Empresa W9! promete acertar contas em três semanas

Três semanas. Esse foi prazo máximo dado pelo advogado que representa a W9! Comunicação e Eventos Ltda para pagamento de todas as turmas de formandos que tinham contrato com a empresa. Em coletiva, ontem, Jethro Silva Júnior afirmou que a dívida é de cerca de R$ 2,7 milhões. Anteriormente, a Polícia Civil havia avaliado o débito em R$ 10 milhões. Bens de familiares dos sócios da W9! estão sendo vendidos para pagar a quantia.

Parentes do empresário tiveram reunião com os formandos. Foto: Eliane Nóbrega/DP/D.A Press
Parentes do empresário tiveram reunião com os formandos. Foto: Eliane Nóbrega/DP/D.A Press

Segundo o advogado, há aproximadamente 180 contratos interrompidos. Ontem, a empresa foi reaberta para começar a agendar visitas de representantes das turmas de formandos para a negociação.

“Estamos com dificuldades de acessar extratos bancários e visualizar os pagamentos anteriores feitos pela empresa porque houve bloqueio das contas dos proprietários, solicitada pelo Ministério Público”, disse Jethro.

Na semana passada, a juíza Margarida Amélia Bento Barros, da 10ª Vara Cível da Capital, acatou o bloqueio de bens da W9! como garantia de pagamento de futuras ações por danos morais e outros processos. No último dia 26, o Tribunal Regional do Trabalho havia concedido liminar semelhante.

O proprietário da empresa, Lídio Cosme Silva Júnior, continua foragido. “Ele não se apresentou ainda por questão moral. Ele está envergonhado com a situação. Espera o início do processo para demonstrar a boa-fé”, afirmou.

Lídio teve mandado de prisão expedido uma semana após enviar e-mail aos clientes comunicando o fechamento da empresa por dificuldades financeiras. Informou ainda, na mensagem, que não honraria os contratos firmados.

O advogado ainda disse que os funcionários da empresa terão as dívidas pagas. No entanto, a prioridade será para a indenização dos estudantes.

W9! tenta acordo com formandos

O irmão do proprietário da empresa de eventos W9!, Leonildo Cosme, propôs ontem, em reunião com os formandos lesados pelo fechamento da firma, que as festas sejam feitas pela empresa Megaeventus. Lídio é investigado pela polícia por estelionato e teve a prisão decretada pela Justiça.

Irmão de proprietário se reuniu com alunos na Unicap (ELIANE NÓBREGA/DP/D.A PRESS)

Leonildo informou que os estudantes que se formam de outubro a dezembro teriam prioridade. Ele disse ainda que fará o possível para ressarcir o prejuízo de quem não quiser entrar em acordo (o rombo total é estimado em R$ 10 milhões). Segundo Leonildo, na segunda-feira a empresa reabrirá as portas para que seja definida a forma de reembolso.

Hoje, ele se reunirá com outras comissões de formatura na Universo, Imbiribeira.  “Eu estou com o pé atrás. Prefiro o dinheiro de volta”, afirmou a estudante do último período de publicidade e propaganda da Unicap, Maria Eduarda Gayoso.

Lídio Gomes é investigado por fechar a firma e desaparecer sem realizar cerca de 150 formaturas já contratadas. Antes das eleições, a juíza da 18ª Vara do Trabalho do Recife, Solange Moura, determinou o bloqueio de qualquer conta bancária mantida no nome dele e de Adriana Karla Diniz Alves Cosme, sua sócia, além do rastreamento dos veículos e de imóveis deles para penhora.

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Justiça bloqueia os bens da W9!