Baderna e destruição antes e depois do clássico entre Sport e Santa Cruz

Por mais que a polícia esteja nas ruas para tentar minimizar os efeitos do temido encontro de torcidas rivais no Recife, a cada dia as cenas de violência são mais frequentes. Nesse domingo, passei em frente à Ilha do Retiro a caminho da redação antes das 9h e já havia muitos policiais no local. Ao longo do dia, mais policiais militares de diversos batalhões foram deslocados para as ruas com o objetivo único de deter baderneiros e garantir a ida e vinda dos verdadeiros torcedores ao clássico que deu o tricampeonato ao Santa Cruz.

Antes do jogo, torcedores foram revistados. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press
Antes do jogo, torcedores foram revistados. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press

No entanto, ainda antes da bola começar a rolar na Ilha, a pau já estava cantando dentro do estádio e nas ruas do Grande Recife. Em Olinda e em Paulistas, grupos de ambos os times foram detidos após brigas nas ruas. Na Avenida Norte, PMs estavam revistando torcedores que seguiam para o jogo. Cenas de violência também foram vistas nas dependências do campo do Sport, onde torcedores do Santa Cruz destruíram os banheiros e chegaram a jogar objetos sobre os carros estacionados. Bacias sanitárias chegaram a ser arremessadas.

O medo de sair de casa durante os dias de jogos, sobretudo os decisivos, já faz parte da rotina de muita gente. Leitores do blog relataram ter presenciado confusões na Avenida Conde da Boa Vista, na Madalena e em Olinda. Nem mesmo os profissionais da imprensa que estavam trabalhando foram poupados. Vários carros de empresas de comunicação foram danificados. E olhe que mais de 1,4 mil homens da PM estavam trabalhando apenas para a segurança do clássico. Resta saber até quando essas pessoas que se dizem torcedores vão continuar se aproveitando dos dias de jogos para fazerem o que querem.

Veja cobertura completa no portal do pe.superesporte.com.br ou no Diario de Pernambuco desta segunda-feira.

 

Afinal, de quem é a culpa?

Na tarde desse domingo, um menino de apenas dois anos foi alvo de uma pedrada no rosto. Ele estava em um ônibus da linha Curado IV/Rua 14 e seguia com os familiares para uma tarde de passeio. Sua viagem terminou no hospital. O garoto foi a mais nova vítima de indiscriminada rivalidade entre alguns torcedores dos times pernambucanos. Um confronto entre rubro-negros e tricolores, que nem jogaram um contra um outro nesse domingo, foi o que motivou a agressão à criança.

Se as brigas de torcidas organizadas já causam revolta, nos casos onde inocentes são os maiores prejudicados, a indignação é maior ainda. Após ser atingido quando o veículo estava nas imediações do Hospital Pelópidas Silveira, o garoto foi levado para a unidade de saúde com o rosto bastante machucado. De lá, seguiu para o Hospital da Restauração, onde permanece internado. O estado de saúde dele não é grave, disseram os médicos. Bem, o que não se pode discutir é se o menino foi vítima ou não de briga de torcedores. Isso ficou claro com os relatos das testemunhas.

Rubro-negros que estavam no ônibus discutiram com os tricolores que estavam numa moto. Rojões para um lado. Pedras para o outro e o menino ferido. E agora, de quem é a culpa? Para esse clássico do final de semana, a Secretaria de Defesa Social montou um esquema de segurança pouco visto nos jogos anteriores. O policiamento foi reforçado dentro e fora do estádio, e inclusive nas vias de acesso como os principais corredores. Infelizmente, o incidente do menino aconteceu na BR-232, local onde não costuma ocorrer esse tipo de confusão.

Será que o problema que gera esse tipo de ocorrência é a falta de policiamento? Ou seria a falta de educação e consciência de alguns torcedores que insistem em sair às ruas fazendo o que bem querem? O que sabemos até agora é que a cada dia fica mais temeroso sair de casa em dias de jogos nos estádios de Pernambuco.

Leia mais sobre o assunto em:

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Decretada prisão preventiva de corintianos detidos na Bolívia

Da Agência Brasil

A Justiça boliviana decretou a prisão preventiva de 12 brasileiros detidos na cidade de Oruro no último dia 20. O grupo é investigado pela morte do boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador disparado por torcedores no Estádio Jesús Bermudez, onde San José e Corinthians jogavam pela Copa Libertadores da América.

À Agência Brasil, o Itamaraty informou que a prisão preventiva não tem prazo determinado a ser cumprido. Disse que enviou nessa sexta-feira a Oruro o ministro-conselheiro da embaixada brasileira na Bolívia, Eduardo Saboia. Ele vai se encontrar com autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público. Além de Saboia, o Itamaraty mantém em Oruro um agente consular e um consultor jurídico para auxiliar os brasileiros.

De acordo com decisão da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que organiza a Copa Libertadores da América, o Corinthians não poderá ter torcedores acompanhando os seus jogos no torneio Taça Libertadores por até 60 dias, período em que deve haver o julgamento do caso no Tribunal Disciplinar da Confederação.

A direção do Corinthians informou que recorrerá da decisão. “A medida fere não só o clube, mas, principalmente, os mais de 80 mil torcedores que perderão o direito, adquirido de forma antecipada, e que não merecem tal pena”, diz em nota.