Bope: policiais enfrentam sacrifícios em nome de um sonho

Militares fazem vários treinos, como o de tiro, por exemplo. Foto: Shilton Araújo/Esp/DP

Entrar para o Curso de Operações Especiais significa também abrir mão do contato com a família por vários dias seguidos e ainda do acesso ao mundo externo à área do Bope. Enquanto estão sendo treinados, os alunos falam apenas como os instrutores do curso e com a equipe de instrução. Somente quando são liberados, no sábado ou no domingo, é que voltam ao convívio com a família e amigos. Isso para aqueles que são pernambucanos. Como as folgas são curtas, um dia e meio no máximo, quem mora em outro estado não tem tempo hábil de voltar para casa. Os “estrangeiros” acabam também fazendo laços de amizade com os familiares dos policiais que moram na Região Metropolitana do Recife.

Eles são identificados e chamados pelos números que estão nas roupas que usam durante o curso. Essa é uma das maneiras de preservar a identidade dos policiais que fazem parte da tropa de elite da Polícia Militar. Mesmo depois de formados, quando estão em operações, seguem atendendo pelos números. Independentemente da patente que tenham, os militares que ingressam no Curso de Operações Especiais do Bope são obrigados a seguirem todas as ordens dadas pelos instrutores. Pedindo reserva em suas identidades, dois alunos conversaram com o blog e contaram sobre os dias de treinamento e o desejo de se tornar um “caveira”.

Há sete anos na Polícia Militar de Pernambuco, um soldado lotado na Companhia Independente de Policiamento com Motos (CIPMotos) disse que sempre sonhou em fazer o curso do Bope. Aos 26 anos, ele pretende chegar ao final do treinamento. “Desde que entrei para a PM que recebemos instruções dos caveiras e passei a ter admiração. Isso foi se tornando um sonho, uma vontade que foi mais forte do que eu de entrar para esse time também. Apesar de saber das dificuldades do curso e que grande parte dos alunos inscritos desistiam isso alimentou ainda mais a vontade de pelo menos tentar. Não iria ficar satisfeito se eu não tentasse esse curso pelo menos uma vez”, contou o soldado.

Sobre os desafios, o aluno diz que os enfrenta para dar orgulho à família. “Graças a Deus, ainda estou aqui. Estou sobrevivendo. Não é fácil, mas a nossa vontade de superar os limites, de voltar para casa formado, de dar orgulho à família faz com que a gente permanece aqui ainda. Se depender de mim, eu só saio no fim, só saio quando o curso acabar. Esse sempre foi o meu sonho. Ser formado no Curso de Operações Especiais”, ressaltou o soldado. As aulas do curso são realizadas na sede do Bope, no bairro do Jiquiá, e ainda em outras cidades, como Paudalho, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Garanhuns, Petrolina, Serra Talhada e Salgueiro.

Se para os policiais pernambucanos é difícil enfrentar o treinamento nas diferentes regiões do estado, o desafio é ainda maior para quem veio de outros estados. Com 24 anos, um tenente da Polícia Militar do estado do Mato Grosso está no curso com outros dois conterrâneos. Ele diz que é preciso dedicação para enfrentar o treinamento. “Estou na polícia há seis anos e sempre observei a dedicação com a qual os caveiras trabalhavam. É um jeito diferente de todos os outros militares de qualquer unidade. Depois que passei a ter contato com eles, comecei sonhar em fazer parte desse seleto grupo. A maior dificuldade para nós que somos de fora é a distância da família. A saudade é muito grande. Porém, os pernambucanos nos abraçaram, ofereceram seus lares e suas famílias. Estamos fazendo novos amigos. Isso também nos motiva fortalece”, declarou o aluno.

Município de Carpina comemora 30 dias sem registrar assassinatos

O município de Carpina, na Mata Norte do estado, comemorou nesse dia 9 de setembro de 2013, 30 dias sem homicídios, segundo a Polícia Militar. O início do ano de 2013, foi conturbado com vários registros de homicídios. De acordo com informações do tenente Anacleto Suassuna, no mês passado, a cidade ficou 24 dias sem registros de homicídio, já neste mês, foram 30 dias sem nenhuma morte. O último caso aconteceu no dia 10 de agosto, segundo o oficial.

Carpina fica na Mata Norte do estado. Foto: Credito: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Carpina fica na Mata Norte do estado. Foto: Credito: Julio Jacobina/DP/D.A Press

A redução da violência na cidade de Carpina é fruto do trabalho que vem sendo realizado pelos policiais militares da 1ª Companhia e pelos policiais civis da Delegacia de Carpina, com as realizações de várias Operações Policiais com apreensões de drogas e armas de fogo, bem como prisões de suspeitos de crimes.

 

Quem batiza as grandes operações da Polícia Federal?

 

Da Superinteressante

Ensinam as cartilhas de marketing: em um mercado saturado, crie um diferencial. Foi o que a Polícia Federal fez, de caso pensado ou não, ao batizar suas operações com sacadinhas. Entre milhares de notícias, a que une “Daslu” e “Narciso” se destaca. O reposicionamento começou em 2002, com um ataque ao jogo do bicho em Mato Grosso chamado Operação Arca de Noé. Depois dela, o dilúvio: Ctrl+Alt+Del, contra fraudes bancárias online; Eros, contra tráfico de Viagra; até a recente Ventania, que focou falsificação de dinheiro – “na mão, é vendaval” (ver quadro PF de A a Z, abaixo).

Consta que grande amigo do trocadilho na PF era o diretor-executivo Zulmar Pimentel. Os nomes podiam até ser sugeridos pelos delegados, mas era o nº 2 do órgão quem aprovava e até as renomeava as operações se assim achasse necessário. Em maio de 2007, Zulmar foi afastado após uma investigação na própria PF, acusado de passar informações sigilosas a colegas. O nome da operação não podia ser melhor: Navalha, que fecha em si mesma e é feita para cortar quem a usa.

 

PF de A a Z
Melhores nomes de operações da Polícia Federal

Anjo da Guarda (2005)
Alvo: pornografia infantil

Castelo de Areia (2009)
Alvo: superfaturamento de obras públicas

Ctrl+Alt+Del (2006)
Alvo: roubo de senhas de banco na internet

De Volta Para Pasárgada (2008)
Alvo: fraudes em prefeituras, sequência da Operação Pasárgada

Eros (2007)
Alvo: tráfico de Viagra

Good Vibes (2007)
Alvo: tráfico de ecstasy

Narciso (2008)
Alvo: notas frias da loja de luxo Daslu

Pinóquio (2008)
Alvo: exploração ilegal de madeira

Toque de Midas (2008)
Alvo: fraude em ferrovias que passam por garimpos

Ventania (2010)
Alvo: falsificação de dinheiro

Zapata (2006)
Alvo: cartéis de drogas mexicanos

Fonte:

Fonte Agência de Notícias da Polícia Federal

 

Ações das polícias na rua serão monitoradas

Telões e mesa digital substituíram os papeis e os velhos mapas que eram usados

 

Planejar as ações e operações das polícias civil e militar do estado agora ficou um pouco mais fácil. É que todo o esquema de atuação que antes era feito em papel e com a ajuda de mapas passou a ser montado por computador. Isso nos traz a esperança de eliminação ou diminuição de erros durante os procedimentos. Após o planejamento, tudo o que é feito na rua é monitorado pelos departamentos de Operações Gerais das duas instituições, o que implica dizer ao policial que não ande fora da linha, pois está sendo monitorado por todos os lados. A novidade faz parte do projeto de Modernização dos Centros de Planejamento das Polícias Civil e Militar de Pernambuco e deve começar a funcionar, na prática, no início do mês de julho.

 

Todas as ações da rua serão monitoradas em tempo real nas salas de planejamento

 

De acordo com o gerente técnico de Programas e Projetos da Secretaria de Defesa Social, capitão David Gonzaga, as duas salas de planejamento e monitoramento da Civil e da PM estão passando pelos últimos ajustes para começarem a funcionar. O blog visitou a unidade da Polícia Civil, na Rua da Aurora, onde um grupo de policiais estava sendo treinado para montar uma operação. Uma mesa digital grande e dois telões são utilizados para demarcar as áreas onde os policiais devem estar e como eles irão atuar no momento das operações, além de mostrar imagens das ações em tempo real. Uma das ações a ser montada efetivamente com o novo sistema será o planejamento do São João do município de Caruaru, no Agreste do estado.

 

Viaturas estão equipadas com terminais e duas câmeras de monitoramento

 

“Nós conseguimos mapear toda a área onde vamos trabalhar utilizando a tecnologia de localização com o auxílio do Google e, além disso, todas as imagens das câmeras de segurança da SDS podem ser acessadas por aqui. Para conseguirmos ter as imagens mais precisas das ações, implantamos 35 terminais embarcados nas viaturas da PM com câmeras na parte dianteira e traseira do veículo”, explicou Capitão David. Os policiais que estão participando dessas operações também estarão com localizadores pessoais. A SDS comprou 200 equipamentos para colocar nas ruas. Com tanto investimento em tecnologia na área de segurança, espera-se que as operações sejam sempre positivas, a partir de agora.