“Um homem honesto, religioso e excelente advogado.” É assim que familiares, amigos e ex-colegas de trabalho definem o procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva, assassinado no dia 3 de março de 1982, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda. As declarações sobre o membro do Ministério Público Federal (MPF) estão no documentário Pedro Jorge: uma vida pela justiça, que será lançado na próxima segunda-feira, às 19h30, no Cinema São Luiz, com entrada gratuita. Um total de 300 ingressos serão distribuídos na bilheteria do local uma hora antes do início da exibição.
![Pedro Jorge foi morto em março de 1982. Fotos: Shilton Araújo/Esp/DP](http://blogs.diariodepernambuco.com.br/segurancapublica/wp-content/uploads/2017/03/23/Pedro1.jpeg)
Pedro Jorge foi morto com três tiros quando saía de uma padaria. O crime, que completou 35 anos este mês, foi praticado após ele ter investigado e denunciado os envolvidos no Escândalo da Mandioca, como ficou conhecida a investigação do desvio de dinheiro do Banco do Brasil de Floresta, no Sertão do estado, na década de 1980. O documentário que tem 41 minutos de duração, foi produzido pela Procuradoria da República da 5ª Região e pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). No material apresentado ontem à imprensa estão diversas fotos do cotidiano de Pedro Jorge, inclusive com sua família.
![Viúva e filhas do procurador da República foram entrevistadas](http://blogs.diariodepernambuco.com.br/segurancapublica/wp-content/uploads/2017/03/23/pedro2.jpeg)
“Eu não sabia que Pedro Jorge estava sendo ameaçado de morte por conta da investigação. Ele costumava atender muitos telefonemas, mas falava com a voz baixa e eu não escutava nada. Quando perguntava do que se tratava, ele falava que depois conversaria comigo. Mas nunca me revelou sobre o risco que estava correndo”, conta a viúva Maria das Graças Viegas.
Antes de ser assassinado, Pedro Jorge parou no Mosteiro de São Bento, onde conversou com dom Fernando Saburido. “Ele estava indo para casa e passou no mosteiro para me pedir um dinheiro adiantado, já que era o advogado de lá. Pouco tempo depois, quando estávamos rezando, chegaram para avisar ao abade dom Basílio Penido que Pedro Jorge havia sido assassinado. Ele morreu com um saco de pão e uma bolsa de leite nas mãos”, recorda no documentário o arcebispo de Olinda e Recife.
![Documentário será exibido nesta segunda-feira, no Cinema São Luiz](http://blogs.diariodepernambuco.com.br/segurancapublica/wp-content/uploads/2017/03/23/Pedro3.jpeg)
O média-metragem foi produzido sem fins lucrativos e traz depoimentos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dos ex-procuradores-gerais da República Geraldo Brindeiro e Aristides Junqueira e de dom Fernando Saburido. Também foram entrevistados a viúva de Pedro Jorge, Maria das Graças Viegas, as filhas do casal, Roberta e Marisa, que eram crianças na época do crime, e o advogado criminalista Gilberto Marques, que atuou na acusação dos suspeitos. Após a exibição do vídeo, será realizado um debate.
O documentário tem produção e direção das jornalistas Ana Cláudia Dolores e Cláudia Holder. Já a edição ficou por conta da Unicap. “É um material importante para toda sociedade e para os membros do Ministério Público Federal”, destaca o chefe da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, Marcelo Alves.