Os moradores do município de Panelas, no Agreste do estado, estão apavorados com a onda de assaltos que está acontecendo na região. Segundo relatos enviados ao blog, os crimes têm sido praticados sobretudo no distrito de São José do Bola. Os criminosos, segundo a população, estão aterrorizando pequenos e grandes comerciantes e até mesmo os agricultores que moram lá.
Quem vive em Panelas diz ainda que as autoridades locais não fazem nada para conter a violência. A população pede que o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, mande “policiais capacitados para investigar e acabar com a falta de respeito para com a população daquela localidade”. Atenção, SDS e governo do estado, as providências precisam ser tomada antes que as tragédias passem a acontecer. O alerta está dado.
Um caso inusitado chamou a atenção dos moradores do bairro de Frei Damião, no município de Buíque, no Agreste do estado, nessa semana. A morte de um jumento movimentou não só os moradores da localidade e a secretaria de Obras da cidade e foi terminar na delegacia.
Segundo um morador da cidade, no último dia 15, os vizinhos de uma senhora que morava com três jumentos dentro de casa tiveram que invadir o imóvel e retirar o corpo de um dos animais que estava morto e já em estado de decomposição. O mau cheiro estava se espalhando pela localidade e a mulher se negava a enterrar o bicho de estimação.
“Ela trancou a porta da casa e não deixava ninguém entrar. O pessoal da prefeitura não pôde entrar porque era um imóvel particular. Então, a população invadiu o local, retirou o animal morto e soltou os outros dois. Revoltada com a situação, a dona da casa acabou saindo no tapa com uma vizinha e as duas foram parar na delegacia. Em seguida, as mulheres foram liberadas”, contou um morador da cidade.
Segundo os vizinhos da dona dos jumentos, no momento da retirada dos animais, a mulher teria se agarrado aos dois bichos e gritado que preferia alimentar três jumentos do que um homem. “Ela disse ainda que iria procurar pelos outros dois animais que foram soltos pelos vizinhos”, completou o morador de Buíque.
Na manhã do dia 18 de outubro do ano passado, deixei a redação do Diario de Pernambuco, no bairro de Santo Amaro, no Recife, com destino à cidade de Lajedo, no Agreste, para fazer mais uma matéria para o jornal. Naquele dia, desde que peguei a estrada junto com a equipe da TV Clube, emissora do grupo Diários Associados, sabia que iria encontrar um cenário de horror no local para onde estávamos seguindo. Inconformado com o fim do relacionamento, um mecânico de 41 anos, havia matado a ex-mulher, uma filha dele com ela e mais duas crianças filhas da ex-companheira. O crime chocou os moradores do povoado e também o resto do estado.
Os crimes aconteceram entre o final da noite do dia 17 e madrugada do dia 18, no entanto, só foram descobertos no início na manhã. Desde a descoberta dos corpos, parentes e vizinhos das vítimas não tinham dúvidas de quem seria o autor da matança. A dona de casa Rozilene Hemínia, 32 anos, as flhas de 8 e 3 anos e o filhinho de apenas um ano e seis meses estavam todos mortos na sala da casa humilde onde viviam. O suspeito, Luiz Lopes da Silva Neto, havia fugido. Foi preso dias depois e julgado nessa terça-feira. Depois de oito horas de julgamento e pouco mais de um ano após o crime, ele vai pagar na prisão pelos crimes que cometeu. O acusado foi condenado a 157 anos de prisão e deve cumprir a pena no Presídio de Limoeiro, onde já estava detido. O julgamento foi realizado na Câmara dos Vereadores de Lajedo, já que o fórum da cidade não tem tribunal do júri.
Confira matéria escrita por mim e publicada no Diario de Pernambuco um dia após a chacina:
O volume alto da televisão na sala da casa simples, na zona rural de Lajedo, no Agreste, impossibilitou que os possíveis pedidos de socorro de uma família inteira fossem ouvidos pelos vizinhos. Segundo a polícia, mãe e três filhos foram assassinados pelo ex-companheiro dela, um homem que estava em liberdade condicional desde julho do ano passado, depois de cumprir parte da pena de 10 anos e oito meses à qual foi condenado por ter tentado matar, com golpes de tesoura, outra ex-companheira, em julho de 1998. Por esse crime, Luiz Lopes da Silva Neto, 41 anos, conhecido como Luizinho, havia sido preso em dezembro de 2006 e, em fevereiro de 2009, passado para o regime semiaberto. Agora, ele é apontado pela polícia como autor da chacina que assustou Lajedo e deixou chocados até mesmo os policiais. A motivação para tamanha brutalidade, de acordo com a família das vítimas, seria a recusa da dona de casa Rozilene Hermínia da Silva, 32, em reatar o relacionamento. Eles estavam separados há mais de três anos. Até o fechamento desta edição, Luizinho não havia sido preso.
Além de Rozilene, o suspeito teria assassinado a própria filha, uma garota de 8 anos, e outros dois filhos da ex-mulher. Os corpos de Fernanda Lopes da Silva, filha de Luizinho e Rozilene, e os de Nayane Keliene Ferreira, 3, e João Vitor Ferreira da Silva, de apenas 1 anos e 6 meses, foram encontrados, na manhã de ontem, por um dos irmãos de Rozilene, Edvaldo da Silva, 29 anos. A dona de casa e Fernanda teriam sido mortas a facadas, já as duas crianças mais novas morreram após terem sido afogadas em um tonel usado para armazenar água, que estava na sala da casa. Há suspeitas de que Luizinho tenha abusado sexualmente da filha, o que será comprovado após a liberação do exame sexológico feito pelo Instituto de Medicina Legal (IML), o que pode demorar até 15 dias. “Estamos todos revoltados. Se esse homem aparecer por aqui, a gente mata ele aos poucos. Isso que ele fez não é coisa que se faça com ninguém”, desabafou uma vizinha que preferiu não informar o nome. Durante todo o dia, a movimentação foi grande na frente da casa onde a família morava.
O cenário encontrado pelos familiares e pelos policiais era de horror. “Eu não tive condições de entrar na casa, mas meu irmão disse que estava a coisa mais feia do mundo. Ele ainda tentou socorrer meu sobrinho, mas não deu mais tempo”, contou Leandro Serafim das Neves, irmão de Rozilene. “Eles já estavam separados, mas ele sempre vinha trazer um dinheiro para a filha e dizia que queria ficar com Rozilene. Tentava fazer sexo com ela de qualquer jeito. Ontem (anteontem), ele chegou a dizer que à noite eles iriam namorar. Mas ela recusou o convite dele”, contou uma vizinha das vítimas. Os corpos das vítimas devem ser sepultados ainda hoje em Lajedo.