Médico apontado como mentor do assassinato de cirurgião diz em carta que é inocente

Preso desde a última terça-feira, o médico Cláudio Amaro Gomes escreveu uma carta que está sendo repassada pelos seus advogados na qual o cirurgião afirma estar sendo injustiçado com a acusação de ter mandado matar o também médico Artur Eugênio.

Médico está detido no Cotel. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Médico está detido no Cotel. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Confira a carta

Aos meus familiares, amigos e colegas de profissão:

Escrevo-lhes estas breves mas sinceras palavras para confortá-los nesse triste momento de nossas vidas. Quero lhes dizer que, apesar de tudo e de todos, das mentiras e especulações, do linchamento público a que venho sendo injustamente submetido, tenho procurado reunir forças para me manter firme. Peço-lhes que façam o mesmo.

Afinal, devemos todos confiar na Justiça, ainda que isso não pareça ser o verdadeiro propósito daqueles que me acusam, e simplesmente acusam, sem provas.

A humilhação dessa injusta prisão, a desonra de uma absurda e inventiva acusação, haverão de ter fim. Cedo ou tarde. E para isso não medirei esforços. E sei que farão o mesmo.

Somente os que estão realmente comprometidos com a verdade e conhecem profundamente minha história pessoal e trajetória profissional sabem o quanto seria incapaz de praticar ato tão vil como esse de que me acusam, e que vai de encontro a todos os meus princípios e convicções e a tudo que realizei durante meus 57 anos.

Fiz um juramento de salvar vidas. Jamais, de tirá-las! E é com esse espírito, de salvar vidas, que tenho procurado me conduzir ao longo de décadas dedicadas ao fazer bem às pessoas.

O que não parece correto nem sensato aceitar é que desentendimentos profissionais, absolutamente normais entre aqueles que atuam com o peso da responsabilidade de salvar o próximo, possam ser considerados, como têm sido à falta de provas, motivo para o cometimento de um crime tão bárbaro. Isso não faz o menor sentido, definitivamente.

Preciso dizer que ninguém, ninguém!, deseja mais do que eu que os fatos sejam apurados e os reais responsáveis sejam encontrados e exemplarmente punidos, como impõe a lei. E como todos esperam que aconteça.

Prova disso é que, mesmo jamais tendo sido anteriormente procurado por qualquer autoridade, desde o primeiro instante me coloquei à disposição da Justiça. Inclusive, todos vocês sabem, no momento em que essas descabidas acusações vieram a público me encontrava fora do país, participando de evento médico.

Por obrigação moral não hesitei em retornar ao Brasil, onde, mesmo submetido a um processo de degradação e humilhação públicas, procurei exercer minhas funções e minha rotina diária até ser surpreendido com uma ordem de prisão.

Finalizo dizendo que não compactuo, como todos certamente não compactuam, com a forma como essas investigações vêm sendo conduzidas ao sabor da pressão midiática. Infelizmente, a única preocupação daqueles que conduzem essas investigações é simplesmente encontrar “culpados”, em vez de descobrir “provas” que demonstrem essa culpa.

“A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos”. (Montesquieu).

Cláudio Amaro Gomes

A Polícia Civil de Pernambuco informou que o Ministério Público de Pernambuco e o Poder Judiciário estão acompanhando toda a investigação e que a polícia tem provas “robustas” contra os suspeitos. A PCPE disse ainda que uma prova de que a investigação está no caminho certo foi a negativa do pedido de habeas corpus do médico Cláudio Gomes.

3 Replies to “Médico apontado como mentor do assassinato de cirurgião diz em carta que é inocente”

  1. Tive contato com o Dr. Claudio Gomes durante sua residência em Cirurgia Geral no Hospital Getúlio Vargas – Recife. Jamais o ví ser grosseiro com alguém. Como Profissional demonstrou ser altamente competente e comprometido com o que faz. Foi bem sucedido em sua profissão tendo bom conceito perante a comunidade médica, perante a população. Tem empregos, pacientes e prestígio sobrando, não intendo porque iria se preocupar com concorrência de outro colega que está começando. Fiquei surpreso e prefiro não acreditar que isto seja verdade !

  2. HUM, HUM, NÃO CONSEGUÍ NEM LER, ACHO QUE DEVERÍAMOS SER POUPADOS DESSE TEATRO, A POLÍCIA NÃO ESTÁ PROCURANDO CULPADOS, A POLÍCIA POR MÉRITO E COMPETÊNCIA ÍMPAR JÁ ACHOU OS CULPADOS. PARABÉNS A TODA EQUIPE DO DR.CARACIOLLO PELO EXCELENTE TRABALHO QUE SÓ NOS DÁ ORGULHO, E A ESTE MÉDICO, INFELIZMENTE MOSTROU A SUA BESTIALIDADE, DESUMANIDADE CEIFANDO UMA VIDA, ARRASANDO UMA FAMÍLIA E MANCHANDO O NOSSO ESTADO, ALIÁS O NOSSO PAÍS DE MAIS UMA VERGONHA PERANTE O MUNDO QUE HOJE SÓ NOS OLHA COMO UM POVO VIOLENTO E ASSASSINO.

  3. Nos termos da Constituição Federal Brasileira, “Dispõe o inciso LVII do Art. 5º da Constituição Federal de 1988: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
    Trata-se do princípio da presunção da inocência, agora positivado, muito embora já fosse arrolado pela doutrina pátria dentre os princípios gerais que regiam o direito processual penal [01]. Espera-se dos que estão conduzindo as investigações e, portanto no decorrer dos fatos elencados para a peça acusatória que se faça justiça, pois “NINGUÉM PODE SER CONDENADO A PRIORE”. Se os homens em geral aprendessem das Escrituras Sagradas e pusessem em prática seus princípios basilares, tais como o esboçado pelo profeta Miqueias 6.8: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?”; e, sobretudo, por Jesus Cristo, o Filho de Deus, Salvador e Senhor, nos termos seguintes: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mateus 5.6); e, ainda ” Naquele Tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9. “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 11. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 13. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. 14. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. 15. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. 17. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (João 15.9-17). Destarte, a minha oração é pelo consolo de ambas as famílias e, acima de tudo que a justiça seja feita nos termos da norma Magna, e, para tanto encontrar (se não são os que estão sendo acusados) e, punir os verdadeiros culpados por crime tão hediondo. Que Deus console e ilumine a todos os envolvidos neste caso e que sofrem a perda irreparável de um grande homem e talentoso médico, o Dr. Eugênio; e, assim, também, o Dr. Cláudio e família na hipótese de não ser ele o culpado como afirma nesta carta aberta. Uma grande perda em todos os sentidos para os familiares, amigos e pacientes destes renomados médicos.