Um dos equipamentos de lazer mais cobiçados da Zona Norte está tomado pelo medo. Não é de hoje que frequentadores do Parque da Jaqueira, localizado numa das áreas mais nobres da cidade, se queixam de investidas criminosas no interior do espaço, como também nas proximidades.
Caminhar, correr ou utilizar o equipamento para passeios com a família virou sinônimo de medo. Crimes de assaltos são frequentes no local. Em geral, os suspeitos estão armados de facas ou facões e levam os pertences que querem das vítimas. Na última segunda-feira, um adolescente de 15 anos foi o autor de mais um assalto no parque. Um casal de estudantes teve suas bolsas roubadas sob a ameaça de uma faca.
O garoto foi apreendido por policiais militares que faziam rondas na localidade pouco tempo depois e os produtos foram recuperados. Mas nem toda vez o final da história será esse. Os guardas municipais e as câmeras de monitoramento instaladas no parque não têm sido suficientes para inibir a ação dos criminosos. O que se espera daqui para frente é de que a segurança no equipamento seja reforçada. Até lá, é rezar para não ser a próxima vítima.
O aumento no número de roubos e furtos registrados nos dois primeiros meses deste ano na Zona Norte do Recife tem deixado moradores e frequentadores de vários bairros assustados. Se em Casa Forte e em Casa Amarela os assaltos estão sendo praticados por homens armados que geralmente estão em carros, na Jaqueira os crimes são cometidos por pessoas que estão em motocicletas ou até mesmo a pé.
No último domingo, o juiz da 10ª Vara Criminal do Recife, João Guido Tenório de Albuquerque, foi assaltado na frente de uma padaria no bairro da Jaqueira. “Nunca imaginei que pudesse ser assaltado de dia, às 9 horas”, relatou o juiz. Ele foi abordado por dois homens numa motocicleta, um deles armado. O crime aconteceu na Praça Souto Filho, conhecida como Praça do Cachorro. “Me ameaçaram de morte e levaram um cordão e minha pulseira de ouro”, contou.
Ao registrar queixa, o juiz João Guido soube que assaltos são comuns não apenas naquela área, mas também na Avenida Rosa e Silva, no Parnamirim, e até mesmo dentro do Parque da Jaqueira. “O policiamento se resume a uma guarita de onde os policiais não podem sair. Os bandidos fazem a festa”, salientou o magistrado, acrescentando que não iria mais frequentar o parque devido à violência. O aposentado Walfredo Dias, 80 anos, costuma caminhar na Jaqueira e disse que já ouviu relatos de alguns assaltos. “Sempre venho no horário da tarde e nunca fui assaltado, mas as pessoas contam que estão acontecendo assaltos por aqui.” Comerciantes do parque dizem que celulares são os objetos mais levados pelos assaltantes.
O comando do 11º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela localidade informou que o policiamento ostensivo no entorno do Parque da Jaqueira é feito pela Patrulha do Bairro, além de policiais a pé. A assessoria de imprensa afirmou que o comandante do batalhão está ciente da denúncia e deixa à disposição dos moradores o número do whatsapp (81) 98722-5712 para que façam denúncias.
Já a Guarda Municipal do Recife, responsável pela segurança no parque, ressaltou que coloca três viaturas a mais nos finais de semana nas ruas do Recife, com quatro homens dentro de cada. A ronda é feita nos pontos de maior movimento da cidade e conta, ainda, com a colaboração das câmeras da Central de Monitoramento.
Se você é daquelas pessoas que costumam deixar vários objetos dentro do carro quando o estaciona em um lugar vulnevárel, preste bastante atenção aos riscos que está correndo. Depois de uma onda de arrombamentos de veículos nos estacionamentos de grandes supermercados, a polícia agora está ocupada em tentar descobrir também quem são os integrantes de uma quadrilha criminosa que escolheu os arredores de um dos parques mais movimentados do Recife para agir.
Localizado no bairro da Jaqueira, área nobre da nossa capital, o Parque da Jaqueira se tornou o alvo, segundo a polícia, de arrombadores de carros. Os criminosos conseguem, de maneira discreta, abrir as portas dos veículos, retirar cartões de créditos das bolsas e carteiras e, em seguida, partem para a farra das compras. Para escapar dessa modalidade criminosa, a polícia orienta ter mais cuidado nos locais onde parar seu carro e não deixar pertences à mostra. Pois isso é um convite aos ladrões! Nem mesmo a presença da Polícia Militar nas imediações do parque tem conseguido evitar os constantes arrombamentos.
Leia a matéria publicada na edição impressa do Diario de Pernambuco desta segunda-feira. O texto a seguir é da repórter Adaíra Sene
Uma área verde adorada por crianças, idosos e atletas está sendo invadida pelo medo. O Parque da Jaqueira, no bairro nobre de mesmo nome, na Zona Norte do Recife, vem sendo alvo de furtos constantes. Sem se intimidar com a presença dos dois Postos de Policiamento Ostensivo (PPOs) nos entornos, os suspeitos abrem os veículos estacionados nas imediações do parque com uma chave mestra, reviram os pertences das vítimas e retiram apenas os cartões de créditos. No lugar, deixam outros também roubados e já bloqueados. A Delegacia de Casa Amarela, responsável pelas investigações de crimes na área, informou que os crimes são frequentes e que podem ser fruto de uma parceria criminosa entre arrombadores e estelionatários.
“O parque recebe gente de vários lugares e tem policiamento por perto, mas as pessoas não ficam atentas. Vão caminhar e deixam a bolsa, carteira, cartões, notebooks dentro do carro para quem quiser ver”, ressaltou o delegado Gilmar Rodrigues, titular da delegacia. “Não temos assaltos armados, mas alguns bandidos abrem a porta discretamente e tiram os cartões para clonar. Os arrombadores passam os cartões para o estelionatário e pronto. Fazem a farra com os cartões”, explicou Rodrigues.
Um dos idealizadores do projeto Parque da Jaqueira, o arquiteto Carlos Bellandi, 85 anos, se entristece ao constatar as ocorrências. “Não fizeram grande coisa do nosso projeto. Precisam reforçar, principalmente, o policiamento, mas também melhorar a iluminação e a limpeza para que ele volte a ser o que era ”, comentou. Até mesmo os flanelinhas estão insatisfeitos. “Eu fico nessa área há cinco anos. Na semana passada, quebraram o vidro do carro de uma mulher na Rua Simão Mendes. Era de manhã. Pegaram a bolsa e correram. O povo ainda vem culpar a gente”, desabafou um flanelinha que preferiu não se identificar.
A equipe de reportagem observou que o 11º Batalhão da Polícia Militar é o responsável pelo patrulhamento e segurança na área. Os dois postos de policiamento ficam na Rua do Futuro e na Praça Fleming. As rondas são feitas pela viatura de Patrulha do Bairro e pelas equipes do próprio batalhão. Nos PPOs, a guarda é feita 24 horas, sempre com dois policiais de prontidão. Já a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) informou que sobre a iluminação do local, irá enviar técnicos ainda nesta semana para avaliar a necessidade de reparos em pontos de iluminação do Parque da Jaqueira.