ADEPPE critica mudanças de delegados na Corregedoria Geral da SDS

A direção da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) critica as mudanças de delegados promovidas na Corregedoria Geral e publicadas pelo blog no último dia 14 de junho (Leia aqui).

Confira a nota na íntegra:

A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) recebeu com incomum perplexidade a notícia das mudanças de Delegados na Corregedoria Geral da SDS, publicadas  no último dia 7, em que foram dispensados de suas funções naquele órgão, sem qualquer fundamentação, os Delegados Fábio Gaudêncio, Adriana Oliveira, Graham Campelo e Djalma Raposo.

Os colegas que ora são retirados da Corregedoria são profissionais de vasta experiência na função investigativa e têm como característica marcante uma atuação independente, imparcial e sempre pautada pelo respeito às garantias individuais dos investigados, qualidades que, aparentemente, não são as desejadas pela atual gestão.

Aliás, é de se frisar que a direção do órgão vem atuando com o propósito claro de gerar estatísticas positivas de punição, mesmo quando as comissões de disciplina concluem pelo arquivamento. Prova disso é a condenação sumária de uma Delegada pelo fato dela não ter apresentado sua própria defesa nos autos de um processo administrativo disciplinar.  O processo foi instaurado para apurar as circunstâncias de um assalto do qual ela foi vítima, ocasião em que teve subtraída a arma da instituição. Ela foi absolvida do fato principal apurado, afinal, policiais não estão imunes à crescente violência, entretanto, por não ter exercido o seu direito de defesa, quando instada a fazê-lo pela Corregedoria, restou punida.

Essa condução dos trabalhos na Corregedoria, dirigida por pessoa estranha aos quadros das corporações subordinadas ao órgão, está causando forte desmotivação nos profissionais de segurança pública. Na Polícia Civil, por exemplo, essa tendência punitiva está levando os Delegados a evitar investigações mais complexas. Não há mais clima para grandes investigações. Muitos servidores estão buscando funções administrativas para não ter que lidar com os problemas cotidianos das Delegacias, que podem ser objeto de processos disciplinares. Resultado, menos investigação, mais violência, causando-se inestimável prejuízo à sociedade.

Temos, porém, a plena confiança de que a substituição efetuada não interferirá na manutenção da necessária isenção que a função exige e que, mesmo com menos experiência no cargo, os colegas convocados saberão lidar com maestria contra eventuais interferências que possam surgir no intuito de se ampliar punições naquele órgão correcional.

A ADEPPE solidariza-se com os colegas, colocando-se à inteira disposição para auxiliar no exercício pleno de seus direitos.

A DIRETORIA

ADEPPE divulga nota sobre resultados do Pacto pela Vida

Na última sexta-feira, a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou o resultado dos oito anos do programa Pacto pela Vida, além disso foram anunciados os novos nomes dos chefes das polícias Civil, Militar e Científica. Confira, na íntegra, a nota divulgada pela Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco.

A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco – ADEPPE vem a público manifestar-se acerca dos números do Programa Pacto pela Vida recentemente divulgados, em que se apurou aumento do número de homicídios na ordem dos 8,73%. É notório que os resultados positivos alcançados nos últimos 7 anos, com reiteradas reduções dos índices de homicídios, são resultado da entrega incondicional dos servidores que integram a segurança pública no Estado, em especial os servidores policiais civis, que executaram mais de 150 operações, que culminaram com a prisão de mais de 1.500 criminosos.
Lamentavelmente o Governo do Estado de Pernambuco não vem retribuindo a brilhante atuação desses abnegados profissionais. Os delegados de polícia recebem o penúltimo pior salário do país, o que vem causando grande desmotivação em tais servidores. Com uma estrutura deficiente, imóveis impróprios e equipamentos de proteção individual vencidos, as dificuldades ficam ainda maiores.
A categoria aguarda que o novo governo, em conjunto com a nova Chefia de Polícia recém indicada, reconheça as necessidades da classe, atualizando dignamente a remuneração, bem como oferecendo condições de trabalho dignas, resgatando assim o orgulho perdido, para que o Estado volte a apresentar os números desejados por toda Sociedade Pernambucana.

Leia mais sobre o assunto em:

Novos chefes na Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Científica de Pernambuco

Comando da Polícia Militar fala sobre estágio prático dos novos PMs

A assessoria de comunicação da Polícia Militar enviou nota de esclarecimento ao blog a respeito das denúncias feitas pelos alunos do curso de formação. A corporação afirma que o emprego dos concluintes em qualquer evento obedece a um criterioso planejamento prévio.

Na nota, o comando da PM diz que “no tocante ao curso em andamento, a sua matriz curricular prevê a participação dos futuros soldados em estágio prático operacional, nos batalhões da RMR, reguladas por uma Nota de Instrução que regulamentará suas participações no período carnavalesco, observadas, porém, todas as medidas que  salvaguardem as suas condições de estagiários.”

Uma das principais queixas dos alunos do curso de formação era de que eles seriam mandados para a rua sem armas de fogo. Sobre essa queixa, a corporação esclarece o seguinte:

“A exemplo disso, os alunos serão empregados em patrulhas com mais de 10 (dez) policiais militares, fardados, e sempre sob comandamento de Oficiais, além da supervisão de instrutores e monitores, salientando-se que tais discentes não portarão arma de fogo, haja vista que a doutrina operacional não prevê este tipo de armamento para eventos que reúnam multidões, exceção feita a oficiais e graduados, muito embora estejam os alunos, assim como os demais soldados, munidos de colete e tonfa (cassetete), o que se reveste como um armamento de menor potencial ofensivo e apropriado para estes eventos. Todas as medidas cautelares foram adotadas no seu planejamento, conforme atestado em reunião ontem (quinta-feira, 24) com o comandante do Campus de Ensino Metropolitano, local onde estão sendo formados, proporcionando a possibilidade de atuarem nas prévias e no carnaval propriamente dito, enriquecendo a formação dos novos Pacificadores Sociais nesses importantes eventos da história e cultura pernambucanas.”