As câmeras do circuito interno de segurança do Hotel Golden Beach, localizado na Avenida Bernardo Vieira de Melo, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, não registraram a briga e as duas mortes ocorridas nas dependências do local no último dia 25. Os responsáveis pelo estabelecimento informaram ao delegado Guilherme Caraciolo, responsável pelas investigações, que os equipamentos não estavam funcionando. Com isso, fica um pouco mais complicada a investigação.
Na ocasião, a técnica de enfermagem Juliana Saboia Ferreira da Silva, 28 anos, atirou nas costas de Pamela Ferreira Oliveira, 25, dentro do quarto do policial civil Fábio Rogério Serafim Pereira, 38, com o qual havia terminado um relacionamento 15 dias antes. Em seguida, Juliana foi baleada e morta por um policial militar do 6º Batalhão que havia sido chamado junto com mais três militares pelo policial civil para controlar a discussão entre as duas mulheres. Juliana teria ficado irritada ao chegar no hotel e encontrar o ex-companheiro com Pamela.
O policial civil lotado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o policial militar já foram ouvidos pelo delegado Guilherme Caraciolo. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) também está investigando o caso para saber se a conduta do PM foi correta ou não. Os militares alegaram que houve o disparo contra Juliana porque ela estava com uma pistola na mão e apontando para os policiais.
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social abriu investigação preliminar para apurar a conduta do policial militar autor do disparo que matou a técnica de enfermagem Juliana Saboia Ferreira da Silva, 28 anos, no último domingo, no Hotel Golden Beach, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Antes de ser atingida no abdômen pelo PM, Juliana matou com um tiro nas costas a cambista Pamela Ferreira Oliveira, 25. Policiais militares foram ao local para conter uma discussão entre as duas mulheres a pedido do policial civil Fábio Rogério Serafim Pereira, 38, ex-marido da técnica de enfermagem. A Polícia Civil deve fazer uma reprodução simulada do crime.
O corregedor geral, Servilho Paiva, explicou que o inquérito da Polícia Civil será determinante para a conclusão da investigação administrativa. Enquanto isso, a apuração dos dois assassinatos está sob responsabilidade do delegado Guilherme Caraciolo, da Delegacia de Homicídios de Jaboatão. “O inquérito da Polícia Civil vai dizer se o PM agiu dentro ou fora dos limites legais. Se ficar comprovado que ele agiu fora, responderá criminalmente e administrativamente. Se agiu dentro, não há penalidade”, esclareceu.
No caso de ser indiciado, responderá por homicídio, segundo informou o delegado Felipe Monteiro, do DHPP. A arma do PM, cuja patente e nome não foram informados, foi apreendida e ele continua com as atividades normais. Como ainda não recebeu o inquérito, Caraciolo preferiu não falar sobre o caso.
No último domingo, Juliana saiu da casa da mãe, em Aguazinha, Olinda, para fazer provas do Enem quando, por algum motivo, decidiu seguir ao hotel onde o ex-companheiro morava. Há cerca de duas semanas o casal estava separado. Ao chegar no flat, ela encontrou Fábio com Pamela na piscina. As mulheres iniciaram uma discussão, quando o policial civil decidiu chamar a PM para acabar a briga. Quando a PM chegou, as duas foram encontradas trancadas no apartamento. Ao tentar sair, Pamela foi atingida nas costas. Com a arma em punho, Juliana teria ameaçado os policiais quando foi atingida.
Juliana usou a arma do ex-companheiro, com quem se relacionava há cerca de quatro anos, para matar a vítima. A pistola estava dentro do apartamento. Há suspeitas de que Juliana teria recebido alguma ligação a caminho do Enem. “Ela não gostava de armas. Era enfermeira, não tinha habilidade com esse instrumento. Quando saiam, ela pedia para Fábio não levar”, disse o policial civil Josiel Gomes da Silva, 60, amigo do casal. Ele não soube informar o motivo do fim do relacionamento. Os parentes da jovem não quiseram se pronunciar sobre a conduta do PM.
Pamela era mãe de três crianças, de 3, 5 e 8 anos, e morava sozinha, em Água Fria, no Recife. A família disse não conhecer o relacionamento entre ela e o policial civil. Familiares das duas jovens estiveram ontem no Instituto de Medicina Legal para liberação dos corpos e programação dos sepultamentos. O corpo de Pamela foi sepultado na tarde de ontem e o de Juliana será velado hoje, às 10h, no Cemitério Vila da Saudade, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife.
Hóspedes e funcionários do Hotel Golden Beach, na Avenida Bernardo Vieira de Melo, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, viveram momentos de pânico ontem à tarde. Após uma confusão iniciada na piscina, duas mulheres foram baleadas e morreram. A técnica de enfermagem Juliana Saboia Ferreira da Silva, 28 anos, atirou nas costas de Pamela Ferreira Oliveira, 25, dentro do quarto de um policial civil de 38 anos, com o qual terminou um relacionamento há duas semanas.
Juliana teria se irritado ao ver o ex-companheiro com Pamela. O policial que não teve o nome revelado saiu para pedir ajuda à Polícia Militar e quando voltou com os PMs as duas já estavam no quarto, que fica no segundo andar. Depois de matar Pamela, a técnica de enfermagem foi baleada por um policial militar. Segundo a polícia, ela estava apontado a arma para os militares.
Os PMs e o policial civil tentaram fazer com que Juliana liberasse Pamela, mas ela não atendeu aos pedidos. No momento em que Pamela tentou abrir a porta do quarto para fugir, Juliana atirou e, segundo a polícia, continuou com a arma na mão. Para evitar que ela fizesse novos disparos, um PM atirou contra ela, que caiu no chão. Depois de terem sido baleadas, Juliana e Pamela ainda chegaram a ser socorridas.
Pamela chegou sem vida à UPA de Barra de Jangada. Juliana foi encaminhada para o Hospital da Aeronáutica e de lá foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), onde morreu no bloco cirúrgico. O tiro disparado pelo policial militar a atingiu no tórax. Os corpos das duas vítimas foram levados para o Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro.
De acordo com a delegada Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde o agente também é lotado, a principal linha de investigação é de crime passional. “Estamos fazendo algumas ouvidas, a perícia de local de crime já foi feita e alguns objetos do apartamento foram apreendidos. Pelo que temos até agora foi um crime passional cometido pela ex-companheira do policial civil, que depois foi baleada pelo PM. Ela não aceitava o fim do relacionamento com o policial”, ressaltou a delegada.
Entre o material recolhido pela polícia está a pistola do agente do DHPP, que pode ter sido a arma com a qual Juliana atirou em Pamela. Ainda ontem, seis policiais militares do 6º Batalhão, o policial civil que mora no Golden Beach e familiares de Juliana prestaram depoimento. O inquérito será conduzido pelo DHPP de Jaboatão.
A reportagem esteve no hotel ontem à noite mas foi informada pelos funcionários de que nenhum responsável pelo estabelecimento iria se pronunciar sobre o crime. Hóspedes que estavam saindo do local contaram que ouviram a discussão. “Foi horrível. A briga começou na piscina e depois escutamos os tiros vindo de um dos quatros”, detalhou uma turista que preferiu o anonimato. Até o fechamento desta edição, os familiares de Pamela não tinha comparecido à sede do DHPP, no Cordeiro. A assessoria da Polícia Militar de Pernambuco deve se pronunciar hoje sobre o que vai acontecer com o militar que atirou em Juliana.