aproximadamente.

Para reforçar o policiamento ostensivo, o governo do Espírito Santo espera aumentar o efetivo da Polícia Militar que chegará a 10 mil policiais na ativa até 2014. Atualmente, a corporação conta com 7.800 servidores. Em Pernambuco, o efetivo está próximo de 20 mil policiais, mas a população ainda reclama e sente na pele a falta de policiamento nas ruas. Uma turma de aprovados no concurso da PM em 2009 ainda espera ser nomeada pelo governo do estado.

Na Polícia Civil, mais de mil policiais foram contratados desde 2011, o que tem agilizado o atendimento à população nas unidades policiais de todo o Estado e possibilitado a implantação do Plantão 24 Horas nas delegacias do interior. O Governo também informatizou os boletins de ocorrência registrados nas delegacias da Grande Vitória. Um software possibilita a digitalização de ocorrências e inquéritos policiais instaurados pela Polícia Civil do Espírito Santo. Até 2014, todas as unidades do Estado contarão com o programa. Aqui no estado, esse modelo também já foi implantado em algumas unidades policiais e está em fase de testes.

Com informações da assessoria de imprensa da Sesp

Pernambuco é o sexto estado mais violento do Brasil, diz Mapa da Violência

Segundo o Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo divulgado essa semana, o Nordeste tem quatro estados entre os seis mais violentos do Brasil. A partir da análise dos dados de 2000 a 2010, Alagoas aparece em primeiro lugar no ranking das mortes por armas de fogo com 55,3 mortes a cada 100 mil habitantes. Em seguida vem Espírito Santo com 39,4, Pará (34,6), Bahia (34,4) e Paraíba (32,8).

O estado de Pernambuco, que antes ocupava o segundo lugar, aparece agora na sexta posição com 30,3 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. A publicação destaca o Maranhão, atualmente em 20º, mas cujo número de vítimas cresceu 344,6% na década. Na opinião de Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pela publicação, os dados mostram o que ele denomina de “desconcentração da violência.” “A violência migrou para outros estados do país acompanhando novos polos de desenvolvimento local, a exemplo de Suape, em Pernambuco, e Camaçari, na Bahia, que além de mão de obra também atraem violência,” disse.

O Rio de Janeiro aparece em oitavo lugar no ranking, com 26,4 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes e São Paulo caiu 18 posições, saindo da sexta posição para 24ª, uma queda no índice de mortes por arma de fogo de 67,5%. A publicação não traz informações sobre as mortes por armas de fogo ocorridas nos últimos três anos.
Entre os anos de 1980 e 2010, as mortes causadas por armas de fogo aumentaram 346%, segundo o mapa. Nesse período, as vítimas passaram de 8.710, no ano de 1980, para 38.892, em 2010. No mesmo intervalo de tempo, a população do país cresceu 60,3%. “O que presenciamos foi um crescimento íngreme dos níveis de violência por arma de fogo, muito maior do que situações de conflito armado como as guerras do Golfo e do Afeganistão,” disse à Agência Brasil o sociólogo Julio Jacobo.

O levantamento, feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, traça um amplo panorama da evolução da violência letal no período. A publicação analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressão intencional de terceiros (homicídios), autoprovocadas intencionalmente (suicídios) ou de intencionalidade desconhecida cuja característica comum foi a morte causada por uma arma de fogo.

A publicação mostra que o “alto crescimento das mortes por armas de fogo foi puxado, quase exclusivamente, pelos homicídios, que cresceram 502,8%, enquanto os suicídios com armas de fogo cresceram 46,8% e as mortes por acidentes com armas caíram 8,8%.”

Com informações da Agência Brasil

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Mais de 67% das vítimas mortas por arma de fogo são jovens