Missa em homenagem a Mirella Sena será na capela do Colégio Damas

Parentes e amigos da fisioteraputa Tássia Mirella Sena de Araújo, 28 anos, assassinada pelo vizinho no flat onde morava, no último dia 5, em Boa Viagem, participarão da missa de sétimo dia em sua homenagem na noite desta terça-feira. A celebração está marcada para as 19h e vai acontecer na capela do Colégio Damas, na Avenida Rui Barbosa, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. A família e os amigos de Mirella estarão vestidos com a mesma camisa usada no protesto realizado na manhã do último domingo na Avenida Boa Viagem.

Pais de Mirella participarão da celebração. Foto: Julio Jacobina/DP
Pais de Mirella participarão da celebração. Foto: Julio Jacobina/DP

Os pais da fisioterapeuta, Suely e Wilson, estarão presentes na celebração. Segundo a Polícia Civil, Mirella foi morta por Edvan Luiz da Silva, 32, que foi autuado em flagrante por homicídio qualificado e encaminhado ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, onde está isolado dos demais presos. Nesta segunda-feira, a companheira de Edvan, que não teve o nome revelado, prestou depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro. De acordo com o delegado Francisco Océlio, a mulher disse não saber que Edvan tivesse comportamento estranho em relação a outras mulheres.

Mirella tinha 28 anos e foi morta dentro de casa. Foto: Reprodução/Facebook
Mirella tinha 28 anos e foi morta dentro de casa. Foto: Reprodução/Facebook

A polícia espera ainda os resultados do exame sexológico, que deve apontar se Mirella sofreu abuso sexual, e do toxicológico, que vai indicar se havia drogas no corpo de Edvan no momento do crime. O delegado ressaltou que tem até está quarta-feira (12) para concluir o inquérito e enviá-lo à Justiça. Na última sexta-feira, os pais de Mirella foram ouvidos pelo delegado responsável pelas investigações. Uma missa também será celebrada nesta terça-feira na capela da Universidade Católica de Pernambuco em homenagem a Mirella. A missa começará às 18h. Mirella formou-se em fisioterapia pela Unicap.

Ladrões invadem Igreja de São Miguel Arcanjo e furtam objetos

A Delegacia do Espinheiro está investigando o furto do Ostensório do Oratório da Igreja de São Miguel Arcanjo, localizada na Rua Marquês do Paraná, no bairro do Espinheiro, ocorrido nesse final de semana. A peça foi levada da igreja entre os dias 4 e 5 deste mês. O Ostensório é usado em atos da Igreja Católica para expor solenemente a Hóstia Consagrada sobre o altar ou para transportá-la em procissões. Além do Ostensório, os criminosos levaram ainda o cofre da igreja, uma mesa de som e um microfone sem fio.

Ostensório é
Ostensório é usado para expor a hóstia consagrada. Foto: WhatsApp/Divulgação

Não se sabe ainda quantas pessoas entraram no local, mas uma das portas da igreja foi arrombada e os fios do alarme foram cortados durante a ação criminosa. Havia uma pequena quantia de dinheiro no cofre e a igreja não tem câmeras de monitoramento. De acordo com o frei Paulo Sérgio Feitosa, pároco da Igreja do Espinheiro e reitor do Oratório de São Miguel Arcanjo, a central de alarme da igreja também foi destruída. “Percebemos que a igreja havia sido invadida nessa segunda-feira. Já procuramos a polícia e estamos esperando as investigações”, contou frei Paulo.

A Polícia Civil vai solicitar imagens das câmeras de segurança dos edifícios que ficam nas proximidades da igreja para tentar identificar os criminosos. Como peças iguais ou parecidas com o Ostensório não são vistas facilmente nas ruas, a igreja e a polícia esperam que quem tiver informações sobre os criminosos possam telefonar para o Disque-Denúncia pelo número (81) 3421-9595. O anonimato da ligação é garantido. A insegurança no estado está deixando a população cada dia mais assustada. Além dos constantes assaltos a bancos e ônibus, agora, nem as igrejas estão livres da criminalidade.

Igreja de skatistas entrega praça aos moradores do Coque

Área de lazer foi comemorada pelo moradores. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Área de lazer foi comemorada pelo moradores. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press

Depois de promover um final de semana de congresso sob o Viaduto Capitão Temudo, no Coque, bairro de São José, os integrantes da Ação de Rua e Cultura Alternativa (Arca), igreja que surgiu em 1999 a partir da ideia de cinco skatistas do Recife, deixaram a comunidade com a sensação de dever cumprido. Além disso, uma praça toda montada de materiais recicláveis foi entregue para o lazer dos moradores da comunidade, que já foi considerada uma das mais violentas do Recife. Durante o evento foram debatidos temas como violência contra a mulher e contra a criança, violência e exploração sexual infantil, violência urbana, além de fé e política.

Várias atividades foram desenvolvidas durante o final de semana sob o viaduto
Várias atividades foram desenvolvidas durante o final de semana sob o viaduto

O encontro foi aberto ao público e gratuito e teve ainda apresentações artísticas, culturais, bazar e uma feirinha com a comunidade. A auxiliar de serviços gerais Edjane Maria da Silva, 34 anos, participou do congresso e aprovou a iniciatava da Arca em montar a praça. “O evento foi uma coisa muito boa para todos nós. É muito importante isso que a Arca está fazendo aqui. A praça ficou uma maravilha. Agora cabe à população preservar esse espaço”, ressaltou Edjane.

Simone, as filhas e a sobrinha já aproveitaram o novo espaço durante o congresso
Simone, as filhas e a sobrinha já aproveitaram o novo espaço durante o congresso

A telefonista Simone Batista, 39, também é moradora do Coque. Ontem pela manhã acompanhava a filha e a sobrinha nas atividades do congresso. “Essa iniciativa foi ótima. Tenho quatro filhas e todas elas adoraram a praça que foi montada nesse espaço. Foi um bem muito grande para a população. Eu já inaugurei um dos bancos quando assisti ao culto no sábado”, contou Simone.

A administradora Girlene Correia Braz, 40, faz parte da Igreja Apostólica Viva de Boa Viagem e participou do evento. “Achei muito impactante a escolha do local e o modo como foi feito todo o trabalho na comunidade. Nunca tinha vindo no Coque e não sei se viria se não fosse dessa forma. Todos que participaram da iniciativa irão sair ganhando, os participantes e os moradores da comunidade”, ressaltou Girlene. Na manhã de ontem, banda Sal da Terra fez todo mundo dançar ao som do forró pé-de-serra.

Pastor Daniel Oliveira, conhecido como Caveira, é um dos fundadores da Arca
Pastor Daniel Oliveira, conhecido como Caveira, é um dos fundadores da Arca

De acordo com Daniel Oliveira, mais conhecido como Caveira, todo o evento foi desenvolvido a partir de doações e parcerias. “Além de todas as discussões de temas que fizemos aqui, tivemos a iniciativa de deixar esse espaço de lazer para a comunidade. Fizemos arquibancadas para assisterem aos jogos, bancos e até mesinhas para a diversão do pessoal. Em todos nossos eventos, montamos um espaço de conviniência. Nesse daqui vamos deixá-lo para a população do Coque”, destacou Caveira, que é pastor e um dos fundadores de igreja.

Arca
A Arca nasceu como o Ministério Skatistas de Cristo e, inicialmente, seus integrantes – uma turma de jovens skatistas e frequentadores da cena underground – encontravam-se nas dependências da Primeira Igreja Batista do Recife, no Centro do Recife. A ideia era reunir pessoas que não se encaixavam em modelos pré-fabricados, mas que desejavam ouvir mensagens da Bíblia. O grupo atua no cenário urbano com trabalhos voltados para alcançar pessoas à margem da sociedade, como os dependentes de drogas.

Agiotagem dentro de igreja no Recife

Localizada no coração da região central do Recife e visitada por dezenas de fiéis durante todos os dias, a Igreja do Divino Espírito Santo, em Santo Antônio, foi cenário de uma prisão na manhã de ontem. Após 15 dias de investigação, agentes da Delegacia do Cordeiro prenderam um policial civil aposentado suspeito de fazer empréstimos nas dependências do templo.

Crime acontecia nos bancos da igreja do Divino Espírito Santo. Foto: Débora Rosa/Esp.DP/D.A Press
Crime acontecia nos bancos da igreja do Divino Espírito Santo. Foto: Débora Rosa/Esp.DP/D.A Press

Apesar de ter sido flagrado quando emprestava dinheiro a uma mulher, o suspeito negou que estivesse praticando o crime. Ele foi autuado em flagrante, mas liberado em seguida. Segundo a polícia, o suposto agiota ficava com cartões de Bolsa Família das vítimas e usava o pagamento como garantia.

De acordo com o delegado João Gustavo Godoy, o policial aposentado não foi encaminhado ao presídio porque o crime de agiotagem tem pena menor que três anos. “A pena varia de seis meses e dois anos de prisão. Segundo a lei, não se pode cobrar fiança nem encaminhar o preso para uma unidade prisional. O homem negou que estivesse praticando agiotagem, mas foi flagrado emprestando R$ 200 a uma mulher que pagaria R$ 230, sendo R$ 30 de juros”, acrescentou o delegado.

Também de acordo com a polícia, com o suspeito foram encontrados vários cartões do Bolsa Família. “Ele costumava ficar com os cartões das pessoas que o procuravam, para no dia do pagamento ele fazer o saque e cobrar os juros. Tudo isso era acertado entre ele e essas pessoas que pediam o empréstimo dentro da igreja. Recebemos essa denúncia há mais de duas semanas e hoje (ontem) por volta do meio-dia conseguimos fazer a prisão”, completou o delegado João Gustavo Godoy.

Segundo a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Olinda e Recife, além dessa pessoa, um locatário da igreja também chegou a ser investigado pelos policiais. Ainda de acordo com a arquidiocese, a administração do templo disse que o homem preso em flagrante não tinha nenhuma ligação com a igreja. Já o locatário, que vendia artigos religiosos no templo, terá que deixar de comercializar seus produtos no local até amanhã.

Senhor ladrão, não precisa entrar

Quem passa pela Avenida Norte, principal corredor de acesso à Zona Norte do Recife, tem percebido um recado inusitado deixado nos muros de uma escola da igreja de São Sebastião. É que o padre responsável pela capela fixou duas faixas como sinal de protesto.

Cansado dos constantes arrombamentos, o pároco resolveu apelar aos bandidos para que não entrassem mais na igreja para roubar, criticando também a impunidade. Na semana passada, o Diario de Pernambuco e o blog publicaram notícias sobre a onda de violência nos bairros de Santo Amaro e Boa Vista. O medo tem deixado moradores e trabalhadores dos dois lugares assustados.

Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

O religioso da igrejda de São Sebastião também atua na Igreja de Santo Amaro, localizada nas proximidades do Cemitério dos Ingleses, e que também foi arrombada várias vezes. Na ação da igreja da Avenida Norte, os criminosos arrombaram a janela do salão paroquial e levaram um cofre e as lâmpadas.

Na sacristia, arrombaram um cofre e levaram as doações dos fiéis, além das  lâmpadas da sala. Uma câmera de segurança da Secretaria de Defesa Social instalada próximo à igreja e pode ter registrado a entrada dos ladrões.

ONU quer rigor da Santa Sé na investigação de casos de exploração sexual

A Organização das Nações Unidas (ONU) pede que a Santa Sé tome providências para punir, monitorar e investigar casos de abuso sexual de menores no âmbito da Santa Sé. O Comitê de Direitos da Criança (CRC) do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos divulgou essa semana documento no qual avalia a implementação da Convenção dos Direitos da Criança pela Santa Sé e concluiu que as medidas tomadas pela Igreja nos últimos anos não foram suficientes.

“O Comitê  [de Diretos da Criança] está particularmente preocupado que, ao lidar com denúncias de suposta violação sexual de crianças, a Santa Sé tem consistentemente preservado a reputação da Igreja e a proteção dos autores, em detrimento do interesse da criança”, informa o relatório.

A ONU entende que a Santa Sé não tem consciência nem da extensão, nem da gravidade das violações contra crianças que ocorrem no âmbito da Igreja. Além disso, o relatório destaca que as medidas de proteção adotadas são insuficientes e têm levado à impunidade. Para a organização, os culpados têm de ser entregues às autoridades para serem julgados e punidos pela Justiça e não acobertados pela Igreja.

“Pessoas que conhecidamente abusam sexualmente de crianças têm sido transferidas de paróquia a paróquia ou para outros países na tentativa de cobrir esses crimes, prática documentada por várias comissões nacionais de inquérito”, explica o documento, que ainda informa que a prática permite que os violadores continuem em contato com crianças e pratiquem abusos.

Uma das recomendações do documento é que a Santa Sé intensifique, implemente e coordene políticas de proteção a crianças e adolescentes em todos os conselhos da Igreja, conferências episcopais e em quaisquer outras instituições de natureza religiosa que funcionem sob a égide da Santa Sé, como escolas. Para a organização, essas medidas devem ser financiadas pelo orçamento da própria Santa Sé, com previsão de recursos financeiros, técnicos e humanos.

O relatório divulgado nessa quarta-feira cita temas polêmicos no âmbito da Igreja católica, como homossexualidade, direitos civis, liberdades, violência, questão de gênero e HIV/aids. Entre as críticas à Santa Sé, a ONU considera que a estigmatização da homossexualidade pela Igreja contribui para a violência contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros adolescentes e contra crianças criadas por pais do mesmo sexo. O documento recomenda que a Santa Sé não utilize mais o termo “ilegítimas” ao se referir a crianças nascidas fora do casamento, o que considera discriminatório.

Da Agência Brasil

Polícia investiga padres e funerárias que estariam superfaturando túmulos

Por Raphael Guerra

Padres, membros de irmandades da Igreja Católica e funcionários de pelo menos seis funerárias estão sendo investigados por fazerem parte de um esquema de venda ilegal de túmulos no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos estariam se aproveitando da fragilidade de familiares de pessoas mortas para comercializarem espaços pertencentes às irmandades religiosas por preços que chegam a R$ 800.

Por uma vaga, parentes dos mortos têm que desembolsar valores de até R$ 800 (BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS)

Oito vítimas já prestaram depoimento. O vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, monsenhor Albérico de Almeida, também foi ouvido como testemunha. Ele confirmou que há instituições da Igreja proibidas, pelo estatuto criados por elas, de vender ou alugar túmulos. Diante da gravidade, o Ministério Público de Pernambuco passou a acompanhar o caso.

As denúncias começaram a ser investigadas há três meses. Pelo menos três padres são suspeitos de participação no esquema por terem autorizado a venda dos túmulos.
À polícia, as vítimas relataram que, ao procurarem funerárias próximas ao cemitério, foram abordadas por funcionários que alegaram falta de vagas. Mostrando-se solidários, porém, eles afirmaram que tentariam conseguir um túmulo e pediram um telefone para contato.

Pouco tempo depois, as vítimas receberam telefonemas, que informaram que havia vaga de posse das irmandades católicas. Para isso, precisariam pagar a taxa de R$ 38,80 à prefeitura e até R$ 800 em dinheiro à vista. No inquérito ainda consta que um suposto padre também era indicado aos familiares para o momento de oração no velório por R$ 100.

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