Não basta matar? Tem que esquartejar?

 

A notícia da morte da professora Mirtes Juliana, 30 anos, poderia ser apenas mais uma, entre os tantos crimes passionais cometidos por companheiros insatisfeitos com o final dos relacionamentos. O que já é inadimissível. Poderia, mas não foi. Juliana foi morta com golpes de madeira e cano de ferro pelo marido Luiz Antônio dos Santos Júnior, 34, na manhã do último sábado. Não satisfeito com o crime que já havia praticado e aproveitando que a filha do casal de 8 anos não estava em casa, o garçom esquartejou o corpo da mulher. Isso mesmo, esquartejou. O motivo? Talvez nem ele mesmo saiba responder. Para a polícia, o crime foi praticado por ciúmes. Mirtes queria que Luiz deixasse a casa.

Luiz foi preso e encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel)

Depois de cortar o corpo da mulher em várias partes, Luiz encheu três sacos de lixo com os pedaços do cadáver, pegou dois ônibus e seguiu à casa da sua mãe, no bairro de Vila Rica, em Jaboatão Centro, onde deixou a encomenda. Sem dar explicações, voltou para casa, na Vila Sotave, em Barra de Jangada, também em Jabotaão, onde foi preso na noite do mesmo dia. Luiz já está no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Já os restos mortais de Mirtes serão sepultados nesta segunda-feira. O caso traz à tona outros crimes parecidos e levanta um questionamento. Por que esquartejar? Não basta matar?

 

Mirtes tinha 30 anos

Em abril, três pessoas foram presas em Garanhuns suspeitas de matarem e esquartejarem pelo menos oito mulheres. Eles ficaram conhecidos com o trio de canibais, porque ainda comiam os restos mortais das vítimas alegando que faziam parte de uma seita religiosa. No mês passado, o empresário Marcos Matsunaga, dono da Yoki, foi morto a tiros e esquartejado pela mulher dentro de casa, em São Paulo. Os restos mortais foram retirados do imóvel dentro de malas de viagens. Elize Araújo Matsunaga foi presa dias depois. Já no Canadá, o ex-ator porno Luka Rocco matou e também esquartejou o estudante chinês Lin Jun. Ele ainda filmou toda a ação e postou o vídeo na internet. Os restos mortais de Lin Jun foram enviados por Sedex a várias escolas. O assassino foi preso na França. Outro crime chocante foi a morte da modelo Elisa Samúdio cujos restos mortais não foram localizados até hoje. A cobertura completa sobre a morte da professora Mirtes Juliana você confere na edição do Diario de Pernambuco desta segunda-feira, que está à venda nas bancas.

Polícia apresenta inquérito dos canibais

 

A Polícia Civil de Pernambuco apresentará na manhã desta terça-feira, às 9h, o resultado das investigações sobre o caso dos canibais de Garanhuns. A coletiva de imprensa que acontece na Rua da Aurora será realizada pelo diretor geral de operações, delegado Osvaldo Morais, pelo delegado de Olinda, Paulo Berenguer, e por uma perita do Instituto de Identificação Tavares Buril.Além de três mortes confirmadas, Isabel Pires, Jorge Beltrão e Bruna Silva teriam praticado outros seis esquartejamentos, segundo inquérito. Destes, um teria sido na cidade do Conde, na Paraíba, e cinco nos bairros de Santo Amaro e Casa Amarela, no Recife. A 1ª Vara Criminal de Garanhuns acatou denúncia do Ministério Público contra o trio, que já responde por duplo homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica, estelionato, ocultação de cadáver e falsificação de documentos. Eles confessaram que esquartejavam as vítimas e comiam as carnes, que ainda serviam de recheio para salgados vendidos em Garanhuns.