Depois de mais de 50 dias sem registrar crimes de homicídio, a cidade de Pesqueira, no Agreste do estado, contabilizou duas mortes nesse final de semana, na Zona Rural do município. Segundo a polícia, um adolescente de 17 anos e um homem ainda não identificado foram encontrados mortos no Sítio Recanto. Um dos corpos estava totalmente carbonizado, o outro, parcialmente.
Ainda de acordo com informações da polícia, os criminosos atiraram nas vítimas antes de atear fogo no carro, um Gol que tinha placa de Caetés. O carro foi encontrado incendiado. O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil. Um dos corpos foi encontrado fora do carro com várias queimaduras, o que indica que a pessoa tentou correr para se livrar das chamas e dos tiros, mas não conseguiu.
Será que as pessoas que cometeram esse duplo assassinato pensaram que suas vítimas poderiam ter escapado da morte e por isso resolveram tocar fogo no veículo com elas dentro? Não bastava já ter efetuado vários disparos de arma de fogo? São casos como esses que nos fazem ver o quanto as pessoas são cruéis e como a vida está banalizada. Resta agora à polícia descobrir o que aconteceu e prender os acusados.
O massacre ocorrido nos Estados Unidos recentemente fez o país repensar a questão da comercialização de armas de fogo. Aqui no Brasil, não temos registros de crimes parecidos com esse, no entanto, estamos perdendo uma batalha a cada dia que pessoas são mortas em brigas onde existem gente portando uma arma de fogo. Dessa vez, segundo a polícia, o auto de um duplo homicídio foi um jovem de 19 anos que está servindo ao Exército. Após cometer o crime, ele teria fugido acompanhado da namorada, o que revoltou ainda mais a população. Mais uma vez vem a pergunta que não quer calar: o que uma pessoa vai fazer numa festa de Natal com amigos portando uma arma de fogo? Leia matéria publicada sobre o caso no Diario desta quarta-feira.
No local do crime, cenário de destruição. No alto, veículo em que o casal tentou fugir
Do Diario de Pernambuco
O Natal teve sabor amargo para dezenas de famílias que vivem no Conjunto Habitacional Via Mangue I, no bairro do Pina, no Recife. Durante uma confraternização de moradores na Rua Jamil Asfora um desentendimento resultou na morte de duas pessoas. Testemunhas contaram à polícia que os tiros partiram da arma de um militar, ainda não localizado pela polícia.
O soldado do exército Vladson Almeida Gomes, 19, estava acompanhado da namorada, que se desentendeu com a ex-sogra do rapaz, Estela Farias de Moura, 36. As mulheres acabaram brigando e um dos moradores do residencial, Diogo Bezerra do Monte, 20, tentou separá-las. Na confusão, o militar teria sacado a arma e disparado vários tiros. Um deles atingiu o pescoço de Diogo, amigo e vizinho do soldado. Na sequência, Gomes também deu três tiros na ex-sogra. Ambas as vítimas morreram na hora. O corpo de Diogo foi sepultado na tarde da terça-feira, no Cemitério de Santo Amaro. Nesta quarta-feira, será o enterro do corpo de Estela Moura, no mesmo local.
Diogo Bezerra do Monte, 20, era amigo do suspeito
De acordo com a delegada de plantão, Eliane Caldas, o cenário de desentendimento e revolta ainda foi piorado depois que Vladson e a namorada fugiram correndo do local. Revoltada, a população destruiu o carro do soldado Gomes, um Celta, que foi tombado de lado, e depredado pelos vizinhos. Também houve tentativa de invasão ao apartamento onde o jovem morava.
“Meu filho era inocente. Nem estava envolvido na confusão. Morreu sem motivos”, lamentava a dona de casa Fernanda do Monte, que enterrou o filho ontem. Em toda a vizinhança, ainda nesta terça-feira, os sinais de destruição eram mantidos como lembretes do duplo assassinato. Nas calçadas, restos de mesa quebradas lembravam a todos o pânico que se fez durante a confusão presenciada por dezenas de famílias, por volta das 3h. O caso ficará sob a responsabilidade do delegado Wagner Domingues.