Corregedoria acompanha inquérito sobre mortes no Golden Beach

A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social abriu investigação preliminar para apurar a conduta do policial militar autor do disparo que matou a técnica de enfermagem Juliana Saboia Ferreira da Silva, 28 anos, no último domingo, no Hotel Golden Beach, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Antes de ser atingida no abdômen pelo PM, Juliana matou com um tiro nas costas a cambista Pamela Ferreira Oliveira, 25. Policiais militares foram ao local para conter uma discussão entre as duas mulheres a pedido do policial civil Fábio Rogério Serafim Pereira, 38, ex-marido da técnica de enfermagem. A Polícia Civil deve fazer uma reprodução simulada do crime.

Corpo de Pamela foi enterrado no Cemitério de Santo Amaro. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press  Pauta:
Corpo de Pamela foi enterrado no Cemitério de Santo Amaro. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O corregedor geral, Servilho Paiva, explicou que o inquérito da Polícia Civil será determinante para a conclusão da investigação administrativa. Enquanto isso, a apuração dos dois assassinatos está sob responsabilidade do delegado Guilherme Caraciolo, da Delegacia de Homicídios de Jaboatão. “O inquérito da Polícia Civil vai dizer se o PM agiu dentro ou fora dos limites legais. Se ficar comprovado que ele agiu fora, responderá criminalmente e administrativamente. Se agiu dentro, não há penalidade”, esclareceu.

No caso de ser indiciado, responderá por homicídio, segundo informou o delegado Felipe Monteiro, do DHPP. A arma do PM, cuja patente e nome não foram informados, foi apreendida e ele continua com as atividades normais. Como ainda não recebeu o inquérito, Caraciolo preferiu não falar sobre o caso.

No último domingo, Juliana saiu da casa da mãe, em Aguazinha, Olinda, para fazer provas do Enem quando, por algum motivo, decidiu seguir ao hotel onde o ex-companheiro morava. Há cerca de duas semanas o casal estava separado. Ao chegar no flat, ela encontrou Fábio com Pamela na piscina. As mulheres iniciaram uma discussão, quando o policial civil decidiu chamar a PM para acabar a briga. Quando a PM chegou, as duas foram encontradas trancadas no apartamento. Ao tentar sair, Pamela foi atingida nas costas. Com a arma em punho, Juliana teria ameaçado os policiais quando foi atingida.

Juliana usou a arma do ex-companheiro, com quem se relacionava há cerca de quatro anos, para matar a vítima. A pistola estava dentro do apartamento. Há suspeitas de que Juliana teria recebido alguma ligação a caminho do Enem. “Ela não gostava de armas. Era enfermeira, não tinha habilidade com esse instrumento. Quando saiam, ela pedia para Fábio não levar”, disse o policial civil Josiel Gomes da Silva, 60, amigo do casal. Ele não soube informar o motivo do fim do relacionamento. Os parentes da jovem não quiseram se pronunciar sobre a conduta do PM.

Pamela era mãe de três crianças, de 3, 5 e 8 anos, e morava sozinha, em Água Fria, no Recife. A família disse não conhecer o relacionamento entre ela e o policial civil. Familiares das duas jovens estiveram ontem no Instituto de Medicina Legal para liberação dos corpos e programação dos sepultamentos. O corpo de Pamela foi sepultado na tarde de ontem e o de Juliana será velado hoje, às 10h, no Cemitério Vila da Saudade, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife.

One Reply to “Corregedoria acompanha inquérito sobre mortes no Golden Beach”

  1. Perguntas:
    1.A Corregedoria também vai investigar o fato de um agente de polícia residir em um hotel de luxo com o salário que recebe, tido como o pior do Brasil, segundo o Sinpol?.
    2. Por que o agente, como policial, não resolveu ele mesmo o problema, preferindo chamar uma guarnição da Polícia Militar?.
    3. Por que os PMs foram atender uma ocorrência de desavença familiar, quando todo cidadão que precisa das guarnições na rua é obrigado a ligar para o 190?.
    4. Por que o policial civil mantinha uma pistola Ponto 40 em seu poder, sem estar de
    serviço, além de não ter os cuidados necessários para a guarda da arma, deixando-a em local de fácil acesso, tanto que foi utilizada por uma das mulheres para matar sua rival?.
    5. Por que o PM não poderia atirar?. Será que ele é a prova de balas?. Onde fica a lgislação penal que garante a todos o direito à legítima defesa própria ou de outrem?.
    6. Será que, por aumentarem a estatítisca de homicídios, o agente que foi pivô do crime e o PM que atirou, presumivelmente em legítima defesa, terão seus direitos a ampla defesa e ao contraditório integralmente respeitados?.