O delegado da Boa Vista, Adelson Barbosa, pretende concluir, até o fim deste mês, o inquérito que apura as denúncias de venda ilegal de túmulos das irmandades. Ele já tem em mãos alguns dos nomes dos suspeitos que serão indiciados por estelionato, formação de quadrilha e crime contra a economia popular. A quantidade de pessoas e os nomes, porém, estão sendo mantidos em sigilo. O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público de Pernambuco.
“Estamos bem adiantados, mas a cada dia aparecem novas provas e mais testemunhas que precisam prestar esclarecimentos. Já foram ouvidas mais de 40”, pontuou o delegado. Ao longo de mais de três meses de investigações, ficou comprovado que o grupo agia há pelo menos seis anos e envolvia nomes de padres. Notas fiscais com CNPJ das irmandades católicas (algumas inclusive com valores alterados) foram apreendidas e estão anexadas ao inquérito.
Entre as vítimas, que pagaram valores superfaturados, estão um médico e um professor universitário. O delegado informou ontem que ainda não sabe se será mesmo necessário o depoimento do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. “Caso seja, não será feito na delegacia”, disse. O objetivo é evitar o assédio da imprensa, visto que a ouvida visa, basicamente, entender a relação das irmandades com a Igreja Católica.