Após três horas de depoimento nesta quinta-feira, Gildo Xavier, 34 anos, padrasto da jovem Alice Seabra, 19, encontrada morta na tarde dessa quarta-feira num canavial em Itapissuma, contou detalhes do crime. À tarde, a delegada Gleide Ângelo, responsável pelo caso, deu entrevista coletiva e falou como tudo aconteceu. Na conversa com os jornalistas, a delegada voltou a chamar Gildo de monstro e se emocionou ao contar detalhes do crime. Confira a entrevista abaixo gravada pelo blog:
Dia: 25 de junho de 2015
Padrasto de Alice Seabra presta depoimento no DHPP nesta quinta
Do Diario de Pernambuco
Um corpo sem a mão esquerda, vestido com uma bermuda amarela e uma camiseta vermelha, e o rosto coberto por uma camisa branca. Depois de cinco dias desaparecida, Maria Alice de Arruda Seabra, 19 anos, foi encontrada sem vida em um canavial do Engenho Burro Velho, no km 28 da BR-101 Norte, em Itapissuma. O local foi indicado pelo padrasto da jovem, o operário de construção civil Gildo da Silva Xavier, 34, assassino confesso. Agora, resta descobrir porque ele cometeu o crime. Hoje, Gildo será novamente ouvido pela delegada Gleide Ângelo.
Informalmente, Gildo negou ter estuprado a vítima momentos antes do crime, assim como negou tê-la abusado durante a infância e adolescência. A polícia, entretanto, não descarta essa hipótese e trabalha ainda com a possibilidade da jovem ter sido dopada e ter chegado ao canavial inconsciente. Foram solicitados os exames sexológico e toxicológico no corpo, que será sepultado no Cemitério de Santo Amaro, provavelmente nesta sexta-feira.
Maria Alice teria sido deixada no canavial por volta das 17h30 da sexta-feira, cerca de uma hora e meia depois de uma ligação na qual pediu socorro à mãe, Maria José de Arruda, 46. O cadáver estava a cerca de 20 metros de uma das estradas principais da plantação, com roupas do próprio Gildo. A mão esquerda, que pode ter sido cortada pelo suspeito, tinha uma tatuagem em hebraico, feita na véspera do crime, com o nome do pai de Maria Alice, o que teria despertado fúria em Gildo.
O motivo e modo como ocorreu a morte seguem desconhecidos. O corpo foi localizado com ajuda do suspeito, que chegou a chorar enquanto esteve no canavial, que fica a 50km da casa da família, no bairro da Estância.
Para a polícia, o crime foi premeditado. Gildo alugou um carro e colocou película escura horas antes de pegar Maria Alice para uma suposta entrevista de emprego. Ele também mentiu sobre onde trabalhava. O padrasto já havia sido detido na noite da segunda-feira por ocultação de cadáver e pelo crime de sequestro. Agora, também responderá por homicídio. Ao voltar para a delegacia, Gleide Ângelo disse que estava chocada com o crime se referiu ao suspeito como “monstro”.
A delegada informou a mãe de Maria Alice sobre a tragédia em um telefonema às 15h30. “Não tenho como trazer sua filha de volta. Só posso prender o culpado”, disse. Logo após ouvir a delegada, Maria José começou a chorar e gritar. Era o fim trágico de um drama familiar.