A família do cabo reformado da PM José Camilo Rodrigues, 74 anos, que teve o corpo queimado no necrotério do Hospital da Polícia Militar após sua morte na última quarta-feira prestou queixa na tarde desta sexta-feira na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social. Segundo Josenaide Mônica Rodrigues, que é uma das filhas do aposentado, os parentes denunciaram tanto a unidade de saúde, quanto o Instituto de Medicina Legal (IML), onde o corpo, por pouco, não foi entregue errado à família.
“Fomos à Corregedoria fazer as denúncias e também vamos entrar com um processo contra o estado. Meu pai passou mais de dois meses internado naquele hospital e não recebeu nenhum tratamento para câncer. Houve muita negligência”, ressaltou Josenaide Rodrigues, que esteve na Corregedoria acompanhada de outros familiares.
A Polícia Militar de Pernambuco determinou a abertuta de uma sindicância para investigar as causas do incidente envolvendo o cabo reformado. Por meio de nota, a PM disse ainda que “o prontuário médico do paciente será disponibilizado aos familiares assim que um representante legal requisite formalmente a documentação à direção do hospital”.
O Instituto de Criminalística (IC) foi acionado para a realização de perícia no local. Amostras de pele do aposentando serão analisadas para tentar identificar a presença de algum elemento inflamável. O exame pode esclarecer se a presença de um agente externo queimou o cadáver ou se foi uma combustão natural.
Segundo o médico Glaucius Veras, a possibilidade de ter ocorrido auto-combustão é praticamente nula. “Em 40 anos de medicina e aolongo da minha vivência de legista, nunca vi nada sobre isso. É praticamente uma lenda urbana, como aspecto fisiológico é praticamente impossível isso ter acontecido”, esclareceu.