Câmeras de segurança monitoram bairro do Pina

Por Raphael Guerra

Do Diario de Pernambuco

Equipamentos estão espalhados na localidade. Foto: Helder Tavares/DP/D.A/Press

As principais vias de acesso e entorno do bairro do Pina, Zona Sul do Recife, finalmente ganharam reforço na segurança. Vinte e quatro câmeras de vigilância entraram em operação há cerca de 30 dias e estão sendo monitoradas pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Um alívio para quem circulava pela área e reclamava de assaltos e para os motoristas que, em horários de pico, com trânsito travado, mantinham atenção redobrada para não serem alvos de abordagens. Imagens da Ponte Paulo Guerra, no sentido cidade-subúrbio, além do túnel do Pina e adjacências, são analisadas durante 24 horas. A Região Metropolitana já possui 395 câmeras funcionando nas principais ruas e avenidas com registros de violência, incluindo a área central do Recife. A meta, até 2014, é de que o número seja ampliado para 11,5 mil e contemple os municípios do interior do estado.

São 24 câmeras ligadas com a central da SDS. Foto: Helder Câmara/DP/D.A/Press

“Já tínhamos a necessidade de instalar câmeras no Pina porque há áreas muito sensíveis, como a nova alça do viaduto Joana Bezerra que segue até a Ponte Governador Paulo Guerra. Perto do túnel também era outro ponto que nos trazia preocupação”, explicou o coordenador do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), tenente-coronel Ricardo Fentes. Segundo ele, as câmeras foram doadas pelo RioMar Shopping por meio de um convênio com a SDS. “A inciativa privada fez a doação e nós escolhemos quais os pontos de maior índice de vulnerabilidade, cobrindo esses que eram urgentes”, completou Fentes.

Parceria semelhante com empresas privadas aconteceu no ano passado, quando o governo do estado lançou um programa para instalação de câmeras nas ruas que cercam as instituições de ensino públicas e perticulares, a exemplo do Centro Universitário Maurício de Nassau.

O motorista Luiz Ceará, de 53 anos, comemorou o reforço da segurança no bairro do Pina, mas aproveitou para pedir mais policiamento ostensivo na localidade. “As câmeras são muito importantes para gravar as imagens dos criminosos, mas para que eles sejam presos, é preciso que a polícia esteja por perto”, destacou. Em maio do ano passado, o Diario já havia denunciado os constantes assaltos registrados na Ponte Paulo Guerra. A Polícia Militar de Pernambuco chegou a anunciar que uma viatura móvel faria rondas 24 horas naquele trecho, mas por falta de efetivo a ação não foi concretizada. O local hoje conta com o apoio da CipMotos e de uma viatura da Patrulha do Bairro.

Outras vias próximas aos centros de compras também já são monitoradas pela SDS. Em frente à entrada do Shopping Boa Vista, por exemplo, foi instalada uma câmera. “O mesmo aconteceu por trás do shopping, local onde havia consumo de drogas”, disse o coordenador do Ciods. Próximo ao Tacarun e ao Paço Alfândega há duas câmeras cada. “Mas ainda falta policiamento à noite para quem sai do trabalho e precisa ir para as paradas de ônibus”, criticou a atendente Irela Alves, 27.

 

Robô espião poderá ajudar a polícia pernambucana

 

Ainda não é nada certo, mas a polícia de Pernambuco pode passar a contar com mais uma ajuda tecnológica para monitorar grandes aglomerações e eventos de grande porte no estado. Nessa quarta-feira, uma aeronave que capta e envia imagens em tempo real foi apresentada a vários oficiais da polícia. Sua potente visão é capaz até de pegar placas de carros e detalhes dos rostos das pessoas. O equipamento foi feito por estudantes do ITA e, se sua proposta vingar junto à Secretaria de Defesa Social (SDS), promete mudar um pouco a cara da segurança pública em Pernambuco.

As promessas de bons resultados são muitas, mas, não sei até que ponto essa aeronave poderá mesmo ter uma função essencial para a Polícia Militar, que está analisando seu desempenho. Oficiais da PM alegam que ela seria útil em rebeliões em presídios, jogos de futebol e muitas outras coisas. Mas quem garante que a máquina não será alvo fácil de ataques. Atualmente, criminosos conseguem derrubar até helicópteros.

 

Máquina foi testada ontem diante dos PMs no estádio da Ilha do Retiro e ainda terá seu desempenho analisado (FOTOS: EDVALDO RODRIGUES/DP/D.A PRESS)

Equipamento tem 80 cm e funciona a bateria. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A.Press

 

Leia matéria publicada no Diario de Pernambuco desta quinta-feira

 

Um equipamento de monitoramento do espaço aéreo, criado por três estudantes pernambucanos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), está sendo avaliado pela Polícia Militar para ser utilizado como uma das tecnologias de segurança do estado em eventos de grande porte, como a Copa do Mundo de 2014. Com capacidade de enviar imagens em tempo real a uma distância horizontal de até cinco quilômetros, a aeronave elétrica foi criada com base em modelos semelhantes utilizados pela polícia de Seattle, nos Estados Unidos, e também pelo serviço de segurança que operou em Londres, Reino Unido, durante a última Olimpíada. Ontem, comandantes de batalhões da capital e do interior acompanharam uma demonstração de voo, no estádio da Ilha do Retiro.

A partir do que foi verificado na apresentação, eles irão enviar um relatório para o Comando Geral, com as impressões sobre o equipamento. Caso venha a ser adquirida pela PM, a aeronave será utilizada durante shows, monitoramento do retenção de tráfego e acompanhamento de passeatas e protestos. Com duas câmeras que possibilitam dar um zoom de até 10 vezes, a aeronave consegue capturar imagens de rostos, placas de carro e detalhes de qualquer pessoa se estiver voando a uma altitude média de 30 metros. Segundo os desenvolvedores, que projetaram a máquina há cerca de um ano, o propótipo é mais econômico do que um helicóptero, pois não utiliza combustível, e consegue voar em condições adversas, como muito vento ou chuva.

A máquina tem cerca de 80 centímetros de diâmetro e funciona com uma bateria de lítio que confere autonomia de voo de até 15 minutos. Ela pode ser controlada por um controle remoto operado por um piloto em solo ou a partir de um piloto automático orientado via GPS. Duas antenas acopladas no aparelho são responsáveis por enviar os sinais diretamente para um receptor de imagem ligado a um veículo. Caso perca o sinal, a aeronave é capaz de retornar para o local de decolagem e pousar sozinha.

 

Ricardo Sansolo, 22 anos, um dos responsáveis pelo projeto, fez a demonstração do voo

Ricardo Sansolo fez demonstração. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A.Press

“Ela é muito mais estável que um helicóptero, pois possui um sistema de estabilização totalmente eletrônico. O grande diferencial dela é que você consegue ter a câmera no local desejado e acompanhar a imagem em tempo real, podendo identificar as pessoas no momento da ação”, explicou o aluno de engenharia aeronáutica do ITA e um dos responsáveis pelo projeto Ricardo Sansolo, 22. De acordo com ele, o equipamento foi criado para ser usado em conjunto com outros iguais. “É possível acompanhar eventos com grande quantidade de pessoas, usando até quatro pontos de filmagem.” Não há prazo para o relatório ser enviado ao Comando Geral.