Trio conhecido como canibais vai a júri popular em outubro

A juíza Maria Segunda Gomes de Lima, da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda, decidiu que os réus Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Píres e Bruna Cristina Oliveira da Silva vão a júri popular pelo homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver de Jéssica Camila da Silva Pereira.

Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube
Acusados estão presos. Julgamento será em Olinda. Foto: Reprodução/TV Clube

A sentença de pronúncia foi proferida pela magistrada na última sexta-feira e já contém a data do julgamento: dia 20 de outubro deste ano, às 9h. A defesa dos réus ainda pode recorrer da decisão da juíza.

Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, a vítima Jéssica Camila da Silva Pereira, então com 17 anos, foi assassinada pelos acusados no mês de maio de 2008, em Olinda. O corpo da adolescente foi partido em pedaços. O trio guardou a carne para consumo humano e ocultaram os restos mortais. Após o crime, os réus também passaram a criar a filha da vítima. Uma das acusadas, Bruna Cristina, ainda assumiu a identidade de Jéssica Camila.

“Ante o exposto, por tudo o mais que dos autos consta, nos termos do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal e do art. 413, do Código de Processo Penal, pronuncio os acusados Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Píres e Bruna Cristina Oliveira da Silva devidamente qualificados na presente ação”, escreveu a juíza na sentença de pronúncia. Os acusados vão permanecer presos até o dia do júri popular.

Os três réus estão sendo acusados por homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade, ocultação e outros crimes) e ainda vilipêndio e ocultação de cadáver.

Com informações da assessoria de imprensa da TJPE

Audiência do trio de canibais marcada para 12 de dezembro

A Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda vai realizar, no próximo dia 12 de dezembro, às 13h, uma audiência de instrução do processo relativo ao homicídio de Jéssica Camila da Silva Pereira, assassinada ano de 2008. Os três suspeitos pelo crime, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, serão ouvidos, na ocasião. A audiência acontecerá no Fórum Lourenço José Ribeiro, localizado na avenida Pan Nordestina.

Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube
Os três suspeitos estão presos.  Foto: Reprodução/TV Clube

A secretaria da vara recebeu, na última sexta-feira (22), os laudos sobre a capacidade mental dos réus, solicitado pela defesa dos acusados. Segundo os exames, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva podem responder pelos seus atos.

Essa é a 3ª audiência de instrução do caso. A juíza Maria Segunda, titular da vara, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em julho de 2012. Os suspeitos respondem por ocultação de cadáver e homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil; meio cruel; sem dar chance de defesa a vítima; para assegurar a execução, a  ocultação, a impunidade de outro crime).

Da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco

Defesa dos canibais vai pedir novos laudos

Os advogados de dois dos três suspeitos de matarem e comerem a carne de três mulheres entre 2008 e 2012 vão pedir na Justiça a realização de um novo laudo psicológico para seus clientes. A decisão da defesa foi tomada após a divulgação dos exames de sanidade mental feitos nos três suspeitos, relativo a um dos crimes, cometido em Olinda. O laudo apontou que eles não têm problemas mentais e podem ir a julgamento.

O parecer elaborado pelo Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) foi entregue na última sexta-feira à Justiça de Olinda. Segundo o documento, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, Isabel Cristina Pires da Silveira, 52, e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 23, são considerados mentalmente capacitados. Os suspeitos, que também usaram carne de vítimas para rechear salgados, estão  presos desde abril de 2012. Segundo a assessoria de imprensa do TJPE, os laudos referentes aos outros dois assassinatos, cometidos em Garanhuns, ainda são aguardados.

De acordo com a juíza Maria Segunda Gomes, da Vara do Tribunal do Júri de Olinda, a partir da próxima semana as partes começarão a ser intimadas para que possam se manifestar. “Também irei marcar o interrogatório dos suspeitos”, adiantou. Os crimes praticados pelos suspeitos que ficaram conhecidos como os Canibais de Garanhuns teve repercussão nacional.

O advogado Ranieri Aquino, que defende Bruna Cristina, 22 anos, e Jorge Beltrão, 51, informou que pedirá novo exame para Jorge. “Existe uma perícia do INSS atestando que ele tem esquizofrenia paranoide”, adiantou Ranieri. O advogado Paulo Sales, que atua na defesa de Isabel Cristina, 51, também informou que pedirá um novo laudo.

Trio de canibais de Garanhuns terá destino definido ainda neste mês

O destino dos “Canibais de Garanhuns”, como ficou conhecido o trio acusado de esquartejar mulheres e se alimentar de sua carne, deve ser definido até o fim deste mês. Nesse prazo, serão entregues à Justiça os resultados dos exames de sanidade mental de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, Isabel Cristina Pires da Silveira, 52, e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 23. Nessa quinta-feira fez um ano que o caso de repercussão internacional começou a ser desvendado pela polícia. Em depoimento chocante, o trio também afirmou que usava a carne humana para rechear coxinhas e empadas vendidas à população.

Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube
Acusados estão presos. Crimes foram descobertos há um ano. Foto: Reprodução/TV Clube

Se os laudos comprovarem que os acusados têm problemas mentais, como defendem seus advogados, eles não irão a júri popular responder pelos três homicídios que comprovadamente cometeram entre 2008 e 2012. Um dos crimes ocorreu em Olinda e dois em Garanhuns – as vítimas foram atraídas por propostas de emprego.

Se ficarem comprovados os problemas mentais, os acusados poderão receber apenas uma medida de segurança. Seriam encaminhados ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Itamaracá, onde ficariam por três anos e, após nova análise, seriam liberados, como prevê a lei.

Atualmente, Jorge está preso no Comprexo do Curado (antigo Aníbal Bruno). Cabia a ele cortar a cabeça das mulheres, esquartejar seus corpos e retirava a carne. Isabel e Bruna estão na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima. A primeira cozinhava a carne e recheava os salgados. A segunda era responsável por fazer convites de trabalho (para atuar como babá) às vítimas. Os três estão em celas isoladas como garantia de segurança. Na época das investigações, eles confessaram oito mortes (uma delas na cidade de Conde, na Paraíba), mas a polícia garantiu que só ocorreram três.

Por Raphael Guerra – Do Diario de Pernambuco

Não basta matar? Tem que esquartejar?

 

A notícia da morte da professora Mirtes Juliana, 30 anos, poderia ser apenas mais uma, entre os tantos crimes passionais cometidos por companheiros insatisfeitos com o final dos relacionamentos. O que já é inadimissível. Poderia, mas não foi. Juliana foi morta com golpes de madeira e cano de ferro pelo marido Luiz Antônio dos Santos Júnior, 34, na manhã do último sábado. Não satisfeito com o crime que já havia praticado e aproveitando que a filha do casal de 8 anos não estava em casa, o garçom esquartejou o corpo da mulher. Isso mesmo, esquartejou. O motivo? Talvez nem ele mesmo saiba responder. Para a polícia, o crime foi praticado por ciúmes. Mirtes queria que Luiz deixasse a casa.

Luiz foi preso e encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel)

Depois de cortar o corpo da mulher em várias partes, Luiz encheu três sacos de lixo com os pedaços do cadáver, pegou dois ônibus e seguiu à casa da sua mãe, no bairro de Vila Rica, em Jaboatão Centro, onde deixou a encomenda. Sem dar explicações, voltou para casa, na Vila Sotave, em Barra de Jangada, também em Jabotaão, onde foi preso na noite do mesmo dia. Luiz já está no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Já os restos mortais de Mirtes serão sepultados nesta segunda-feira. O caso traz à tona outros crimes parecidos e levanta um questionamento. Por que esquartejar? Não basta matar?

 

Mirtes tinha 30 anos

Em abril, três pessoas foram presas em Garanhuns suspeitas de matarem e esquartejarem pelo menos oito mulheres. Eles ficaram conhecidos com o trio de canibais, porque ainda comiam os restos mortais das vítimas alegando que faziam parte de uma seita religiosa. No mês passado, o empresário Marcos Matsunaga, dono da Yoki, foi morto a tiros e esquartejado pela mulher dentro de casa, em São Paulo. Os restos mortais foram retirados do imóvel dentro de malas de viagens. Elize Araújo Matsunaga foi presa dias depois. Já no Canadá, o ex-ator porno Luka Rocco matou e também esquartejou o estudante chinês Lin Jun. Ele ainda filmou toda a ação e postou o vídeo na internet. Os restos mortais de Lin Jun foram enviados por Sedex a várias escolas. O assassino foi preso na França. Outro crime chocante foi a morte da modelo Elisa Samúdio cujos restos mortais não foram localizados até hoje. A cobertura completa sobre a morte da professora Mirtes Juliana você confere na edição do Diario de Pernambuco desta segunda-feira, que está à venda nas bancas.

Polícia apresenta inquérito dos canibais

 

A Polícia Civil de Pernambuco apresentará na manhã desta terça-feira, às 9h, o resultado das investigações sobre o caso dos canibais de Garanhuns. A coletiva de imprensa que acontece na Rua da Aurora será realizada pelo diretor geral de operações, delegado Osvaldo Morais, pelo delegado de Olinda, Paulo Berenguer, e por uma perita do Instituto de Identificação Tavares Buril.Além de três mortes confirmadas, Isabel Pires, Jorge Beltrão e Bruna Silva teriam praticado outros seis esquartejamentos, segundo inquérito. Destes, um teria sido na cidade do Conde, na Paraíba, e cinco nos bairros de Santo Amaro e Casa Amarela, no Recife. A 1ª Vara Criminal de Garanhuns acatou denúncia do Ministério Público contra o trio, que já responde por duplo homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica, estelionato, ocultação de cadáver e falsificação de documentos. Eles confessaram que esquartejavam as vítimas e comiam as carnes, que ainda serviam de recheio para salgados vendidos em Garanhuns.