O sistema prisional de Pernambuco tem atualmente um total de 27 mil detentos num espaço onde caberiam apenas dez mil presos. Um retrato da superlotação que assola quase todas as unidades prisionais do Brasil. Apesar desse dado negativo, a Secretaria de Ressocialização do estado (Seres) comemora o alto índice de presos que estão estudando atrás das grades.
Segundo o superintendente da Seres, coronel Romero Ribeiro, cerca de oito mil reeducandos estão frequentando as salas de aula. Os números foram apresentados nessa terça-feira na abertura do Seminário Nacional – Sistema Prisional e Reinserção Social, que acontece até esta quarta-feira no Golden Tulip Recife Palace Hotel, em Boa Viagem. No seminário foi apresentado o resultado de uma pesquisa que resultou numa Proposta de Reinserção Singular para os detentos. O primeiro passo de Pernambuco pode estar sendo dado justamente com o investimento na edução dos presos.
A pesquisa, que foi realizada com detentos da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, e da Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, identificou o rompimento dos laços familiares como uma das principais causas que dificultam a reinserção de ex-presidiários na sociedade.
“Não podemos colocar as pessoas no presídio e deixá-las simplesmente trancadas. A prisão não é para sempre e essas pessoas irão voltar para as ruas. Por isso, é preciso que os detentos recebam uma atenção especial enquanto estão nas unidades e um apoio quando deixarem a prisão”, ressaltou Carina Vasconcelos, que é professora de direito, conselheira do Conselho Penitenciário de Pernambuco e participou da pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro Pró-Cidadania.