Por Raphael Guerra
Padres, membros de irmandades da Igreja Católica e funcionários de pelo menos seis funerárias estão sendo investigados por fazerem parte de um esquema de venda ilegal de túmulos no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos estariam se aproveitando da fragilidade de familiares de pessoas mortas para comercializarem espaços pertencentes às irmandades religiosas por preços que chegam a R$ 800.
Oito vítimas já prestaram depoimento. O vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, monsenhor Albérico de Almeida, também foi ouvido como testemunha. Ele confirmou que há instituições da Igreja proibidas, pelo estatuto criados por elas, de vender ou alugar túmulos. Diante da gravidade, o Ministério Público de Pernambuco passou a acompanhar o caso.
As denúncias começaram a ser investigadas há três meses. Pelo menos três padres são suspeitos de participação no esquema por terem autorizado a venda dos túmulos.
À polícia, as vítimas relataram que, ao procurarem funerárias próximas ao cemitério, foram abordadas por funcionários que alegaram falta de vagas. Mostrando-se solidários, porém, eles afirmaram que tentariam conseguir um túmulo e pediram um telefone para contato.
Pouco tempo depois, as vítimas receberam telefonemas, que informaram que havia vaga de posse das irmandades católicas. Para isso, precisariam pagar a taxa de R$ 38,80 à prefeitura e até R$ 800 em dinheiro à vista. No inquérito ainda consta que um suposto padre também era indicado aos familiares para o momento de oração no velório por R$ 100.
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