Corregedoria apura denúncia contra PMs que apreenderam fantasias

A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) determinou a instauração de uma Sindicância Administrativa Disciplinar (SAD) para apurar as denúncias feitas contra os policiais militares acusados de apreenderem fantasias e adereços de integrantes da troça Empatando a Tua Vista, no sábado de carnaval. A portaria nº 238/2017 diz que o procedimento foi aberto “considerando a estrita observância aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, finalidade, motivação e, em especial, da eficiência e do interesse público e considerando ainda a gravidade do fato e a necessidade de apuração por parte deste Órgão Correicional.”

Foto: Empatando Tua Vista/Divulgação
Grupo foi abordado também na Ponte Velha. Foto: Empatando Tua Vista/Divulgação

Na semana passada, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já havia instaurado, por meio da 7ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos da Capital, um procedimento preparatório para investigar as denúncias de violação do direito à liberdade de expressão, por parte de policiais militares, contra os integrantes da troça. O procedimento foi aberto após uma representação feita pelos membros da agremiação em reunião realizada na sede das Promotorias de Justiça da Capital. A troça acusa quatro PMs de apreenderem fantasias e adereços de forma arbitrária.

Os membros da agremiação conversaram com a imprensa na última sexta-feira para se posicionar sobre o caso e cobrar providências. Segundo a auxiliar administrativa Angélica Reis, que integra a troça, cerca de dez pessoas estavam saindo de um prédio da Boa Vista, com destino ao Galo da Madrugada, quando foram surpreendidas por quatro policiais. Ela afirmou que os PMs chegaram em uma viatura, confiscaram fantasias e máscaras e revistaram o veículo de um dos membros da agremiação.

De acordo com a integrante, cerca de meia hora depois que a patrulha confiscou os objetos, a mesma viatura abordou novamente o grupo, que estava caminhando na Ponte Velha. “Um major desceu com o cassetete na mão, gritando que iria levar tudo. Isso é um absurdo. São fantasias. A gente parecia bandido e as pessoas que estavam por perto olhavam assustadas. Ninguém aqui é bandido. A gente estava no carnaval para brincar. Durante todo tempo a polícia não saía de perto da gente”, disse.