Conheça a história do delegado que inspirou a série A Teia

Da IstoÉ Independente

É como montar um quebra-cabeça. Assim o ex-delegado da Polícia Federal, Antonio Celso dos Santos, 55 anos, refere-se ao maior roubo a banco do País, que ajudou a desvendar: o assalto ao Banco Central de Fortaleza, em 2005, crime que virou filme. O objetivo era prender os bandidos e recuperar o dinheiro roubado, cerca de R$ 165 milhões.

Treze anos se passaram desde que ele assumiu a chefia do Núcleo de Combate ao Crime Organizado e Delitos Patrimoniais (Nucopa) da Polícia Federal e hoje sua trajetória inspira a série “A Teia”, transmitida pela Rede Globo e com roteiro de Bráulio Mantovani e Carolina Kotscho. Em comum com o personagem, vivido pelo ator João Miguel, Santos afirma ter empenho ao presidir uma investigação. “Gosto do desafio de solucionar um crime a partir dos indícios que vão surgindo e me permitem montar a teia”, diz.

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PERFIL
Santos ainda na ativa: o anti-Capitão Nascimento

Filho de nordestinos, Santos nasceu no interior de São Paulo e começou a estudar para concursos públicos ainda adolescente. Em 1979, foi aprovado como agente de Polícia Federal e adotou como estratégia profissional a incansável busca por informações. “Seu traço principal é a obstinação pelo trabalho”, afirma Getúlio Bezerra, diretor do Nucopa entre 2003 e 2007.

O trabalho de Santos despertou a curiosidade da cinegrafista Luciana Burlamaqui, única pessoa de fora da equipe a ter acesso às investigações do assalto ao Banco Central de Fortaleza. “Paciência, persistência e foco eram seus lemas. Não havia uma política de vingança”, afirma. Segundo a roteirista Carolina Kotscho, Santos é a antítese do Capitão Nascimento, de “Tropa de Elite”. “Ele tem um lado intelectual, estuda cada caso para que o resultado seja o melhor possível”, diz.

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NA TEVÊ
João Miguel como o delegado na série

Atualmente longe da rotina das investigações, ele usa o tempo livre para se dedicar à leitura e à saúde e revela a fórmula na qual acredita: “Prisão espetacular é aquela em que o mais perigoso meliante é preso sem que as pessoas ao redor nem sequer percebam o que está acontecendo, sem violência”, diz ele, que acompanhou como consultor todo o processo de criação do roteiro, gravações e montagem dos episódios.

Fotos: Paulo Francisco/Folhapress; Globo/Estevam Avellar