Agentes penitenciários não nomeados protestam contra novo concurso

Aprovados no concurso para agentes de segurança penitenciária do ano de 2009 realizaram uma passeata, na manhã dessa segunda-feira, da praça do Derby com destino à Assembleia Legislativa e ao Palácio do Campo das Princesas. Os manifestantes protestaram pelo anúncio feito na última sexta-feira pelo governador Eduardo Campos, sobre a abertura de um edital para uma nova seleção de 200 agentes penitenciários, quando já existe um vigente, em que 2.400 aprovados ainda não foram convocados. Durante o trajeto, os manifestantes distribuíram uma carta aberta e fizeram apitaço.

Aprovados realizaram ato pela manhã. Foto: Mayra Cavalcanti/Esp/DP/D.A Press
Aprovados realizaram ato pela manhã. Foto: Mayra Cavalcanti/Esp/DP/D.A Press

O presidente da Comissão dos Concursados, Sílvio Tadeu, informou que, de acordo com um levantamento feito pela própria comissão, Pernambuco é o estado com a menor quantidade de agentes penitenciários para cada preso no Brasil. “São 22 presos para cada agente, quando sabemos que o ideal é que sejam apenas cinco presos. Ou seja, ao invés de convocar essas pessoas que já foram aprovadas, o governo vai lançar um novo edital, o que vai demorar mais ainda para suprir esse número”, explicou.

Segundo ele, ainda neste mês, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) entrou com um ofício solicitando a contratação emergencial de 100 agentes penitenciários do último concurso. “Das pessoas aprovadas, apenas 1.500 foram chamadas, enquanto outras 2.400 aguardam a convocação. Essas não passaram pelos outros processos, como exame médico, teste físico e psicotécnico, além da academia, que dura quatro meses. Mas mesmo assim, seria mais rápido do que fazer uma nova seleção”, disse. Na Alepe, os manifestantes foram recebidos pelo deputado estadual Sérgio Leite.

O secretário executivo da Secretaria de Ressocialização (Seres), coronel Romero Ribeiro, declarou que serão feitas reuniões para lançar o edital de concurso para os 200 novos agentes. Conforme ele, no último concurso, foram 770 pessoas convocadas. “O compromisso era de chamar 500. Além disso, outros 34 do concurso passado ainda serão selecionados”, relatou. O coronel Ribeiro acrescentou que, antes da realização da seleção de 2009, eram 35 presos para cada agente, número que caiu para 22. Após o novo concurso, serão 17.

Por Mayra Cavalcanti da equipe do Diario

O ciúme que segue matando as mulheres

Mais uma mulher vítima da brutalidade machista, covarde e passional em Pernambuco. Desta vez, o crime aconteceu em Caruaru, no Agreste do estado. Célia Maria da Silva, 43 anos, levou mais de dez facadas do seu companheiro, o desempregado Flávio Júnior da Silva, 33 anos, e de um amigo, Welson Soares de Almeida, 19 anos, também desempregado. Até o dia 17 deste mês, 38 mulheres já haviam sido assassinadas em Pernambuco, segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS).

Flávio Silva confessou ter premeditado o assassinato da mulher por ciúmes (BLOG DO ADIELSON/REPRODUCAO)

Segundo o delegado que apurou o caso, Márcio Cruz, da Delegacia Regional de Caruaru, Flávio confessou friamente o assassinato da namorada e disse que matou Célia por ciúmes, porque sabia de diversos casos de traição da parte dela. Flávio também chegou a dizer que premeditou a morte da companheira. O crime aconteceu na madrugada de ontem, na Rua Bernardino de Carvalho, bairro do Salgado, em Caruaru, onde Célia morava.

“Flávio disse que há muito tempo tinha conhecimento de que sua namorada o traía. Em depoimento, ele afirmou que saiu de casa com uma peixeira, enquanto o amigo Welson seguiu para casa de Célia com outra faca. Lá, beberam até que a mulher ficasse embriagada. Foi quando os dois a esfaquearam até a morte”, disse o delegado. Na perícia inicial, foram identificados três facadas profundas e fatais: uma na nuca de Célia, outra abaixo da orelha direita e outra na altura do peito.

De acordo com Cruz, a família de Célia disse que ela era alcoólatra e confirmou que quando a mulher bebia costumava levar vários homens para casa. “Não foi a primeira vez que o assassino soube de traição. Ele também chegou a confessar que a agredia algumas vezes”, disse.

Na residência da vítima, durante as investigações, foram encontradas as duas facas do crime e muitas garrafas de aguardente vazias. A família de Célia, em depoimento, ainda disse que ela era desempregada e vivia do Bolsa Família, embora não tivesse filhos. Flávio e o seu amigo também confessaram ser alcoólatras. “A família disse que ele batia muito nela”, contou Cruz.

Célia foi morta de forma brutal, em caso semelhante ao da professora Sandra Lúcia Fernandes, 48 anos, assassinada a facadas pelo companheiro, Marcos Aurélio Barbosa da Silva, 23 anos, por motivos de ciúmes, há exatamente uma semana. O filho de Sandra, Icauã Rodrigues, de apenas 10 anos, também foi morto, enquanto tentava defender a mãe.

Do Diario de Pernambuco