O primeiro gol da 6ª rodada do Pernambucano 2018 saiu numa cobrança de pênalti, com o meia alvirrubro Júnior Timbó (acima) convertendo na Arena Pernambuco, abrindo a goleada sobre o Salgueiro. Em Pesqueira, o atacante Thomás Anderson (abaixo) empatou o jogo para a Acadêmica Vitória, diante do Belo Jardim, ampliando a sua artilharia na competição, agora com 6 gols marcados – na média, um por rodada. Além duas duas penalidades, a rodada também ficou marcada, em termos de arbitragem, pelas quatro expulsões, movimentando bastante as listas atualizadas pelo blog.
Abaixo, as listas de pênaltis e expulsões após 30 partidas realizadas.
Pênaltis a favor (8) 2 pênaltis – Náutico e Vitória (perdeu 1) 1 pênalti – Afogados, América, Central e Salgueiro (perdeu 1) Sem penalidade – Belo Jardim, Flamengo, Pesqueira, Santa Cruz e Sport
Pênaltis cometidos (8) 2 pênaltis – América (defendeu 1), Belo Jardim (defendeu 1) e Vitória 1 pênalti – Afogados e Salgueiro Sem penalidade – Central, Flamengo, Náutico, Pesqueira, Santa Cruz e Sport
A 6ª rodada do Campeonato Pernambucano de 2018 começou no dia 6 e só acabou no dia 14 de fevereiro. Desmembrada, com um enorme carnaval no meio, a rodada marcou o pior público até o momento. Com o Sport de folga, os cinco jogos levaram apenas 3.947 torcedores aos estádios, com média 789 pessoas, disparada a pior da competição (semelhante ao nível da Série A2). Em reação aos resultados, além do retorno do timbu à ponta, destaque para a vitória tricolor, com o time, o maior campeão estadual da década, saindo do Z2 direto para o G8. Por sinal, um hipotético confronto nas quartas de final, hoje, marca o Clássico das Multidões. Quanto à artilharia, Thomas Anderson (Vitória) a ampliou a liderança isolada, agora com 6 gols.
Náutico 4 x 0 Salgueiro – Os dois times escalaram vários reservas, priorizando o Nordestão na semana. Na Arena, a formação timbu foi bem superior, com a base encaminhando a maior goleada do competição
Belo Jardim 2 x 2 Vitória – O calango chegou a virar a partida, mas cedeu o empate ao time de Vitória de Santão, que segue invicto, embora tenha perdido a liderança. O jogo registrou o pior público do Estadual: 88 pessoas
Flamengo 0 x 1 Pesqueira – O time Arcoverde perdeu a segunda seguida em casa, pelo mesmo placar. Em ambos os casos, para clubes que ainda não haviam vencido na competição. A consequência? Caiu para a lanterna isolada
América 0 x 1 Central – Após três empates consecutivos, a patativa voltou a vencer. Com o primeiro resultado positivo fora de casa, se manteve no G4 e ampliou a invencibilidade no ano para 8 jogos – 6 no Estadual e 2 amistosos
Afogados 0 x 1 Santa Cruz – Os corais jogaram desfalcados – de Tiago Machowski, destaque até aqui -, mas finalmente venceram. O sufoco no sertão foi enorme, mas o tricolor contou, também, com a má pontaria da coruja
Destaque – Rafael Assis. Após um bom tempo, o atacante fez a sua estreia pelo Náutico, entrando no 2T e dando duas assistências para gols
Carcaça – O borderô do Belo Jardim. Jogando pela 3ª vez como mandante, outra vez a 37 km de sua cidade, o time levou apenas 88 torcedores ao jogo
Próxima rodada (Vitória folga) – atualizada em 16/02 17/02 (18h30) – Santa Cruz x Náutico (Arruda) – Premiere 17/02 (20h00) – Afogados x Pesqueira (Vianão) 18/02 (16h00) – Central x Belo Jardim (Lacerdão) – FPF/internet 18/02 (17h00) – Sport x América (Ilha do Retiro) – Globo 18/02 (20h00) – Salgueiro x Flamengo (Cornélio de Barros)
A classificação após 6 rodadas (verde = quartas; vermelho = descenso).
Os regulamentos oficiais das três principais divisões do Campeonato Brasileiro foram publicados pela CBF. As normas envolvem 60 clubes em 2018, com algumas mudanças organizacionais, à parte da competitividade no futebol, naturalmente. Abaixo, as principais diferenças observadas pelo blog. Caso queira conferir os regulamentos, eis os links: Série A, Série B e Série C.
Série A Nº de clubes: 20* (sendo 4 nordestinos) Nº de jogos: 38 (para todos os times) Duração da competição: de 14/04 a 02/12 Preço mínimo do ingresso: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) Capacidade mínima do estádio: 12.000 lugares Limite de jogadores inscritos: não tem Prazo de inscrição de jogadores: até 04/09 Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 6 por jogador Passagens e hospedagens: cada clube é responsável por sua despesa
* América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthians, Chapecoense, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Paraná, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória
Série B Nº de clubes: 20** (sendo 4 nordestinos) Nº de jogos: 38 (para todos os times) Duração da competição: de 13/04 a 24/11 Preço mínimo do ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) Capacidade mínima do estádio: 10.000 lugares Limite de jogadores inscritos: 40 atletas Prazo de inscrição de jogadores: até 10/09 Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 6 por jogador Passagens e hospedagens: CBF banca até 30 pessoas a cada jogo fora
** Atlético-GO, Avaí, Boa Esporte, Brasil-RS, Coritiba, CRB, Criciúma, CSA, Fortaleza, Figueirense, Goiás, Guarani, Juventude, Londrina, Oeste, Paysandu, Ponte Preta, Sampaio Corrêa, São Bento-SP e Vila Nova
Série C Nº de clubes: 20*** (sendo 8 nordestinos) Nº de jogos: de 18 (para todos os times) a 24 (para os finalistas) Duração da competição: de 14/04 a 23/09 Preço mínimo do ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) Capacidade mínima do estádio: não tem (apenas na final, com 10.000) Limite de jogadores inscritos: 35 atletas (sendo 5 do Sub 23) Prazo de inscrição de jogadores: até 15/06 Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 3 por jogador Passagens e hospedagens: CBF banca até 30 pessoas a cada jogo fora
***ABC, Atlético-AC, Botafogo-PB, Botafogo-SP, Bragantino, Confiança, Cuiabá, Globo-RN, Joinville, Juazeirense, Luverdense, Náutico, Operário-PR, Remo, Salgueiro, Santa Cruz, Tombense-MG, Tupi, Volta Redonda e Ypiranga-RS
A CBF divulgou o regulamento oficial do Brasileirão de 2018. O documento (íntegra abaixo) é relativamente simples, com 14 páginas e algumas mudanças acerca da Série A, que terá quatro nordestinos nesta edição: Sport, Bahia, Vitória e Ceará. Destaco sete pontos da fórmula votada no conselho técnico da competição, realizado no Rio de Janeiro. O sistema de disputa, lembrando, é o mesmo desde 2006, com vinte clubes e pontos corridos.
Artigo 5 – As doze vagas internacionais Libertadores: 1º, 2º, 3º e 4º na fase de grupos; 5º e 6º na fase preliminar Sul-Americana: 7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º, todos na primeira fase
Obs. Caso os possíveis campeões da Liberta, Sula e Copa do Brasil de 2018 terminem na zona de classificação internacional, a vaga via Série A será do clube seguinte, excluídos os assegurados nas copas da Conmebol, claro. Logo, há a possibilidade de até 15 times classificados (Liberta + Sula).
Artigo 10 – Transferências de jogadores: entre clubes da elite, atletas com no máximo 6 jogos disputados na competição. Por sinal, cada time só pode contratar até cinco jogadores oriundos da Série A, sendo no máximo três de um mesmo clube. À parte disso, só poderá obter reforços em outros mercados (Séries B, C e D, além das duas janelas internacionais, de 10/01 a 02/04 e de 20/06 a 20/07). O prazo de registro de contratos vai até 4 de setembro.
Artigo 13 – Critérios de desempate na classificação: 1) vitórias, 2) saldo, 3) gols pró, 4) confronto direto (somando ida e volta), 5) menos cartões vermelhos, 6) menos cartões amarelos, 7) sorteio. Obs. Nunca houve sorteio.
Artigo 16 – Preço mínimo do ingresso: R$ 40, inteira; R$ 20, meia-entrada (abaixo disso, só com autorização da CBF, como vem ocorrendo nos últimos anos). Ah, a renda líquida é do mandante, como frisa o artigo 14.
Artigo 19 – Punição por salário atrasado: 3 pontos por jogo caso atrase o pagamento da folha salarial a partir de 30 dias – execução da pena após a análise do STJD. Comprovada a dívida, o tribunal dará 15 dias para que o clube quite o débito com o jogador/elenco – visando a revogação da sanção.
Artigo 20 – A capacidade mínima dos estádios é de 12 mil espectadores. Portanto, os quatro nordestinos têm ao menos dois palcos à disposição em suas cidades: Sport (1º Ilha do Retiro, 30 mil; 2º Arena PE, 45 mil), Bahia (1º Fonte Nova, 50 mil; 2º Pituaçu, 32 mil), Vitória (1º Barradão, 35 mil; 2º Fonte Nova, 50 mil) e Ceará (1º Castelão, 63 mil; 2º Presidente Vargas, 20 mil).
Artigo 21 – Mudança de mando de campo: o clube só poderá jogar fora da jurisdição de sua federação estadual em até cinco jogos. No entanto, nas últimas cinco rodadas a mudança de estado é vetada.
Acima, algumas das partidas transmitidas no Estadual de 2018: Náutico 3 x 0 Sport (Globo NE e Premiere), América 2 x 0 Santa Cruz (Globo NE), Sport 2 x 0 Pesqueira (Premiere), Náutico 4 x 0 Salgueiro (SporTV e Premiere)
O atual contrato de transmissão do Campeonato Pernambucano se encerra em 2018. Nesta temporada, a última das quatro negociadas, o valor total para os onze clubes chega a R$ 4,42 milhões. Trata-se da projeção a partir da correção anual, feita sob contrato, através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Quando o acordo começou vigorar, em janeiro de 2015, cada grande clube da capital recebeu R$ 950 mil, somando luvas e cota fixa, enquanto os demais intermediários receberam R$ 110 mil, nos mesmos moldes. Portanto, a cada ano o valor-base do futebol é atualizado.
Através do site do Banco Central do Brasil é possível calcular a correção das últimas cotas (abaixo). De 2015 para 2016, por exemplo, o aumento acumulado foi de “11,8045%”. Neste ano, porém, houve um leve decréscimo (em relação ao valor de 2017). Somadas, as parcelas atualizadas de Náutico, Santa e Sport chegam a R$ 3.384.597 – o Madureira, citando um exemplo de contraste, recebeu R$ 4 milhões pelo campeonato carioca. Em 2019 começa a um novo contrato, já assinado e também com quatro anos de duração. Novamente com a Globo Nordeste, que manteve os direitos nas cinco plataformas (tevês aberta e fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet). Em sinal aberto, a audiência da última edição variou de 20,9 a 41,9 pontos – acima da média nacional. Para o futuro contrato, com cotas ainda não reveladas, Náutico, Santa e Sport receberam R$ 1 milhão de luvas, cada.
Receita original da televisão/ano Clubes grandes – R$ 700 mil (cota) + R$ 250 mil (luva) Clubes pequenos – R$ 60 mil (cota) + R$ 50 mil (luva)
Cotas do Campeonato Pernambucano (contrato 2015-2018):
2016 (janeiro) Grandes (3) – R$ 1.062.142 (+11,80% sobre 2015) Pequenos (9) – R$ 122.984
Total (12 clubes) – R$ 4.293.292
2017 (janeiro) Grandes (3) – R$ 1.132.889 (+6,6% sobre 2016 ou +19,2% sobre 2015) Pequenos (9) – R$ 131.176
Total (12 clubes) – R$ 4.579.260
2018 (janeiro) Grandes (3) – R$ 1.128.199 (-0,4% sobre 2017 ou +18,7% sobre 2015) Pequenos (8) – R$ 130.633
Total (11 clubes) – R$ 4.429.661
Total de cotas, somando os repasses corrigidos (nº de participações): R$ 4.273.230 – Náutico (4), Santa Cruz (4) e Sport (4) R$ 494.793 – América (4), Central (4) e Salgueiro (4) R$ 384.793 – Belo Jardim (3) e Vitória (3) R$ 364.160 – Atlético (3) e Serra Talhada (3) R$ 363.617 – Pesqueira (3) R$ 261.809 – Afogados (2) e Flamengo (2) R$ 232.984 – Porto (2) R$ 110.000 – Vera Cruz (1) e Ypiranga (1) Acumulado de 2015 a 2018: R$ 17.142.194
Confira as cotas de 119 times no dez principais Estaduais 2018 clicando aqui.
Foi a 7ª participação do Santos do Amapá na Copa do Brasil. Como nas anteriores, o homônimo do time da Vila Belmiro não conseguiu passar da primeira fase. Quase não atacou no Estádio Zerão, mostrando extrema fragilidade técnica. Apesar disso, perdeu por um placar apertado, 2 x 1. E aí cabe uma crítica ao vencedor. O Sport, três divisões acima e com um investimento incomparável, foi incapaz de definir uma partida fácil.
No primeiro tempo, o rubro-negro pernambucano teve mais volume, mas pecou pelo excesso de preciosismo – resultando na bola aérea na reta final. E o visitante ainda perdeu um pênalti, mal marcado. Marlone bateu e o goleiro Axel defendeu. Na volta do intervalo, o Sport – que tinha a vantagem do empate – tocou um pouco mais a bola, mesmo num gramado muito irregular, e chegou várias vezes com perigo. Aos 10 minutos, Leandro Pereira pegou a bola de costas, girou, tirando o marcador, e deslocou o goleiro. Foi o primeiro gol do centroavante após sua grave lesão no joelho, que o afastou dos gramados por 6 meses. Depois disso, os homens de frente abusaram de perder gols – Marlone com cafofa, Thallyson fominha, Rithely sem direção etc.
Foram quase 30 minutos de domínio, sem execução. Até o castigo, num lance fortuito do pentacampeão amapaense, que empatou aos 39, num chute de fora da área. Uma falta de atenção que poderia custar um prêmio milionário. Ao menos houve a resposta. Três minutos depois, quando o cenário caminhava, de forma incrível, para a tensão, o leão desempatou. Justamente o nome que substituiu de última hora o atacante André, que alegou ‘motivos pessoais’ para não viajar, embora o motivo esteja mais relacionado à proposta feita pelo Grêmio – rechaçada pela direção rubro-negra. Pois Leandro Pereira recebeu de Thomás e bateu cruzado, definindo a burocrática vitória.
Cotas do Sport na Copa do Brasil 1ª fase – R$ 1,0 milhão (vs Santos-AP) 2ª fase – R$ 1,2 milhão (vs Ferroviário-CE) 3ª fase – R$ 1,4 milhão?
O leão na 1ª fase da Copa do Brasil
24 participações 21 classificações (87,5%; última em 2018 – Santos-AP) 3 eliminações (12,5%; última em 2016 – Aparecidense-GO)
O Sport é o campeão brasileiro de futebol de 1987 desde o dia 7 de fevereiro de 1988, quando venceu o Guarani por 1 x 0, na sexta e última rodada do quadrangular final da competição. Dali em diante, a discussão seria apenas nos tribunais, com o clube pernambucano ganhando em todas as instâncias possíveis, duas vezes. Pois a data mais marcante na história do leão chega a exatamente três décadas, ainda dando a impressão de que não faz tanto tempo assim. Consequência do assunto recorrente, naturalmente.
O blog acompanha os meandros jurídicos da conquista há tempos, mas aqui o foco é exclusivo no futebol, com 56 imagens marcantes sobre a campanha que valeu a primeira estrela dourada ao Leão da Ilha. São três álbuns distintos, num verdadeiro passeio histórico (algumas fotos saíram apenas na época): preparação/1ª fase, fase final do Módulo Amarelo e quadrangular final.
A campanha do Sport
20 jogos* 12 vitórias 12 vitórias 5 empates
3 derrotas 29 gols marcados 12 gols sofridos * Sem contar as vitórias por W.O.
Artilheiros: Nando 8 gols; Augusto, Betão e Zico 4; Robertinho 3; Zé Carlos Macaé e Neco 2; Ribamar e Marco Antônio 1
Total de público pagante: 110.317 torcedores em 10 jogos Média: 11.031 torcedores
Imagens da preparação do Sport, desde a eleição de Homero Lacerda à a contratação de Emerson Leão (como goleiro e, posteriormente, técnico) e da campanha do time na primeira fase, quando liderou de ponta a ponta. Em 14 jogos, o time perdeu apenas uma partida, ganhando os dois turnos previsos no módulo.
Os registros da fase final do Módulo Amarelo, com tensa semifinal com o Bangu, tendo confusão tanto em Moça Bonita quanto na Ilha do Retiro, inclusive com ameaça de suspensão do jogo, e com a polêmica decisão com o Guarani, encerrada após o 11 x 11 nas penalidades.
Após as decisões dos módulos, em dezembro, o regulamento voltou a ser discutido, com o Flamengo querendo a revogação da última fase, que previa o cruzamento entre os dois melhores do Amarelo e do Verde. Após o conselho arbitral extraordinário em 15 de janeiro de 1988, no qual era preciso haver unanimidade para a mudança (e não houve), começou o quadrangular final da ‘Copa Brasil’, o nome oficial da competição. Disputa repleta de W.O., mas também com bola e taça na mão.
Em 7 de fevereiro de 1988, o Sport venceu o Guarani por 1 x 0, gol de cabeça do zagueiro Marco Antônio, pela última partida do quadrangular final do Campeonato Brasileiro de 1987. O jogo na Ilha, que confirmou o rubro-negro pernambucano como campeão, foi transmitido para todo o país pelo SBT, através das suas 43 afiliadas na época, incluindo a TV Jornal no Recife.
A narração coube a Ivo Morganti, com comentários do ex-zagueiro Clodoaldo e reportagens de Jorge Kajuru. Pois um torcedor leonino gravou a partida com a primeira estrela dourada em VHS. Num trabalho em conjunto com o Futuro Sport, o vídeo foi convertido num arquivo digital e colocado à disposição no youtube, com 2 horas e 7 minutos de imagens raras da decisão. Há 30 anos.
O vídeo já tem mais de 55 mil visualizações. Para quem ainda não assistiu…
A decisão unânime sobre a utilização do gramado sintético no Brasileirão é em caráter definitivo, segundo o presidente da FPF, Evandro Carvalho, presente no arbitral da competição. Com isso, reabre a possibilidade de campos artificiais em centros periféricos, à parte da Série A. Em Pernambuco, devido à histórica crise hídrica, agravada por uma das maiores secas do século, o problema no interior, somado à falta de receita, é recorrente – em 2017 resultou em vetos no hexagonal, com Belo Jardim e Central jogando fora. Ao blog, o mandatário afirmou que a decisão traz uma situação nova ao futebol local, baseada no custo. Originalmente, a ideia era promover a instalação em três mesorregiões, a Zona da Mata (Vitória), o Agreste (Caruaru) e o Sertão (Serra Talhada). Assim, haveria um raio de alcance a cidades próximas, em caso de campos de grama natural sem condições. Porém, pelo regulamento aprovado, um campo sintético só pode receber um jogo de futebol profissional caso seja do “nível 5” – o grau máximo escalonado pela Fifa.
Embora seja sintético, esse gramado contém uma mistura com material orgânico, para tirar a percepção ‘emborrachada’ das primeiras versões – acima, a amostra exposta na federação. Também demanda irrigação, devido à temperatura e à resistência, embora numa escala muito menor. Trata-se do piso instalado na Arena da Baixada, do Atlético-PR, o único palco da Série A 2018 neste contexto – Fonte Nova e Allianz Parque podem ser os próximos.
O custo deste modelo? Aí está o motivo do ‘refinamento’ da ideia…
R$ 2.783.000, somando a aquisição do campo e a instalação.
Para Evandro, num primeiro momento, só é possível projetar um campo no interior – com investimentos externos. No caso, o Lacerdão, em Caruaru. Pelo tamanho do estádio (19.478 lugares), pelo porte econômico da cidade (356 mil habitantes) e pela localização estratégica, com clubes num raio de 85 km (Belo Jardim, Chã Grande, Decisão, Pesqueira, Porto e Ypiranga).
Existem dois caminhos:
1) Via Ministério do Esporte Através de projetos de fomento, mesmo num campo privado, poderia haver o repasse do governo federal. Em Pernambuco, a FPF vem firmando parcerias com prefeituras. Já foram aprovados dois projetos de modernização de estádios municipais: o Valdemar Viana, em Afogados (R$ 590 mil), e o Laura Bandeira, em Paudalho (R$ 585 mil). Os dois empreendimentos estão listados no Portal da Transparência. No caso do campo do Central, o local poderia ser utilizado – além de jogos profissionais – em ações de inclusão, numa lógica semelhante aos centros de treinamento financiados pelo ministério
2) Via Fifa Pelo contrato de organização da Copa do Mundo de 2014, o Brasil teria direito, após o evento, a um aporte de US$ 100 milhões para obras de infraestrutura e capacitação. O tal ‘Legado da Copa’. Com a bronca da entidade na justiça, quase todo o dinheiro segue na Suíça. Apenas 8,7 mi foram liberados – segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a liberação pode ocorrer, finalmente, em 2018. Portanto, haveria, em disputa por projetos, cerca de 91,3 milhões de dólares (ou R$ 289 milhões). Em tese, bastaria a Pernambuco conseguir 1% disso para viabilizar o campo em Caruaru.
Explicação de Evandro Carvalho sobre a escolha prévia do Lacerdão “Nunca deixamos de discutir ou ventilar a possibilidade. Mas agora, com a decisão definitiva, que ficará no Regulamento Geral de Competições da CBF, podemos seguir. Temos dois caminhos e hoje, na nossa visão, precisamos de um estádio no interior com regularidade. E seria muito bom para nós, e até para estados vizinhos, se um estádio como o do Central pudesse receber um gramado artificial. Porque haveria a garantia de 10 anos e a possibilidade de jogos seguidos, sem danificar o campo.”
Obviamente, o Trio de Ferro também poderia optar pela mudança no piso (no Arruda, na Ilha e nos Aflitos), mas, a princípio, através de outras parcerias.
Além da divulgação da tabela da Série A de 2018, com rodadas entre 14 de abril e 2 de dezembro, os presidentes dos vinte clubes discutiram na sede da CBF, no Rio de Janeiro, sobre mudanças na formatação do campeonato – não relacionadas ao regulamento do campeonato. Propostas na mesa, dos clubes ou da própria confederação, com decisão por maioria simples. De cara, foram derrubadas duas decisões tomadas na edição passada, os vetos à grama sintética (que começaria a valer justamente neste ano), e à transferência de mando de campo para outros estados. E sobre a terceira proposta no arbitral, a decisão foi bem controversa, na contramão da tecnologia – inclusive dividindo os quatro representantes nordestinos, que em 2017, quando eram três, haviam votado em bloco. No conselho técnico oficial, o Sport foi novamente representado pelo seu presidente executivo, Arnaldo Barros.
Grama sintética (aprovada) De forma unânime, o uso do gramado sintético foi mantido no Brasileirão. Em 2017, a pedido do Vasco, foi votada a proposta para proibir a partir de 2018, tendo a Arena da Baixada, do Atlético-PR, como alvo – na ocasião, a proposta ganhou por 15 x 5, com os três nordestinos ficando ao lado do clube paranaense. Na visão do blog, a revogação da decisão de 2017 faz total sentido, uma vez que os campos artificiais têm autorização internacional. Segundo apuração do blog, junto ao presidente da FPF, Evandro Carvalho, a decisão é definitiva – não cabendo novas discussões em arbitrais futuros.
A favor (20): unanimidade
Venda de mando de campo (aprovada) Em 2017, a CBF apresentou a ideia de liberar a venda/mudança de mando de campo para outros estados, exceção feita às últimas cinco rodadas. Na ocasião, porém, o Atlético-MG lançou outra proposta, com o veto no torneio inteiro, contrariando Fla e Flu – o Galo venceu o pleito, tendo o apoio dos nordestinos. Desta vez, ao reapresentar a ideia, a confederação conseguiu aprová-la, limitando em 5 mudanças por time – com a aprovação do visitante, diga-se. Portanto, poderá haver mudanças da 1ª até a 33ª rodada. Depois, somente para outros palcos dentro do próprio estado de origem do clube. Ao condicionar a mudança ao visitante, o critério torna-se mais justo, na visão do blog, sobretudo em caso de grandes distâncias – o Ceará, por exemplo, pode não aceitar jogar contra o Fluminense em Cuiabá ou Londrina.
A favor (20): unanimidade
Árbitro de vídeo (vetado) Foi a terceira proposta discutida no conselho técnico. Após uma série de testes em 2017, iniciada na final do Pernambucano, e já com a possibilidade prevista no Regulamento Geral da CBF, a tecnologia foi à mesa. E os clubes vetaram – mesmo considerando que todas as 380 partidas são transmitidas com pelo menos sete câmeras simultâneas. Segundo os dirigentes, pesou a custo de R$ 50 mil por jogo, ou 950 mil por time em todo torneio – além de ‘dúvidas sobre a eficiência do sistema’. Foi o placar mais acirrado, 12 x 7, com uma abstenção. Para o blog, o veto é um grande um retrocesso, pois a cifra geral (R$ 19 mi) poderia ser paga dentro de uma competição bilionária, como é caso. Ou, ainda mais, por uma entidade sem fins lucrativos, como a CBF, que teve um superávit acumulado de R$ 546 milhões nos últimos dez anos.
A favor (7): Bahia, Botafogo, Chape, Flamengo, Grêmio, Inter e Palmeiras Contra (12): América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Paraná, Santos, Sport, Vasco e Vitória Abstenção (1): São Paulo