Bloqueadores de celular estão prejudicando vizinhos de presídio

Moradores do entorno do Complexo Prisional do Curado, antigo Presídio Aníbal Bruno, no Totó, estão enfrentando problemas com os telefones celulares. De acordo com vários pessoas, desde que a Secretaria de Ressocialização do estado (Seres) implantou os bloqueadores de celulares na unidade para acabar com a comunicação de detentos por meio de telefones celulares e também da internet, os moradores também estão sendo prejudicados. “Tenho criança pequena em casa e precisei ligar para a farmácia para pedir o remédio, mas não consegui completar a ligação. Meu marido teve que ir comprar o medicamento”, reclamou a dona de casa Micherla de Andrade, 39 anos.

Bloqueadores instalados no presídio estão prejudicando os vizinhos

Assim como ela, a vendedora de cosméticos Danielle Santos, 27, disse estar com problemas para finalizar suas vendas. “Além de não completar as ligações nos meus celulares da Oi e da Tim, não estou conseguindo acessar a internet para pedir os produtos que eu vendo. Desde que o presídio colocou esses bloqueadores, nossa vida virou um inferno aqui fora. Ninguém consegue fazer uma ligação”, afirmou Danielle. Outra moradora da localidade que preferiu não ter o nome publicado contou que enquanto os celulares do lado de fora estão ruins, os telefones dos presos estão funcionando normalmente. “Os presos ligam para as mulheres deles que estão aqui do lado fora sem problema nenhum”, falou.

Danielle e Zuleide não conseguem completar ligações
Danielle Santos e Zuleide Rodrigues não conseguem completar ligações em seus celulares. Fotos: Alcione Ferreira/DP/D.A Press

A dona de casa Zuleide Rodrigues, 63, disse que as dificuldades para telefonar ocorrem todos os dias e a qualquer hora. “Meus telefones são da Tim e da Oi e eu não consigo falar mais com ninguém. Quando a ligação completa é uma salvação. A gente fica no maior aperreio para falar com os parentes”, lamentou Zuleide. Segundo a Seres, o investimento mensal com os bloqueadores será de R$ 140 mil. Ao ano, os equipamentos custarão R$ 1,7 milhão aos cofres públicos. De acordo com a assessoria de imprensa da Seres, uma equipe de tecnologia e funcionários da empresa que instalou os bloqueadores na unidade estão analisando o uso do equipamento para fazer os ajustes necessários para que os moradores das proximidades do presídio não sejam prejudicados. De acordo com a Seres, essa análise será feita pelos próximos 30 dias.

Morte de jumento vira caso de polícia em Buíque

Um caso inusitado chamou a atenção dos moradores do bairro de Frei Damião, no município de Buíque, no Agreste do estado, nessa semana. A morte de um jumento movimentou não só os moradores da localidade e a secretaria de Obras da cidade e foi terminar na delegacia.

Segundo um morador da cidade, no último dia 15, os vizinhos de uma senhora que morava com três jumentos dentro de casa tiveram que invadir o imóvel e retirar o corpo de um dos animais que estava morto e já em estado de decomposição. O mau cheiro estava se espalhando pela localidade e a mulher se negava a enterrar o bicho de estimação.

“Ela trancou a porta da casa e não deixava ninguém entrar. O pessoal da prefeitura não pôde entrar porque era um imóvel particular. Então, a população invadiu o local, retirou o animal morto e soltou os outros dois. Revoltada com a situação, a dona da casa acabou saindo no tapa com uma vizinha e as duas foram parar na delegacia. Em seguida, as mulheres foram liberadas”, contou um morador da cidade.

Segundo os vizinhos da dona dos jumentos, no momento da retirada dos animais, a mulher teria se agarrado aos dois bichos e gritado que preferia alimentar três jumentos do que um homem. “Ela disse ainda que iria procurar pelos outros dois animais que foram soltos pelos vizinhos”, completou o morador de Buíque.