Durante quatro horas, acompanhei a operação policial que foi montada no final da manhã desta quarta-feira para tentar salvar a vida de um menino de nove anos que estava sendo feito de refém pelo padrasto com uma arma apontada para a cabeça. Uma verdadeira ação de guerra foi montada em frente ao edifício Estrela do Mar, na Avenida José Augusto Moreira, no bairro de Casa Caiada, em Olinda.
O objetivo era deter um homem de 27 anos que ameaçava matar o enteado. Minutos antes, ela já havia matado a companheira com dois tiros. Assim com a notícia, a revolta se espalhou rapidamente. Em pouco tempo, dezenas de curiosos estavam perto do endereço da tragédia. O prédio de aspecto velho nunca chamou tanto a atenção de quem passava por uma das principais vias de Olinda como ontem.
Depois de muita negociação, a polícia conseguiu fazer com que o assassino se entreguasse e liberasse a criança. Na saída do prédio, escoltado pelos homens da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe), o homem identificado como André Cabral Muniz, 28 anos, foi xingado pelos populares revoltados. Queriam que a polícia o deixasse na rua para que pudessem linchá-lo, o que não foi permitido, obviamente.
No final da tarde, o corpo da modelo Danielle Solino Fasanaro, 35, foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde André está detido por enquanto. Para a família da vítima fica agora, além da dor e da revolta, a tafera de cuidar do filho deixado por Danielle.