O massacre ocorrido nos Estados Unidos recentemente fez o país repensar a questão da comercialização de armas de fogo. Aqui no Brasil, não temos registros de crimes parecidos com esse, no entanto, estamos perdendo uma batalha a cada dia que pessoas são mortas em brigas onde existem gente portando uma arma de fogo. Dessa vez, segundo a polícia, o auto de um duplo homicídio foi um jovem de 19 anos que está servindo ao Exército. Após cometer o crime, ele teria fugido acompanhado da namorada, o que revoltou ainda mais a população. Mais uma vez vem a pergunta que não quer calar: o que uma pessoa vai fazer numa festa de Natal com amigos portando uma arma de fogo? Leia matéria publicada sobre o caso no Diario desta quarta-feira.
No local do crime, cenário de destruição. No alto, veículo em que o casal tentou fugir |
Do Diario de Pernambuco
O Natal teve sabor amargo para dezenas de famílias que vivem no Conjunto Habitacional Via Mangue I, no bairro do Pina, no Recife. Durante uma confraternização de moradores na Rua Jamil Asfora um desentendimento resultou na morte de duas pessoas. Testemunhas contaram à polícia que os tiros partiram da arma de um militar, ainda não localizado pela polícia.
O soldado do exército Vladson Almeida Gomes, 19, estava acompanhado da namorada, que se desentendeu com a ex-sogra do rapaz, Estela Farias de Moura, 36. As mulheres acabaram brigando e um dos moradores do residencial, Diogo Bezerra do Monte, 20, tentou separá-las. Na confusão, o militar teria sacado a arma e disparado vários tiros. Um deles atingiu o pescoço de Diogo, amigo e vizinho do soldado. Na sequência, Gomes também deu três tiros na ex-sogra. Ambas as vítimas morreram na hora. O corpo de Diogo foi sepultado na tarde da terça-feira, no Cemitério de Santo Amaro. Nesta quarta-feira, será o enterro do corpo de Estela Moura, no mesmo local.
Diogo Bezerra do Monte, 20, era amigo do suspeito |
De acordo com a delegada de plantão, Eliane Caldas, o cenário de desentendimento e revolta ainda foi piorado depois que Vladson e a namorada fugiram correndo do local. Revoltada, a população destruiu o carro do soldado Gomes, um Celta, que foi tombado de lado, e depredado pelos vizinhos. Também houve tentativa de invasão ao apartamento onde o jovem morava.
“Meu filho era inocente. Nem estava envolvido na confusão. Morreu sem motivos”, lamentava a dona de casa Fernanda do Monte, que enterrou o filho ontem. Em toda a vizinhança, ainda nesta terça-feira, os sinais de destruição eram mantidos como lembretes do duplo assassinato. Nas calçadas, restos de mesa quebradas lembravam a todos o pânico que se fez durante a confusão presenciada por dezenas de famílias, por volta das 3h. O caso ficará sob a responsabilidade do delegado Wagner Domingues.