A Central de Problemas da Polícia Civil do estado

Policiais civis que trabalham na Central de Flagrantes da Capital da Polícia Civil, na Rua Odorico Mendes, no bairro de Campo Grande, no Recife, onde também funciona o Instituto de Ciminalística (IC), denunciam que estão trabalhando em condições “insalubres e precárias”. O local é onde são registrados os autos de prisão em flagrantes após o horário de encerramento do expediente das delegacias distritais.

Foto: Reprodução Google Street View
Foto: Reprodução Google Street View

Segundo a denúncia recebida pelo blog, lá existem quatro delegacias de plantão e uma delegacia de Programa de Jornada Extra de Segurança Pública (Pjes), no entanto, haveria apenas três impressoras nos corredores para atender à demanda dessas cinco delegacias. “As pessoas têm que se deslocar da sua sala e ir buscar as impressões no corredor. Esse uso, inclusive, sobrecarrega os toners das impressoras, causando, às vezes, paralisação dos serviços pelo desgaste do mesmo”, disse um policial.

Outra reclamação dos servidores do local é sobre o sistema de refrigeração. “Sem exceção nenhuma, os ar condicionados de todas as salas estão cheios de poeira, com forte possibilidade de transmitir doenças respiratórias. Existem salas que os ar condicionados estão quebrados, só fazem ventilar. Não existe manutenção nesses aparelhos e alguns estão com pingueiras intermináveis”, reforçou outro policial.

Os policiais reclamam também que os dormitórios localizados nessas delegacias não têm nenhum tipo de ventilação. “No banheiro masculino tem um vazamento de água há meses e nunca foi consertado. Além disso, ou as pessoas levam água para beber ou morrem de sede ou contaminados com a água do bebedouro, que nunca recebeu tratamento na caixa de água de onde a água é retirada”, ressaltou.

Uso de viaturas vira prioridade nas ruas do Recife

A PM afirma que não há intenção de retirar todos os postos das ruas. Segundo a assessoria, está havendo uma troca de pontos fixos por viaturas em lugares específicos, já que a circulação de policiais seria mais efetiva do que o posto, que limitava a atuação dos policiais.

Cinco viaturas atendem atualmente o Centro. Em relação à retirada do PPO da Sete de Setembro, o 16º Batalhão informa que atendeu recomendação da Defesa Civil. Comerciantes da área contaram que um bloco de cimento de um prédio caiu perto dos policiais.

A PM deslocou uma viatura com três policiais para a área, que compensa também outros dois postos retirados das praças Maciel Pinheiro e da Independência.

Em relação ao PPO da Jaqueira, o 11º BPM diz que ele foi desativado pela necessidade de deslocamento do efetivo. A PM informa que a região conta com uma dupla da ciclopatrulha, que faz rondas até as 19h. Após esse horário, uma viatura da Patrulha do Bairro fica em ponto fixo até o fechamento do parque, às 22h, e depois faz rondas, voltando ao posto a cada 15 minutos.

O batalhão informa que uma dupla de motopatrulha também atua na área. Segundo a PM, cinco ocorrências de flagrantes de uso de drogas no parque foram coibidas após a retirada do efetivo do posto.

Leia mais sobre o assunto em:

Postos de policiamento ostensivo desativados no Recife

Livro relata cotidiano dos presídios pelos olhos dos agentes

Quem nunca entrou em uma unidade prisional ou nunca teve um parente encarcerado, não faz ideia do que acontece por trás dos muros altos daqueles lugares. A vida na prisão e algo difícil de encarar e assusta a quem conhece um pouco do que acontece em meio aos prisioneiros.

Depois de 23 anos frequentando cadeias, o escritor Drauzio Varella resolveu botar no papel tudo aquilo que viu e ouviu dos agentes penitenciários com os quais teve contato nesse período. O resultado está no livro Carcereiros, publicado pela Companhia das Letras.

Foto Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Livro revela fatos do interior das cadeias. Foto Wagner Oliveira/DP/D.A Press

No livro, o médico e escritor traz relatos impressionantes dos profissionais que dedicaram anos das suas vidas ao trabalho nas cadeias. Ele revela ainda como funciona o submundo nesses locais, os casos de agressões, os flagrantes e as muitas histórias que escutou em mais de duas decadas.

A leitura e recomendada para quem trabalha no Sistema Penitenciário, para quem gosta do tema e para quem curiosidade de saber um pouco mais da vida no cárcere.